Adélio agiu sozinho no momento do atentado contra Bolsonaro, diz delegado da PF
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BRAS?LIA (Reuters) - Ad?lio Bispo de Oliveira agiu sozinho no dia e no momento em que esfaqueou o candidato do PSL ? Presid?ncia, Jair Bolsonaro, concluiu inqu?rito da Pol?cia Federal, mas outra investiga??o busca verificar se h? mais envolvidos no atentado, disse nesta sexta-feira o delegado Rodrigo Morais.
Em entrevista coletiva, Morais afirmou, no entanto, que at? agora a Pol?cia Federal n?o tem informa??es que apontem envolvimento de outras pessoas no atentado.
?O que n?s conclu?mos ? que no dia da execu??o do atentado em si ele estava sozinho?, disse o delegado regional de Combate ao Crime Organizado em Minas Gerais Rodrigo Morais Fernandez, acrescentando que foram analisadas, inclusive, imagens de c?meras de seguran?a e tamb?m as veiculadas em redes sociais, e n?o se confirmou a participa??o de terceiros.
?A partir da confirma??o que a atua??o do senhor Ad?lio naquele dia foi uma a??o isolada, cindimos o inqu?rito para um poder ser conclu?do hoje?, explicou o delegado.
?E continuamos --o (outro) inqu?rito j? foi instaurado h? alguns dias-- a linha investigat?ria para identificar se h? mais envolvidos.?
Morais ressaltou que n?o restam d?vidas de que a motiva??o pol?tica levou Ad?lio a praticar o crime. Segundo ele, o acusado se apresenta como uma pessoa identificada com os ideais de esquerda tanto no depoimento que prestou, quanto em postagens em redes sociais e em documentos apreendidos, al?m de relatos de conhecidos confirmarem seu posicionamento, motivo pelo qual discordava diametralmente das posi??es e declara??es de Bolsonaro, considerado um representante da extrema-direita.
?N?o restam d?vidas na investiga??o que o motivo que levou o senhor Ad?lio a praticar o crime foi o componente pol?tico?, afirmou o delegado, acrescentando que eventual doen?a mental do acusado, tese encampada pela defesa, ? irrelevante para a investiga??o neste momento.
?Ficou claro que havia essa discord?ncia em rela??o aos projetos pol?ticos em rela??o ao discurso do candidato. Dessa forma, se configurou o crime de seguran?ca nacional?, disse.
Ad?lio foi preso em flagrante e autuado com base na Lei de Seguran?a Nacional, no dia 6 de setembro, logo ap?s esfaquear Bolsonaro em evento de campanha em Juiz de Fora (MG). O candidato foi submetido a uma cirurgia de emerg?ncia na Santa Casa de Miseric?rdia da cidade mineira antes de ser transferido para S?o Paulo.
No hospital Albert Einstein, na capital paulista, passou por uma segunda cirurgia para resolver uma ader?ncia na parede intestinal e uma obstru??o no ?rg?o. Apesar de aumento isolado na temperatura, h? previs?o de alta m?dica ainda neste fim de semana, informo boletim m?dico nesta sexta-feira.
O delegado explicou que ainda h? dados colhidos na primeira investiga??o que ainda necessitam ser analisados, de forma a identificar se algu?m, de alguma forma, teve participa??o no ato.
?O envolvimento de um terceiro ou de um grupo pode se dar de diversas formas, pode ser um mandante, algu?m que tenha instigado, algu?m que tenha fornecido meio?, afirmou.
Por ora, garante o investigador, n?o h?, nas informa??es colhidas pela PF, nenhum ind?cio de um contato pol?tico de Ad?lio, assim como n?o foi identificada, a partir da quebra do sigilo banc?rio do acusado, qualquer opera??o financeira suspeita.
Na segunda investiga??o, Morais acredita ser necess?rio ouvir tanto o pr?prio Bolsoanro quanto familiares, e tamb?m deve centrar seus esfor?os nas pessoas em torno de Ad?lio.
Sobre a insinua??o de Bolsonaro segundo a qual o PF estaria atuando para ?abafar? as investiga??es, Morais argumentou que o trabalho conduzido pela PF ? ?t?cnico?.
?Esse tipo de coment?rio ? de certa forma irrelevante.?
MAIS G?S
Em entrevista concedida ? TV Band nesta sexta-feira, ao referir-se ao atentado, Bolsonaro disse que n?o foi atingido o objetivo de mat?-lo e que isso s? lhe deu mais g?s para continuar na disputa. E aproveitou para novamente lan?ar suspeitas sobre o trabalho da PF no caso.
Mais cedo, em entrevista ? R?dio Jovem Pan, o presidenci?vel j? havia dito que a PF parece agir para abafar o caso e que a Pol?cia Civil de Minas Gerais, que tamb?m investiga o atentado, estaria mais adiantada em suas apura??es.
O candidato do PSL sustentou, na fala ? Band, que o delegado respons?vel pelo caso trabalhou por dois anos como assessor do governador de Minas Gerais, o petista Fernando Pimentel, tendo sido at? condecorado por ele, ainda que tenha afirmado n?o ter a inten??o de fazer ?pr?-julgamento? e apesar de n?o ter citado nominalmente o delegado Rodrigo Morais.
Por outro lado, Bolsoanro disse saber que na equipe de investiga??o do atentado h? pessoas que gostam dele, ainda que n?o tenha tido contato com qualquer um deles. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), um dos filhos do presidenci?vel, ? integrante da PF. 'Tem gente (da PF) que quer realmente a verdade', disse o presidenci?vel.
(Por Maria Carolina Marcello; Reportagem adicional de Ricardo Brito)
Escrito por Redação
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