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Assembleia aprova venda de divisão de aviação comercial da Embraer para Boeing

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S?O PAULO (Reuters) - A venda do controle da divis?o de avia??o comercial da Embraer para a Boeing foi aprovada nesta ter?a-feira por assembleia de acionistas da fabricante brasileira, que ficar? com apenas 20 por cento de sua principal geradora de recursos.

A assembleia contou com participa??o de detentores de cerca de 67 por cento das a??es em circula??o da Embraer e 96,8 por cento dos votos considerados como v?lidos foram favor?veis ao neg?cio, informou a companhia brasileira.

Por?m, sindicatos de metal?rgicos da empresa em S?o Paulo afirmaram que v?o pedir a suspens?o dos efeitos da assembleia, alegando que ocorreu de maneira irregular.

Al?m da venda de 80 por cento da divis?o de avia??o comercial, o neg?cio inclui a forma??o de uma joint-venture para promo??o e venda do cargueiro KC-390. Neste caso, a Embraer ficar? com 51 por cento das a??es da parceria para o cargueiro e a Boeing com o restante.

A assembleia s? foi realizada na data marcada desta ter?a-feira depois que a presidente do Tribunal Regional Federal da 3? Regi?o, Terezinha Cazerta, derrubou durante a madrugada liminar que impedia a realiza??o da reuni?o dos acionistas. A liminar tinha sido pedida por sindicatos de metal?rgicos, que afirmam que o neg?cio representa uma amea?a aos interesses nacionais.

Essa interven??o de Cazerta motivou os sindicatos de metal?rgicos de S?o Jos? dos Campos, Araraquara e Botucatu, em S?o Paulo, a considerarem que a assembleia ocorreu em 'ambiente irregular'.

'A ju?za chamou para si uma decis?o que obrigatoriamente deveria ser tomada pelo desembargador Souza Ribeiro, que j? havia sido sorteado para julgar o caso Boeing?Embraer. A medida adotada pela ju?za ? inconstitucional.?Com base nesse fato, os sindicatos pedir?o a suspens?o dos efeitos da assembleia', afirmou o Sindicato dos Metal?rgicos de S?o Jos? dos Campos, que abriga a principal f?brica da Embraer no pa?s.

A opera??o tamb?m era questionada pela Associa??o Brasileira de Investidores (Abradin), que defendia que a transa??o deveria ter disparado uma oferta p?blica a todos os acionistas da Embraer.

O presidente da Abradin, Aur?lio Valporto, afirmou que a entidade vai avaliar que medidas vai tomar ap?s a assembleia. Segundo ele, acionistas detentores de cerca de 430 milh?es de a??es estavam presentes na assembleia. Destes, um quarto se manifestou, sendo 96,8 por cento dessa parcela se mostrando favor?vel ao neg?cio.

'Na verdade a aprova??o foi feita por 13 por cento dos votos do total de acionistas porque o resto s?o acionistas que n?o foram, gente que se absteve e no fim foi 96,8 por cento dos que votaram. Acontece que esses 96,8 por cento equivalem a 13 por cento dos acionistas totais?, disse Valporto.

Para o vice-presidente-executivo de Finan?as da Embraer, Nelson Salgado, alvo de questionamentos da Comiss?o de Valores Mobili?rios (CVM) por causa da forma como a empresa divulgou informa??es ao mercado sobre as negocia??es, os acionistas da Embraer 'reconheceram os benef?cios da parceria com a Boeing na avia??o comercial e na promo??o do avi?o multimiss?o KC-390'. Al?m disso, os acionistas 'compreenderam as oportunidades que existem nos neg?cios da avia??o executiva e defesa?, acrescentou.

Por volta de 14:20, as a??es da Embraer subiam 3,2 por cento, a 20,02 reais. Mais cedo, os pap?is mostravam valoriza??o de 4,3 por cento, a 20,24 reais, perto da m?xima da sess?o, de 20,29 reais.

Em 2018, a a??o da Embraer acumulou valoriza??o de 9 por cento. A Embraer anunciou formalmente tratativas com a Boeing em meados do ano passado.

A transa??o avalia a divis?o de avia??o comercial da Embraer em 5,26 bilh?es de d?lares e contempla um valor de 4,2 bilh?es de d?lares pela participa??o de 80 por cento da Boeing.

Os neg?cios de defesa e jatos executivos e as opera??es de servi?os da Embraer associados a esses produtos permanecer?o como uma empresa independente e de capital aberto.

Em meados de janeiro, a Embraer informou que espera que suas receitas caiam em cerca de 50 por cento em 2020 diante da separa??o da divis?o comercial do restante da empresa. A companhia tamb?m afirmou que espera reverter um fluxo de caixa negativo de 2018, com o efeito da entrada de recursos da Boeing e previu fluxo positivo de 1 bilh?o de d?lares com a conclus?o da opera??o.

Com o acordo, os acionistas da Embraer receber?o cerca de 35 por cento dos recursos da Boeing.

(Por Alberto Alerigi Jr., com reportagem adicional de Rodrigo Viga Gaier, no Rio de Janeiro)

Escrito por Redação

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