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A pé, venezuelanos mais pobres buscam vida melhor na América do Sul

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Por Anastasia Moloney

TULC?N, Equador (Thomson Reuters Foundation) - Durante sua jornada de duas semanas pelas implacavelmente frias montanhas dos Andes, o venezuelano Jesus Mendoza se alimentou melhor do que nos ?ltimos meses em sua terra natal.

'Na Venezuela, eu comia duas refei??es por dia se tinha sorte', disse Mendoza, caminhando pela rodovia Panamericana com uma mochila esfarrapada. Ele cruzou ilegalmente uma parte desprotegida da fronteira entre Equador e Col?mbia.

'Ao longo do caminho, os colombianos t?m sido generosos. Eles nos deram comida e ?gua', disse o carpinteiro de 25 anos ? Thomson Reuters Foundation. 'Tenho comido frango, o que ? um luxo em casa.'

Uma crise econ?mica, crescentes n?veis de pobreza e a escassez de rem?dios for?aram mais de 1,6 milh?o de venezuelanos a fugir do pa?s rico em petr?leo, em uma das maiores migra??es em massa na hist?ria da Am?rica Latina, segundo a ONU.

Os venezuelanos mais ricos, qualificados e com forma??o universit?ria deixaram o pa?s h? anos para trabalhar na ?rea de petr?leo e estabelecer neg?cios no exterior.

Hoje, a onda de imigrantes ? composta pelos venezuelanos mais pobres e desesperados.

Sem dinheiro para passagens a?reas, bilhetes de ?nibus e at? passaportes, milhares, alguns carregando beb?s nos bra?os, est?o a p?, andando para encontrar o que esperam ser vidas melhores no Equador, Peru, Chile, Brasil e Argentina.

Karina Mendez, de 38 anos, e seu esposo deixaram a Venezuela h? duas semanas com destino ao Peru, onde esperam conseguir dinheiro para comprar antibi?ticos e outros rem?dios para sua filha mais nova, que est? doente.

'Quando voc? finalmente consegue encontrar o rem?dio que precisa, ? muito caro para comprar', disse Karina ? Thomson Reuters Foundation, enquanto esperavam h? horas para pegar uma carona com motoristas de caminh?o.

Com uma hiperinfla??o desenfreada, o Fundo Monet?rio Internacional prev? que a infla??o na Venezuela pode chegar a 1 milh?o por cento at? o final do ano.

O dinheiro se tornou t?o desvalorizado, que notas estavam sendo usadas para fabricar bugigangas e souvenirs. Na semana passada, o governo implementou um novo pacote econ?mico e cortou cinco zeros da moeda nacional.

'Com o que voc? ganha em um m?s, n?o d? nem para comprar as coisas b?sicas que voc? precisa para sobreviver. Os pre?os das comidas podem subir 40 por cento durante a noite', disse Rafael Barboza, outro imigrante andando pela rodovia.

A Col?mbia tem recebido o maior n?mero de venezuelanos, cerca de 870 mil, e n?meros crescentes est?o se espalhando por toda a Am?rica do Sul.

No Equador, mais de 4 mil venezuelanos chegaram todos os dias durante um pico recorde no meio de agosto.

Autoridades da Col?mbia, Equador e Peru est?o se reunindo em Bogot? nesta semana para buscar uma solu??o para o problema, que arrisca sobrecarregar a regi?o.

Escrito por Redação

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