Peronista Fernández toma posse na Argentina com desafio de reativar a economia
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Por Nicol?s Misculin
BUENOS AIRES (Reuters) - O l?der de centro-esquerda Alberto Fern?ndez tomou posse nesta ter?a-feira como novo presidente da Argentina, com a miss?o de acertar o rumo de uma economia em crise, o que o obrigar? a encontrar um equil?brio delicado para lidar com as exig?ncias tanto da popula??o como dos investidores.
Com a presen?a de l?deres e autoridades de alguns dos principais parceiros da Argentina, Fern?ndez, de 60 anos, prestou juramento ante o Congresso por volta de meio-dia e dar? posse ? tarde a seus ministros na Casa Rosada.
O governo brasileiro foi representado pelo vice-presidente Hamilton Mour?o, enviado de ?ltima hora pelo presidente Jair Bolsonaro, que ? um desafeto de Fern?ndez.
Uma multid?o com bandeiras de apoio ao presidente encheu a pra?a em frente ao Congresso e tamb?m come?ava a lotar a Pra?a de Maio, em frente ao pal?cio presidencial, onde vai acontecer uma festa com m?sica antes de um esperado pronunciamento do novo presidente.
'Eu estava trabalhando em uma empresa de cart?o de cr?dito que fechou mais de 15 ag?ncias e todos perdemos nossos empregos. N?s, como povo, temos muita esperan?a em Alberto', disse Ver?nica Quintana, uma vendedora de rua de 34 anos, na Pra?a de Maio.
Com uma infla??o acima dos 50% anuais, uma economia em recess?o e uma pobreza pr?xima dos 40%, a renegocia??o de uma d?vida p?blica de cerca de 100 bilh?es de d?lares --que parece impag?vel no curto prazo-- ser? essencial para o futuro de seu governo.
'O desafio de Fern?ndez passa por criar as condi??es de confian?a com uma manobra r?pida para que a economia se ponha em marcha novamente, e isso vai depender do que far? com a d?vida', disse ? Reuters o analista pol?tico Julio Burdman.
Como as conversas com o Fundo Monet?rio Internacional (ao qual a Argentina deve ao redor de 44 bilh?es de d?lares) s?o vitais, Fern?ndez escolheu para o Minist?rio das Finan?as um acad?mico especializado em d?vida, Mart?n Guzm?n, um jovem disc?pulo do ganhador do Pr?mio Nobel Joseph Stiglitz.
Muitos investidores t?m se mostrado inquietos com a probabilidade de que Fern?ndez penda para uma regula??o maior da economia, como fez sua vice-presidente, Cristina Kirchner, quando governou o pa?s entre 2007 e 2015.
Por outro lado, qualquer ajuste na economia poderia lhe dificultar manter a coes?o da alian?a heterog?nea de centro-esquerda que o levou ao poder, e por isso se espera uma mudan?a no que diz respeito ?s pol?ticas de austeridade impulsionadas por seu antecessor neoliberal, Mauricio Macri.
Os poderosos sindicatos peronistas exigem aumentos salariais que permitam aos trabalhadores recuperar o poder de compra que perderam nos ?ltimos anos por causa da infla??o alta, enquanto as organiza??es de desempregados pedem um aumento dos subs?dios para os mais pobres.
Se a economia n?o voltar a crescer, dificilmente Fern?ndez poder? satisfazer todas as demandas.
Escrito por Reuters
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