Alckmin confirma Ana Amélia como vice e diz que 'não existe partido' no Brasil

S?O PAULO (Reuters) - O pr?-candidato ? Presid?ncia pelo PSDB, Geraldo Alckmin, confirmou em entrevista na quinta-feira a escolha da senadora Ana Am?lia (PP-RS) como candidata ? vice-presidente em sua chapa e, indagado sobre os esc?ndalos que envolvem membros de legendas que declararam apoio a ele, fez a avalia??o de que n?o existem partidos no Brasil.

Em entrevista ? Globonews, o tucano tamb?m defendeu que os partidos do bloc?o --PP, DEM, PR, PRB e Solidariedade--, que na semana passada anunciaram apoio ? sua candidatura, assim como PSD, PTB e PPS que tamb?m se aliaram a ele, concordar?o em fazer a reforma pol?tica, diante de indaga??es de que o sistema atual privilegia essas legendas.

'Uma boa not?cia, a senadora ga?cha Ana Am?lia aceitou. Ali?s, um gesto importante, porque ela era candidata ? reelei??o ao Senado pelo Rio Grande do Sul, abriu m?o de disputar a sua reelei??o para vir conosco nesta caminhada', disse Alckmin.

'Est? decidido. Os cinco partidos do centro democr?tico --o Democratas, o Progressistas, o PR, o Solidariedade e o PRB-- delegaram a n?s a escolha. Me permitiu essa escolha, foi muito boa, estamos extremamente otimistas', acrescentou Alckmin, que classificou Ana Am?lia como 'a vice dos sonhos'.

O acordo com o bloc?o dar? a Alckmin o maior tempo de TV na propaganda eleitoral, al?m do apoio de legendas que, somadas, t?m bancada numerosa no Congresso Nacional. O tucano, no entanto, rejeitou a possibilidade de a fatura deste apoio ser cobrada no futuro e defendeu a necessidade de ter um amplo arco de alian?as.

'Queremos fazer um governo reformista... Para isso precisamos aprovar PECs (Propostas de Emenda ? Constitui??o)', afirmou, lembrando que este tipo de proposta legislativa precisa de apoio de tr?s quintos de deputados e senadores para ser aprovada no Legislativo.

'N?s fazemos alian?as com partidos pol?ticos. N?o tem democracia sem partidos pol?ticos. Acho at? que tem demais, porque n?o existe 35 ideologias', disse Alckmin na entrevista.

Pouco depois, no entanto, o presidenci?vel tucano fez a avalia??o que, na realidade, n?o existem partidos pol?ticos no pa?s.

'Todos os partidos est?o enfraquecidos. N?o tem partido, vamos ser sinceros. N?o existe partido, o eleitor vai votar nas pessoas, n?o tem um partido que n?o esteja fragilizado', avaliou.

O tucano assegurou que nenhuma das legendas que lhe deram apoio lhe pediu qualquer coisa em troca, e garantiu que evitar? indica??es pol?ticas para cargos de natureza t?cnica.

'No meu governo n?o haver? indica??o pol?tica para ag?ncia reguladora. Ponto', exemplificou. 'Os partidos que vieram me apoiar sabem o que eu penso. Acho que vai dar para aprovar nos primeiros seis meses as reformas.'

DEN?NCIAS

Alckmin tamb?m foi indagado na entrevista sobre den?ncias de irregularidades em governos do PSDB em S?o Paulo, como no caso do cartel do metr?, esc?ndalos na estatal rodovi?ria paulista Dersa e nas obras do trecho norte do Rodoanel. O PSDB governa S?o Paulo h? 24 anos e o presidenci?vel tucano deixou no in?cio deste ano seu quarto mandato ? frente do Estado para disputar a Presid?ncia da Rep?blica.

'N?o existe esquema do PSDB, n?o existe isso', garantiu Alckmin, que tamb?m defendeu por v?rias vezes seu ex-secret?rio de Log?stica e Transporte Laurence Casagrande, preso na opera??o Pedra no Caminho, que apura suposto superfaturamento nas obras do trecho norte do Rodoanel, e que j? foi denunciado pelo Minist?rio P?blico Federal ? Justi?a.

O tucano afirmou que Casagrande ? uma pessoa de 'vida modesta' e repetiu por diversas vezes que o ex-auxiliar est? sendo alvo de 'injusti?a'. Ele negou que exista superfaturamento nas obras, como afirma o Minist?rio P?blico Federal.

(Por Eduardo Sim?es)