Acordo comercial 'em princípio' com China pode ser mais limitado que promessa de outubro

Por Andrea Shalal e David Lawder

WASHINGTON (Reuters) - A Casa Branca chegou a um 'acordo em princ?pio' com Pequim sobre com?rcio, disseram fontes informadas sobre as negocia??es nesta quinta-feira, mas que pode ser mais restrito do que a 'Fase Um' de um acordo prometido pelo presidente dos EUA, Donald Trump, em outubro.

No acerto atual, os Estados Unidos suspenderiam as tarifas que entrar?o em vigor sobre 160 bilh?es de d?lares em produtos chineses, e Pequim prometeu comprar mais produtos agr?colas dos EUA, informou a Bloomberg, sem mais detalhes.

Os Estados Unidos concordaram em reduzir algumas tarifas sobre produtos chineses e adiar uma tranche das tarifas que entrariam em vigor em 15 de dezembro, como parte de um acordo comercial entre os dois gigantes econ?micos, disse nesta quinta-feira uma fonte dos EUA familiarizada com a situa??o.

A China tamb?m concordou em fazer 50 bilh?es de d?lares em compras agr?colas em 2020 como parte do acordo, disseram essa pessoa e outra fonte dos EUA familiarizada com as negocia??es.

Um ex-negociador comercial s?nior disse que o diabo estava nos detalhes do acordo escrito, que ainda est? sendo elaborado. 'Nas negocia??es comerciais, o texto escrito ? importante, pois ? a? que muitas das diverg?ncias remanescentes tendem a ressurgir'.

Trump assinou o acordo, e um an?ncio pela Casa Branca pode acontecer em breve, disse uma fonte.

Em uma tentativa de garantir a 'Fase Um' de um acordo comercial, os negociadores norte-americanos anteriormente se ofereceram para reduzir as tarifas existentes em mercadorias chinesas em at? 50%, bem como suspender novas tarifas que estavam programadas para entrar em vigor no domingo, duas pessoas familiarizadas com as negocia??es disseram nesta quinta-feira.

A guerra comercial EUA-China tem desacelerado o crescimento global e diminu?do os lucros e investimentos para empresas em todo o mundo. Os Estados Unidos anunciaram 28 bilh?es de d?lares em subs?dios para agricultores afetados pelo embate tarif?rio.

A China comprou 24 bilh?es de d?lares em produtos agr?colas dos EUA em 2017, antes do in?cio da guerra comercial, segundo dados do Departamento de Agricultura dos EUA.

FASE 1 ILUS?RIA

Trump disse em entrevista coletiva na Casa Branca em 11 de outubro com o vice-primeiro-ministro chin?s, Liu He, que os dois pa?ses haviam concordado com a 'Fase 1' de um acordo comercial sobre 'propriedade intelectual, servi?os financeiros' e uma 'compra de 40 (bilh?es de d?lares) a 50 bilh?es de d?lares em produtos agr?colas'.

Um acordo por escrito estar? dispon?vel em semanas, disse Trump na ocasi?o, acrescentando que 'concordamos em princ?pio com quase tudo o que mencionei, com todos os diferentes pontos'.

No entanto, Pequim tem se recusado a se comprometer a comprar uma quantidade espec?fica de produtos agr?colas durante um determinado per?odo de tempo. As autoridades chinesas disseram que gostariam de poder comprar com base nas condi??es do mercado.

Autoridades da China t?m exigido que os Estados Unidos revertam tarifas estabelecidas por Trump como condi??o para qualquer 'Fase 1' de acordo comercial. O governo Trump imp?s tarifas sobre centenas de bilh?es de d?lares em importa??es chinesas a partir de julho de 2018.

PRAZO FINAL

Se Trump n?o suspender as tarifas programadas para entrar em vigor em 15 de dezembro, as autoridades de Pequim aplicar?o mais tarifas sobre produtos dos EUA e poder?o suspender as negocia??es at? depois da elei??o presidencial dos EUA em novembro de 2020, acreditam especialistas em com?rcio.

As tarifas de 15 de dezembro seriam aplicadas a quase 160 bilh?es de d?lares em importa??es chinesas, como consoles de videogame e monitores de computador.

Em agosto, a China disse que aplicaria 5% e 10% em tarifas adicionais sobre 75 bilh?es de d?lares em mercadorias dos EUA em dois lotes. As tarifas do primeiro lote entraram em vigor em 1? de setembro, atingindo mercadorias dos EUA, incluindo soja, carne de porco, carne bovina, produtos qu?micos e petr?leo bruto.

As tarifas do segundo lote de produtos dever?o passar a valer em 15 de dezembro, afetando mercadorias que variam de milho e trigo a pequenas aeronaves e ?m?s de terras raras.

A China tamb?m disse que vai reintroduzir em 15 de dezembro uma tarifa adicional de 25% sobre ve?culos fabricados nos EUA e taxa??o de 5% em autope?as, suspensas no in?cio de 2019.