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Alívio na alta do dólar ante real é factível em 2019, mas depende do exterior

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Por Claudia Violante

S?O PAULO (Reuters) - O fortalecimento do d?lar em rela??o ao real visto em dezembro tende a suavizar com a mudan?a de calend?rio na pr?xima semana, uma vez que sa?das de recursos relacionadas a tradicionais remessas de fim de ano ao exterior devem cessar, bem como persistem as perspectivas de desacelera??o dos Estados Unidos.

Apostas de que o governo do presidente eleito Jair Bolsonaro conseguir? adotar medidas com efeito fiscal benigno tamb?m alimentam expectativas de economistas ouvidos pela Reuters de al?vio na press?o altista da moeda, embora esse 'item' ainda dependa de sinaliza??es mais claras no come?o do ano.

Al?m do fluxo negativo sazonal e de receios sobre a atividade norte-americana, turbulentas negocia??es comerciais entre China e EUA corroboraram a valoriza??o de 1,70 por cento do d?lar em dezembro at? a v?spera, a 3,9215 reais.

'Estamos em um momento de mudan?a de expectativas', comentou o economista Evandro Buccini, da gestora Rio Bravo Investimentos, destacando principalmente o cen?rio para os juros nos EUA, dada a perspectiva de que a economia norte-americana cres?a em 2019 a um ritmo menor do que em 2018.

Segundo ele, o mercado trabalha com menos aumentos do que as duas eleva??es estimadas pelo banco central no comunicado que acompanhou a sua ?ltima decis?o de pol?tica monet?ria.

Na reuni?o encerrada em 19 de dezembro, o Federal Reserve ainda elevou os juros para o intervalo entre 2,25 e 2,50 por cento, mas reduziu a previs?o de novos aumentos - eram tr?s anteriormente.

Agentes financeiros, contudo, esperavam um posicionamento ainda mais moderado em rela??o aos juros pelo poderoso BC norte-americano e ainda aspiram um vi?s 'dovish' ? frente, principalmente ap?s movimentos nos rendimentos dos t?tulos do Tesouro dos EUA abrirem espa?o para receios de recess?o.

Essas preocupa??es tinham respaldo na pol?tica comercial agressiva do presidente Donald Trump, particularmente em rela??o ? China, que trouxe temores sobre a sa?de da economia global.

Para o economista-chefe do banco Pine, Marco Maciel, a possibilidade de acordo entre os dois gigantes econ?micos ajudaria a atenuar o fortalecimento da moeda norte-americana. 'Isso diminuiria a tens?o.'

Mesmo ap?s o fim da elei??o presidencial no Brasil, a mais turbulenta dos ?ltimos tempos, com a vit?ria de um candidato que agrada ao mercado, o d?lar n?o conseguiu manter os n?veis mais acomodados ante o real e voltou a encostar nos 4 reais dada a turbul?ncia externa.

FLUXO

A maior avers?o a risco no ambiente internacional acentuou a sa?da de recursos tradicional nessa ?poca do ano, que, no Brasil, ainda teve como adicional a mudan?a no comando do pa?s a partir de 2019 e as incertezas que circundam um novo governo.

'Bancos n?o queriam mostrar grande exposi??o ao Brasil, o que obrigou o BC a realizar v?rios leil?es de linha, embora tenha achado que a interven??o foi pouco agressiva, impactando negativamente o c?mbio', disse o ex-diretor do BC Tony Volpon, atualmente economista-chefe do UBS Brasil

Ele ponderou, contudo, que tal movimento tende a se dissipar na virada do ano e, com emiss?es de renda fixa que costumam acontecer nessa ?poca, ? poss?vel que isso alivie a press?o de alta no c?mbio.

'A expectativa do mercado em rela??o ao governo Bolsonaro segue positiva... se o exterior deixar, h? espa?o para o d?lar se acomodar mais para baixo', avaliou.

No mercado, principalmente entre agentes locais, existe a expectativa de que Bolsonaro e equipe consigam aprovar alguma reforma da Previd?ncia, que ajude no ajuste fiscal, al?m de dar prosseguimento a privatiza??es, entre outras a??es com potencial de melhora nas contas p?blicas.

'Quando o governo come?ar a atuar, o mercado perceber que reformas acontecer?o, que a sensa??o de seguran?a do pa?s est? melhor e melhorar a confian?a dos investidores, o Brasil vai descolar', avaliou a estrategista de c?mbio do Banco Ourinvest, Fernanda Consorte. 'Mas pode ocorrer o oposto', ponderou.

Escrito por Redação

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