Arrecadação federal sobe 2,95% e tem melhor julho em 8 anos, diz Receita

BRAS?LIA (Reuters) - A arrecada??o do governo federal teve crescimento real de 2,95 por cento em julho sobre igual m?s de 2018, a 137,735 bilh?es de reais, divulgou a Receita Federal nesta quinta-feira, no melhor dado para o per?odo desde 2011, beneficiado por mais tributos recolhidos de empresas.

Em apresenta??o, a Receita informou que houve uma arrecada??o considerada extraordin?ria com Imposto de Renda Pessoa Jur?dica/Contribui??o Social Sobre Lucro L?quido (CSLL) de 3,2 bilh?es de reais no m?s, contribuindo para a alta real de 21% desta linha sobre julho do ano passado.

Em coletiva de imprensa, o chefe do Centro de Estudos Tribut?rios e Aduaneiros da Receita, Claudemir Malaquias, afirmou que a arrecada??o extraordin?ria veio por conta de reorganiza??es societ?rias.

'Elas t?m que recolher a realiza??o do ganho de equival?ncia patrimonial, que est? sujeita ? tributa??o do IR e da CSLL', disse ele, que n?o especificou as companhias, limitando-se a dizer que n?o 'foi uma nem foram muitas, foram poucas empresas'.

Tamb?m afetou positivamente o resultado do m?s a expans?o de 2,47% registrada na arrecada??o com Cofins/PIS-Pasep, num acr?scimo de 648 milh?es de reais na compara??o anual.

Entre os destaques positivos, aparecem em seguida a arrecada??o com Imposto de Renda Retido na Fonte-Rendimentos do Trabalho, que cresceu 3,59% sobre julho de 2018, ou 334 milh?es de reais, e com o IOF (Imposto sobre Opera??es Financeiras), com eleva??o de 9,85%, aumento de 305 milh?es de reais.

Nos sete primeiros meses do ano, a arrecada??o teve alta real de 1,97%, a 895,330 bilh?es de reais. Na s?rie corrigida pela infla??o, 2019 teve o melhor desempenho para o acumulado desde 2014 (+905,371 bilh?es de reais).

Antes dos dados de julho, o governo havia ampliado o congelamento nos gastos do Executivo para mais de 30 bilh?es de reais para assegurar o cumprimento da meta fiscal deste ano, ap?s as revis?es para baixo para o comportamento da economia terem afetado negativamente a perspectiva de arrecada??o.

Nesta quinta-feira, inclusive, o Minist?rio da Economia publicou uma portaria em que adotou medidas de ampla racionaliza??o de gastos em meio ao aperto fiscal da Uni?o, limitando despesas e suspendendo novas contrata??es neste ano com treinamento, consultorias, obras f?sicas, est?gios, di?rias e passagens internacionais.

A meta de d?ficit prim?rio neste ano ? de 139 bilh?es de reais para o governo central, mas membros da equipe econ?mica t?m sinalizado que um resultado melhor poder? vir com iniciativas como o leil?o de excedente da ?rea petrol?fera da cess?o onerosa.

Esses recursos, contudo, s? devem entrar no caixa do governo nos ?ltimos dias de 2019 caso o cronograma do certame consiga ser cumprido conforme o esperado.

(Por Marcela Ayres)