Ameaça à queda dos juros estruturais está por trás de corte de apenas 0,5 ponto na Selic, indica BC
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Por Marcela Ayres
BRAS?LIA (Reuters) - O Banco Central reconheceu que a retra??o da demanda por conta do coronav?rus tem efeito que tende a ser 'bastante significativo' para a pol?tica monet?ria por conta do impacto na economia e que, para compens?-lo, seria necess?rio cortar os juros para al?m da redu??o de 0,5 ponto levada a cabo na semana passada.
Mas, em ata do Comit? de Pol?tica Monet?ria (Copom) publicada nesta segunda-feira, o BC apontou que o cen?rio para os juros estruturais ? outro com a dissemina??o do Covid-19, o que justificou sua op??o por indicar que o novo patamar da Selic, de 3,75%, ? adequado por ora.
'A poss?vel intera??o entre a deteriora??o do cen?rio externo, com frustra??es em rela??o ? continuidade das reformas e poss?veis altera??es de car?ter permanente no processo de ajuste das contas p?blicas, pode amea?ar a queda dos juros estruturais observada nos ?ltimos anos', trouxe a ata.
'Em vista dessa percep??o, o Comit? ponderou que uma redu??o da taxa b?sica de juros al?m de 0,50 ponto percentual poderia tornar-se contraproducente e resultar em apertos nas condi??es financeiras, com resultado l?quido oposto ao desejado', acrescentou.
No documento, o BC defendeu que essa sinaliza??o ? baseada nas informa??es dispon?veis at? o momento. Novos dados sobre a conjuntura econ?mica ser?o 'essenciais' para a autoridade monet?ria definir seus pr?ximos passos.
Na semana passada, o BC cortou a Selic em 0,5 ponto, ? sua nova m?nima hist?rica, aumentando o ritmo de afrouxamento monet?rio em resposta aos impactos econ?micos com o coronav?rus, mas j? indicando que este deve ser o novo n?vel dos juros b?sicos daqui para frente.
Esta foi a sexta redu??o consecutiva da Selic e veio ap?s corte de 0,25 ponto em fevereiro.
Na ata, o BC reconheceu que, ainda que a redu??o da Selic tenha efeitos limitados em rela??o ao est?mulo ? demanda neste momento, 'os mesmos ser?o relevantes para acelerar a recupera??o econ?mica, quando as restri??es impostas pela pandemia come?arem a arrefecer'.
O BC tamb?m frisou que seu balan?o de riscos atualmente tem vari?ncia maior do que a usual, o que 'n?o necessariamente implica gradualismo na condu??o da pol?tica monet?ria, mas que a magnitude das pr?ximas decis?es de pol?tica monet?ria esteja sujeita a maior incerteza'.
A autoridade monet?ria reiterou que vai continuar fazendo uso de todo o seu arsenal de medidas de pol?ticas monet?ria, cambial e de estabilidade financeira no enfrentamento da crise.
Somente na manh? desta segunda-feira, o BC anunciou tr?s novas medidas para aumentar a disponibilidade de recursos na economia e ajudar institui??es financeiras a atravessar a turbul?ncia atual.
Em uma delas, o BC reduziu a al?quota do compuls?rio sobre recursos a prazo de 25% para 17%, prevendo uma libera??o de 68 bilh?es de reais na economia a partir do dia 30 de mar?o.
Adicionalmente, o Conselho Monet?rio Nacional (CMN) autorizou o BC a conceder empr?stimos a institui??es financeiras garantidos em deb?ntures adquiridas entre 23 de mar?o e 30 de abril de 2020, buscando prover liquidez ao mercado secund?rio de d?vida coorporativa, afetado pelo surto do coronav?rus.
O CMN tamb?m aprovou medida que autoriza institui??es financeiras a captarem por meio de dep?sitos a prazo com garantia especial do Fundo Garantidor de Cr?dito (FGC).
A publica??o da ata com mais pistas sobre a vis?o do BC foi adiantada para esta segunda-feira, sendo que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, participar? de coletiva virtual de imprensa ?s 9h. Usualmente, a ata ? publicada na ter?a-feira seguinte ? decis?o do Copom.
Escrito por Reuters
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