Aliado de Alckmin, centrão já discute 'fatura' para apoiar Bolsonaro ou Haddad no 2º turno
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Por Ricardo Brito e Lisandra Paraguassu
BRAS?LIA (Reuters) - Partidos do centr?o --formado por PP, PR, PRB, DEM e Solidariedade--, formalmente coligados ao presidenci?vel do PSDB, Geraldo Alckmin, j? discutem a 'fatura' que v?o cobrar para apoiar o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, ou a candidatura do petista Fernando Haddad no segundo turno, afirmou um dirigente do grupo ? Reuters sob a condi??o do anonimato.
A constata??o do grupo ? que o tucano --sem ter reagido nas pesquisas de inten??o de voto-- praticamente n?o tem mais condi??es de chegar ? etapa final da corrida ao Pal?cio do Planalto e que, por essa raz?o, o bloc?o come?ou a conversar entre si e com lideran?as da campanha de Bolsonaro e Haddad sobre como pode se dar o apoio.
Segundo essa fonte, a ordem ? que lideran?as do grupo n?o deixem Alckmin isolado at? o primeiro turno da campanha, que ocorre no dia 7 de outubro. Mas j? h? tratativas nos bastidores para tentar fechar apoio para um dos candidatos. A 'fatura' ser? o espa?o que cada um dos presidenci?veis vai oferecer aos partidos do bloco no governo, caso seja eleito.
'N?o acredito que ningu?m v? abandonar a campanha do Alckmin, mas certamente o centr?o j? est? se reunindo para juntos marchar para uma candidatura no segundo turno', disse essa fonte. 'Vamos negociar juntos e ver que posi??o vamos solicitar', acrescentou.
A inten??o de negocia??o em bloco ? para aumentar o cacife do centr?o com qualquer que seja o presidenci?vel, ainda mais tendo em vista que o eleito vai precisar de apoio no Congresso para tentar aprovar sua respectiva agenda de reformas no in?cio do governo. Tanto Bolsonaro quanto Haddad disporiam, no momento, de fraca base parlamentar a julgar pelas coliga??es feitas na campanha.
No segundo turno, o tempo de hor?rio eleitoral dos candidatos no r?dio e na TV ? igual e o eventual apoio de novos partidos, ao contr?rio da primeira etapa de vota??o, n?o tem qualquer interfer?ncia nisso. O aval a um determinado presidenci?vel ? mais uma demonstra??o de for?a pol?tica.
Qualquer que seja o eleito, o bloco quer manter ao menos os espa?os que possui no governo Michel Temer, disse a fonte. Por exemplo, o PP comanda atualmente os minist?rios da Sa?de e da Agricultura, al?m da presid?ncia da Caixa, e o PR controla a pasta dos Transportes.
O grupo dever? tomar uma decis?o conjunta --assim como ocorreu quando fecharam com Alckmin--, mas h? a possibilidade real de racha do grupo. Isso porque o DEM --tradicional cr?tico do PT-- n?o deve referendar um apoio ? candidatura de Haddad, mesmo diante de uma eventual posi??o dos demais integrantes do bloco nesse sentido.
O presidente licenciado do partido de Bolsonaro, Luciano Bivar, admitiu mais cedo ? Reuters que h? conversas entre integrantes da campanha do candidato do PSL com lideran?as de partidos que atualmente est?o coligados com Alckmin a fim buscar um apoio ? candidatura do militar da reserva para uma disputa de segundo turno, mas n?o quis dar detalhes das tratativas.
O coordenador da campanha de Bolsonaro em S?o Paulo, deputado Major Olimpio, disse n?o acreditar que a presen?a em cargos fa?a parte das negocia??es em torno de apoio de partidos a Bolsonaro no segundo turno.
'Se depender de fatura, n?o estar? com o Bolsonaro. Ele jamais entraria no toma l?, d? c?', destacou Olimpio, ao ressalvar que esse questionamento tem de ser feito ao pr?prio presidenci?vel --que est? hospitalizado h? quase duas semanas se recuperando de um atentado em evento de campanha em Juiz de Fora (MG).
ARTILHARIA
Na reuni?o da noite de ter?a-feira com partidos aliados, Alckmin foi cobrado a subir o tom contra os rivais. O tucano, que resistia a um ataque mais incisivo, decidiu elevar o tom contra Bolsonaro e Haddad nos programas e inser??es no r?dio e na TV.
Ele vai explorar ainda mais as declara??es pol?micas do candidato do PSL e associando uma poss?vel volta do PT ao poder a uma crise econ?mica que poderia levar o Brasil a enfrentar uma pen?ria nos moldes venezuelanos, disse outro dirigente partid?rio presente ao encontro ? Reuters.
Essa decis?o --a principal iniciativa para tentar reverter o mau desempenho nas pesquisas ao Pal?cio do Planalto-- foi tomada ap?s o candidato reunir pela primeira vez desde que come?ou a campanha os representantes dos nove partidos que comp?e a coliga??o tucana, de acordo com essa fonte.
Um indicativo de que o grupo aposta cada vez menos no tucano nesse encontro foi que nem todos os presidentes de partidos estiveram presentes. O Solidariedade, por exemplo, enviou um representante, enquanto a For?a Sindical, que forma a base do partido, nesta quarta-feira fazia ato de apoio ao presidenci?vel do PDT, Ciro Gomes, junto com outras centrais sindicais.
De acordo com a fonte, durante toda a reuni?o o PSDB tentou demonstrar que ainda h? tempo de reverter a situa??o de Alckmin nas pesquisas, citando a campanha de A?cio Neves em 2014. Na ?poca, o senador estava em terceiro nas pesquisas faltando o mesmo tempo para a elei??o e s? se aproximou e passou de Marina Silva na ?ltima semana.
Segundo a fonte, havia um clima de preocupa??o na reuni?o e de cobran?a para que Alckmin fosse mais incisivo, em uma ?ltima tentativa de reverter resultados nos poucos dia que faltam at? o primeiro turno.
Escrito por Redação
SALA DE BATE PAPO