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Araújo critica embaixador chinês, mas diz que Eduardo não representa o governo

Araújo critica embaixador chinês, mas diz que Eduardo não representa o governo

Reuters

19/03/2020

Placeholder - loading - Chanceler Ernesto Araújo ie embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, se cumprimentam durante seminário em Brasília 25/04/2019 REUTERS/Adriano Machado
Chanceler Ernesto Araújo ie embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, se cumprimentam durante seminário em Brasília 25/04/2019 REUTERS/Adriano Machado

Atualizada em  19/03/2020

Por Lisandra Paraguassu

BRAS?LIA (Reuters) - O ministro das Rela??es Exteriores, Ernesto Ara?jo, criticou o embaixador da China no Brasil por ter retuitado coment?rio de um seguidor que chamava a fam?lia Bolsonaro de 'veneno', antes de dizer que as posi??es do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, n?o refletem as do governo brasileiro.

Em uma nota divulgada em sua conta no Twitter, Ara?jo concentra o texto em cr?ticas ao enviado chin?s.

'As cr?ticas do deputado Eduardo Bolsonaro ? China, feitas tamb?m em postagens ontem ? noite, n?o refletem a posi??o do governo brasileiro. Cabe lembrar, entretanto, que em nenhum momento ele ofendeu o chefe de Estado chin?s. A rea??o do embaixador foi, assim, desproporcional e feriu a boa pr?tica diplom?tica', escreveu Ara?jo.

O embaixador da China apagou o retu?te sobre a fam?lia Bolsonaro antes da nota do chanceler.

Em seguida, o deputado Eduardo Bolsonaro tamb?m distribuiu uma nota em sua conta no Twitter, em tom semelhante ? do chanceler. Apesar de dizer que n?o quis ofender o povo chin?s, Eduardo afirma que n?o viu nos posts do embaixador resposta ?s suas cr?ticas, mas apenas irrita??o e ofensas a sua fam?lia.

O deputado tamb?m deixa claro que n?o fala em nome do governo brasileiro, mas reafirma cr?ticas ? maneira como a China lidou com a epidemia.

'As vidas das pessoas devem vir em primeiro lugar, n?o os interesses do Estado. N?o desejamos problemas com a China, e certamente o pa?s asi?tico tamb?m n?o busca conflitos com o Brasil', escreveu.

Eduardo se manteve afastado da rede social desde a noite de quarta-feira, apesar de normalmente ser extremamente ativo nas redes pela manh?. Seu primeiro tu?te do dia foi a nota sobre as cr?ticas ao governo chin?s.

Ao compartilhar na v?spera uma sequ?ncia de tu?tes sobre a maneira que a China tratou o in?cio da epidemia de coronav?rus, Eduardo escreveu que o pa?s era respons?vel pela epidemia por esconder informa??es -- o que disse representar a??es t?picas de uma ditadura.

A embaixada da China reagiu em sua conta no Twitter e na conta pessoal do embaixador, exigindo um pedido de desculpas e afirmando que Eduardo repetia as a??es de seus 'amigos' norte-americanos, al?m de dizer que o deputado havia contra?do um 'v?rus mental' durante viagem a Miami.

Em seu posicionamento, Ara?jo afirma que j? comunicou ao embaixador a 'insatisfa??o do governo brasileiro com seu comportamento', mas acrescenta que ir? conversar com Eduardo e com o pr?prio embaixador para promover um 'reentendimento rec?proco'.

De acordo com fontes ouvidas pela Reuters, o tu?te de Eduardo causou estupefa??o dentro do Itamaraty, mas a ordem at? agora era sil?ncio total.

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o vice-presidente Hamilton Mour?o, que ? presidente do Conselho Sino-brasileiro, tamb?m disse que a fala de Eduardo n?o representa o governo brasileiro.

'O Eduardo Bolsonaro ? um deputado. Se o sobrenome dele fosse Eduardo Bananinha, n?o era problema nenhum. S? por causa do sobrenome. Ele n?o representa o governo', disse ? Folha.

CONGRESSO

Depois das desculpas do presidente da C?mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ?s declara??es de Eduardo Bolsonaro, o Senado se manifestou oficialmente na tarde desta ter?a.

Em fun??o de estar em autoisolamento por estar infectado com o novo coronav?rus, o presidente do Senado e do Congresso, Davi Alcolumbre (DEM-AP), pediu ao primeiro-vice-presidente do Senado, Antonio Anastasia (PSD-MG), apresentar as desculpas da Casa ? China.

'Apresento a Vossa Excel?ncia e a todo o povo chin?s, em meu nome e em nome do Congresso Nacional, nosso respeito, solidariedade e tamb?m nossas desculpas, reafirmando que nenhum obst?culo poder? separar nossos povos no combate a uma doen?a t?o intensa e arrasadora', disse Anastasia em carta endere?ada ao presidente da China, Xi Jinping.

(Reportagem adicional de Maria Carolina Marcello)

Reuters

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