Ataques aéreos atingem hospitais e campos do noroeste da Síria e sobrecarregam socorro

Por Eric Knecht e Stephanie Nebehay

BEIRUTE/GENEBRA (Reuters) - Ataques a?reos do governo atingiram hospitais e campos de pessoas deslocadas no noroeste da S?ria e mataram cerca de 300 civis em meio a uma ofensiva das for?as do presidente Bashar al-Assad contra o ?ltimo basti?o dos rebeldes, disse a Organiza??o das Na??es Unidas (ONU) nesta ter?a-feira.

Autoridades da ONU disseram que as ag?ncias de assist?ncia est?o sobrecarregadas pela crise humanit?ria --quase um milh?o de civis, a maioria mulheres e crian?as, fugiu rumo ? fronteira da Turquia em meio ao inverno rigoroso para escapar da viol?ncia.

'Civis em fuga dos combates est?o sendo espremidos em ?reas sem abrigo seguro que est?o encolhendo de tamanho a cada hora. E ainda assim s?o bombardeados. Eles simplesmente n?o t?m para onde ir', disse a chefe de direitos humanos da ONU, Michelle Bachelet, em um comunicado.

Enquanto isso, avi?es de guerra s?rios e russos mantiveram seus ataques contra a cidade de Darat Izza, na prov?ncia de Aleppo, nesta ter?a-feira, disseram testemunhas, um dia depois de dois hospitais da ?rea sofrerem danos graves.

No Hospital Al Kinana, paredes derrubadas e cabos m?dicos e suprimentos empoeirados ficaram espalhados depois que dois funcion?rios foram feridos na segunda-feira, contaram testemunhas.

Em um pronunciamento na televis?o nacional no mesmo dia, Assad disse que os avan?os militares r?pidos eram um prel?dio da derrota eventual da insurg?ncia de nove anos que o enfrenta, mas que isso ainda pode levar algum tempo. As fac??es rebeldes incluem insurgentes apoiados pelos turcos e por militantes jihadistas.

A ofensiva tamb?m prejudicou uma coopera??o fr?gil entre Ancara e Moscou, que apoiam lados opostos da guerra. Eles come?aram uma nova rodada de conversas em Moscou na segunda-feira depois das exig?ncia turcas de que o Ex?rcito s?rio recue e que um cessar-fogo seja anunciado.

Indagado se a S?ria e sua aliada R?ssia est?o visando civis e edif?cios protegidos deliberadamente, o porta-voz de direitos humanos da ONU, Rupert Colville, respondeu: 'A quantidade enorme de ataques a hospitais, instala??es m?dicas e escolas levaria a crer que eles n?o podem ser todos acidentais.'

Os ataques podem constituir crimes de guerra, disse Colville em um briefing em Genebra.

O escrit?rio de direitos humanos da ONU disse ter registrado 299 mortes de civis desde 1? de janeiro, cerca de 93% delas causadas pelo governo s?rio e seus aliados.