Alemanha reabre debates sobre discurso de ódio e controle de armas após ataque em bar de narguilé

Por Joseph Nasr e Michelle Martin

BERLIM (Reuters) - O governo da Alemanha ouviu clamores para endurecer as leis de posse de armas e acelerou os esfor?os para rastrear simpatizantes da extrema-direita depois que se revelou que o suspeito de um dos maiores ataques a tiros desde a Segunda Guerra Mundial publicou um manifesto racista.

O homem de 43 anos, que seria o respons?vel por matar nove pessoas em dois bares de narguil? de Hanau, cidade do sudoeste do pa?s, publicou o documento, que cont?m teorias conspirat?rias e opini?es profundamente racistas, na internet.

O suspeito, que acredita-se ter se matado a pr?pria m?e, pertencia a um clube de tiro, o que faz com que se questione como um homem com tais convic??es ideol?gicas conseguiu se filiar e obter as armas usadas no ataque.

'Precisamos de leis novas e mais r?gidas para verificar constante e minuciosamente os propriet?rios de licen?as de ca?a e porte de armas de fogo', escreveu o Bild, o jornal mais vendido da Alemanha, em sua primeira p?gina. 'Precisamos imediatamente de mais cargos (de intelig?ncia) para monitorar radicais de direita e intervir antes que seja tarde demais.'

A procuradoria-geral alem? disse nesta sexta-feira que o suspeito tinha licen?a para duas armas, e ainda n?o est? claro se ele tinha contato com outros simpatizantes da extrema-direita em casa ou no exterior.

Em outubro, o governo da chanceler, Angela Merkel, proibiu a venda de armas a membros de grupos extremistas monitorados pelas ag?ncias de seguran?a e obrigou plataformas de internet a informarem ? pol?cia sobre conte?dos de ?dio.

Estas medidas vieram na esteira do assassinato de um pol?tico alem?o pr?-imigra??o em junho e um ataque cometido quatro meses depois por um atirador antissemita em uma sinagoga e uma loja de kebab em Halle e transmitido ao vivo em redes sociais.