Após Fed, Ibovespa bate recorde de fechamento, acima de 100 mil pontos

Por Paula Arend Laier e Peter Frontini

S?O PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou nesta quarta-feira acima dos 100 mil pontos pela primeira vez, ap?s o banco central dos Estados Unidos sinalizar um poss?vel corte na taxa de juros do pa?s neste ano.

O Ibovespa subiu 0,9%, a 100.303,41 pontos. O volume financeiro somava 15,38 bilh?es de reais. Em mar?o, o Ibovespa chegou a superar os 100 mil pontos em duas sess?es, mas apenas durante o preg?o, alcan?ando 100.438,87 pontos em 19 de mar?o, recorde intradia ainda em vigor. No melhor momento desta quarta-feira, o ?ndice chegou a 100.327,15 pontos.

O Federal Reserve manteve a taxa de juros entre 2,25% e 2,50%, mas sinalizou poss?veis cortes de at? 0,5 ponto percentual no restante do ano, diante da maior incerteza econ?mica e queda nas proje??es de infla??o.

O mercado de juros futuros dos EUA embutia expectativas de corte j? no pr?ximo m?s, com probabilidade de a taxa encerrar o ano abaixo de 1,75%.

Tal cen?rio tende a favorecer o fluxo de recursos para mercados emergentes, como o Brasil, em busca de melhores rendimentos.

'O Ibovespa segue muito barato para um cen?rio de menos juros no Brasil e no mundo', afirmou o gestor de portf?lio Guilherme Foureaux, s?cio na Paineiras Investimentos. 'Caso a reforma da Previd?ncia siga andando, acreditamos que existe potencial grande de aprecia??o da bolsa brasileira.'

A v?spera de feriado no Brasil tamb?m foi marcada por expectativa para o desfecho da reuni?o do Comit? de Pol?tica Monet?ria (Copom) do Banco Central, previsto para ap?s o fechamento da bolsa.

Economistas do Ita? Unibanco esperam que o Copom mantenha a taxa Selic em 6,5% ao ano, citando a relut?ncia da autoridade monet?ria em alterar o n?vel de est?mulo at? que haja maior clareza sobre as perspectivas de reformas econ?micas.

A equipe liderada pelo ex-BC Mario Mesquita espera que os cortes de juros venham apenas ap?s a aprova??o da reforma da Previd?ncia na primeira rodada de vota??o na C?mara dos Deputados, que eles esperam que ocorra em julho.

'Mais adiante, acreditamos que a combina??o de fraca atividade econ?mica com infla??o abaixo da meta e perspectiva inflacion?ria benigna deve abrir espa?o para est?mulos monet?rios adicionais, que levar?o a taxa Selic a 5,0% em 2019.'

DESTAQUES

- ITA? UNIBANCO PN subiu 1,6%, puxando a alta do ?ndice ap?s a sinaliza??o do Fed de poss?veis cortes na taxa de juros este ano. No setor, BRADESCO PN avan?ou 1,1%. BANCO DO BRASIL valorizou-se 1,65% e SANTANDER BRASIL ganhou 0,97%.

- SMILES caiu 4,1%, ap?s a empresa de redes de fidelidade de clientes e a sua controladora Gol encerrarem sem acordo negocia??es relacionadas ? reestrutura??o societ?ria proposta pela companhia a?rea. A Gol ressaltou que o t?rmino das tratativas n?o altera a decis?o da empresa de n?o renovar o contrato operacional com a Smiles. As preferenciais da Gol fecharam em alta 2,7%, revertendo perdas iniciais.

- NATURA saltou 5,3% na ponta superior, diante de not?cia de que a fabricante de cosm?ticos obteve na justi?a direito a benef?cio fiscal. Segundo o jornal Valor Econ?mico, ela obteve no Tribunal Regional Federal (TRF) da 3? Regi?o, em S?o Paulo, o direito de excluir da base de c?lculo do IRPJ e da CSLL at? 60% de seus gastos com atividades de pesquisa tecnol?gica e desenvolvimento de inova??o tecnol?gica.

- PETROBRAS PN e PETROBRAS ON fecharam em alta de 0,3% e 0,75%, respectivamente, tamb?m acompanhando a melhora no preg?o como um todo, em dia de pequenas varia??es nos pre?os do petr?leo, no exterior.

- JBS avan?ou 3,2% ap?s quatro sess?es de queda, assim como BRF subiu 1,4% e MARFRIG cedeu 1,4%.

-RUMO valorizou-se 3,7%, tamb?m entre as maiores altas. Estrategistas do Ita? BBA adicionaram as a??es na sua carteira TOP 5, diante de potencial efeito benigno no custo de capital da empresa com uma eventual redu??o nos juros, al?m de prov?vel exporta??o de safra recorde de milho do pa?s.

- VALE subiu 0,6% com nova alta nos pre?os do min?rio de ferro na China e an?ncio da mineradora de que retomar? a integralidade das opera??es a ?mido na mina de Brucutu (MG), ap?s decis?o do presidente do Superior Tribunal de Justi?a (STJ) contra uma liminar que suspendia as atividades da barragem Laranjeiras.