Após meses de espera, Amazon.com inicia vendas diretas no Brasil com 11 categorias de produtos

Por Gabriela Mello

S?O PAULO (Reuters) - A varejista norte-americana Amazon.com inicia nesta ter?a-feira as vendas diretas de 11 categorias de produtos a partir do seu novo centro de distribui??o em Cajamar (SP), em mais um passo da t?o aguardada expans?o das opera??es na maior economia da Am?rica Latina.

O lan?amento ocorre ap?s v?rios meses de espera e confirma reportagens veiculadas pela Reuters no ?ltimo ano sobre os esfor?os da gigante para superar os desafios log?sticos inerentes a um pa?s t?o extenso quanto o Brasil e avan?ar com o chamado Fulfillment by Amazon (FBA).

'Lan?amos com 320 mil produtos diferentes em invent?rio, sendo 200 mil livros... Nossa obsess?o ? sempre aumentar esse cat?logo e ter tudo aquilo que o brasileiro procura e quer comprar na internet', afirmou ? Reuters o presidente da Amazon no Brasil, Alex Szapiro.

Ainda segundo o executivo, embora o momento coincida com o in?cio de um novo governo, a decis?o nada tem a ver com pol?tica ou macroeconomia. 'Temos sido otimistas no Brasil h? anos... Eram outros governos quando tomamos decis?es l? atr?s, ent?o para n?s n?o influencia em nada', explicou.

A Amazon.com desembarcou no Brasil em 2012, concentrando-se inicialmente na venda de livros digitais e f?sicos, e come?ou a adicionar novas categorias a partir de 2017 por meio da venda de produtos de terceiros.

A companhia n?o informa o tamanho da base de vendedores do marketplace, que ganhar? quatro novas verticais a partir desta ter?a-feira: beb?s, brinquedos, beleza e cuidado pessoal. Essas e outras sete estar?o dispon?veis na plataforma de venda direta, amplamente conhecida como 1P dentro o jarg?o de varejo.

'Temos mais de 800 fornecedores/marcas distintos para venda direta', acrescentou Szapiro, sem entrar em detalhes sobre as negocia??es.

Em novembro, a Reuters noticiou que os esfor?os da Amazon para iniciar a venda direta no Brasil esbarravam em um complexo sistema tribut?rio, log?stica complicada e rela??es ?rduas com fornecedores. Na ocasi?o, fontes citaram a pouca flexibilidade por parte da gigante varejista como um dos principais entraves.

'Como toda boa negocia??o, voc? se senta e quer ter as melhores condi??es para oferecer ao cliente... Nunca tem uma em que n?o haja discuss?o sobre os termos', comentou o executivo ao ser questionado sobre o tom das conversas.

Exceto livros, cuja distribui??o seguir? sob os cuidados da operadora log?stica Luft em Barueri (SP), os demais itens para venda direta ser?o despachados a partir do galp?o log?stico em Cajamar, segundo ele.

Com 47 mil metros quadrados, o equivalente a 10 campos de futebol, a instala??o ? fruto de uma parceria com a tamb?m norte-americana Prologis, conforme antecipou a Reuters mais de 11 meses atr?s.

Szapiro n?o revelou o investimento nem o n?mero de pessoas contratadas para o lan?amento da plataforma 1P, mas disse que a Amazon emprega mais de 1.400 pessoas direta e indiretamente somadas todas as opera??es no Brasil.

Em relat?rio divulgado na segunda-feira, os analistas do BTG Pactual Fabio Monteiro e Luiz Guanais destacaram que o foco maior da Amazon no segmento de venda direta significa que a empresa est? pronta para fortalecer os investimentos, potencialmente via parcerias com operadores e transportadoras que atuam no regime conhecido como '?ltima milha', em que produtos comprados pela internet s?o entregues em poucas horas.

Eles ponderaram, contudo, que a companhia dever? adotar uma 'abordagem gradual', dada a concorr?ncia acirrada de varejistas j? bem estabelecidas no mercado brasileiro. 'Esse cen?rio deve impedir a Amazon de crescer r?pido no Brasil. Em nosso estudo, ela compete por uma participa??o de mercado de duplo d?gito baixo', escreveram.

Mesmo assim, as a??es de empresas de com?rcio eletr?nico reagiram negativamente ? expectativa de lan?amento da plataforma 1P da Amazon, com B2W, Magazine Luiza e Lojas Americanas entre os destaques negativos do Ibovespa na segunda-feira.