Abiove mantém estimativa de embarque de soja do país, mas monitora impactos de vírus
Publicada em
Por Roberto Samora
S?O PAULO (Reuters) - As estimativas de exporta??es de soja e farelo de soja do Brasil neste ano seguem sem altera??es apesar de preocupa??es relacionadas a movimentos para controlar o coronav?rus, disse o presidente da Associa??o Brasileira das Ind?strias de ?leos Vegetais (Abiove), entidade que representa as principais tradings e processadoras no pa?s.
A associa??o estimou em fevereiro a exporta??o de soja do Brasil neste ano em 73,5 milh?es de toneladas, leve queda ante 2019 (74 milh?es). A Abiove ainda previu a exporta??o de farelo de soja do pa?s em 16,2 milh?es de toneladas.
Mas os impactos no setor decorrentes de a??es para conter a doen?a est?o sendo monitorados de perto pela Abiove, acrescentou o dirigente Andr? Nassar, em entrevista ? Reuters, citando situa??es que, se mal gerenciadas, podem trazer problemas para as exporta??es no pa?s, l?der global em soja.
'Tem v?rias coisas que temos de monitorar e s?o preocupantes. Uma delas s?o as decis?es de prefeituras que podem levar a fechamento de f?bricas, ou mesmo restringir transportes', afirmou Nassar.
Decretos de munic?pios de Canarana e Rondon?polis, ambos em Mato Grosso (maior produtor de soja), definiram restri??es para opera??es de f?bricas e transporte de mercadorias agr?colas.
Embora as medidas n?o tenham, ainda, causado problemas para as opera??es nessas localidades, o setor tem conclamando os munic?pios a permitirem o fluxo e o funcionamento das f?bricas e armaz?ns, seguindo decreto federal que estabelece tais atividades, incluindo transporte, como algo essencial, conforme notas da Associa??o Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) e da Confedera??o da Agricultura e Pecu?ria do Brasil (CNA) --esta ?ltima prometeu acionar judicialmente os munic?pios que descumprirem a norma.
'A gente tem uma outra preocupa??o, mesmo que o munic?pio n?o feche, aumentou fiscaliza??o, v?o querer olhar se as f?bricas tomaram medidas para mitigar risco', comentou ele, ressaltando que as companhias est?o seguindo os protocolos sanit?rios, mas a atua??o dos fiscais poderia eventualmente atrasar processos.
Os trabalhadores precisam usar m?scaras e adotar higieniza??o com ?lcool gel, de acordo com os protocolos de sa?de p?blica. Mas isso n?o ? algo que possa atrapalhar o funcionamento das processadoras de soja, segundo Nassar.
Ele ressaltou tamb?m que uma f?brica de farelo e ?leo de soja n?o gera muita aglomera??o, 'e a implementa??o de protocolos n?o deve gerar redu??o de produ??o'.
O presidente da Abiove citou ainda temas relacionados aos caminhoneiros, uma pe?a chave na cadeia de transporte de soja no Brasil.
'Com o fechamento de ponto de paradas, restaurantes, para o caminhoneiro, isso ? um problema, para identificar em determinadas estradas onde os pontos est?o abertos para ele se alimentar', disse Nassar, admitindo que o motorista agora vai procurar evitar trechos longos, o que poderia interferir no tempo de transporte da mercadoria.
'Se n?o tiver lugar para o caminhoneiro parar, pode sim afetar o transporte para os portos.'
Al?m da rodovia, outra forma de transporte de gr?os ? pelas ferrovias, que tamb?m adotaram protocolos para evitar aglomera??es, lembrou Nassar.
Escrito por Reuters
SALA DE BATE PAPO