Abic registra aumento de 4,8% no consumo de café no Brasil; revê metodologia

Por Jos? Roberto Gomes

S?O PAULO (Reuters) - O consumo de caf? no Brasil cresceu 4,8 por cento no ?ltimo ano, no maior ritmo desde 2006, e tende a avan?ar a taxas consistentes nos pr?ximos anos, conforme a retomada econ?mica e mudan?as de h?bitos impulsionam a demanda dom?stica pelo produto, disse a Abic nesta quarta-feira.

Os dados divulgados pela Associa??o Brasileira da Ind?stria de Caf? (Abic) agora levam em conta nova metodologia, que passou a desconsiderar o volume antes atribu?do ?s empresas n?o cadastradas, como fazendas, cafeterias, vendas em feiras e demais comerciantes informais.

Pelo novo m?todo, o consumo de caf? somou 21 milh?es de sacas no ano comercial que vai de novembro de 2017 a outubro de 2018. Pelo antigo, atingiria cerca de 23 milh?es de sacas, segundo a Abic.

'Era um n?mero cheio de incertezas', afirmou o diretor-executivo da Abic, Nathan Herszkowicz, durante coletiva de imprensa em S?o Paulo.

Conforme os dados da associa??o, o consumo per capita de caf? em gr?o cru no Brasil, pa?s que ? o segundo maior consumidor mundial da bebida, foi de 6,02 kg em 2018, ante 5,81 kg no ano anterior.

'Batemos um recorde de alta no consumo desde 2006. ? um conjunto de fatores (para esse desempenho), mas, sem d?vida, temos o aumento do p?blico consumidor, a melhora e a oferta de produtos diferenciados.... Hoje se toma caf? pela diferencia??o, para combinar produtos, mudar formas de preparo... Acho que isso tudo explica o aumento do consumo de caf?', comentou.

A tend?ncia ? de que, em meio a esse aumento do p?blico consumidor e busca por novos tipos de produto, o consumo de caf? no Brasil tenha crescimento expressivo, de 3,5 por cento ao ano at? 2021, segundo dados da Euromonitor usados pela Abic.

Caso isso se confirme, o Brasil consumiria 21,7 milh?es de sacas de caf? em 2019 e 23,3 milh?es em 2021, pela nova metodologia.

'Essa condi??o tamb?m est? associada ? retomada econ?mica, sem d?vida', destacou o diretor da Abic.

Ainda segundo ele, o Sudeste segue como maior regi?o consumidora de caf? do pa?s.

A maior parte do caf? produzido no Brasil, maior exportador global, ? vendida ao exterior, um n?mero que atingiu cerca de 35 milh?es de sacas no ano passado.

SAFRA

Herszkowicz disse que as perspectivas s?o favor?veis para a safra de caf? deste ano no Brasil, o maior produtor e exportador mundial da commodity.

'A safra tem tamanho bom. Somada com a do ano passado, as duas mais do que suprem convenientemente a exporta??o e o consumo interno. Em rela??o ? qualidade, tende a ser bom, porque choveu na ?poca certa... A safra tem bom tamanho para garantir bons neg?cios', disse, fazendo, contudo, pondera??es quanto ? oferta de robusta.

'Preocupa um pouco esse calor excessivo no Esp?rito Santo. Com o calor excessivo, o fruto seca antes... E isso diminui a qualidade', comentou ele, acrescentando que a safra na Bahia e em Rond?nia 'vai muito bem'.

Esp?rito Santo, Bahia e Rond?nia s?o os maiores produtores de robusta, ou conilon, usado no blend com o ar?bica e para sol?veis.

O Brasil deve produzir neste ano entre 50,5 milh?es e 54,5 milh?es de sacas de caf?, segundo proje??o da estatal Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), recorde para anos de baixa produ??o, marcados pela bienalidade negativa do ar?bica, a variedade mais cultivada no pa?s. No passado, o pa?s colheu mais de 60 milh?es de sacas.

Do total, entre 36,1 milh?es e 38,1 milh?es de sacas devem ser de ar?bica, enquanto a produ??o de robusta deve ficar entre 14,3 milh?es e 16,3 milh?es de sacas, segundo a Conab.