Atividade econômica tem forte contração de 5,90% em março e cai 1,95% no 1º tri, aponta BC
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Por Camila Moreira
S?O PAULO (Reuters) - Os impactos das restri??es devido ?s medidas de conten??o do coronav?rus pesaram com for?a sobre a economia brasileira e o ?ndice de atividade do Banco Central sofreu em mar?o a maior contra??o da s?rie hist?rica, indicando recuo de quase 2% no primeiro trimestre.
O ?ndice de Atividade Econ?mica do Banco Central (IBC-Br), considerado sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), teve queda em mar?o de 5,90% na compara??o com fevereiro, em dados dessazonalizados informados pelo BC nesta sexta-feira.
Foi o resultado negativo mais intenso na s?rie hist?rica do IBC-Br iniciada em 2003, ainda que melhor do que a expectativa em pesquisa da Reuters de recuo de 6,95%.
O desempenho apagou o ganho de 0,32% em fevereiro, em dado revisado pelo BC ap?s divulgar alta de 0,35% anteriormente.
Com isso, os tr?s primeiros meses do ano terminaram com perda de 1,95% sobre o trimestre anterior, pior resultado para um trimestre fechado desde o segundo trimestre de 2015 (-2,34%), mostrando que o coronav?rus jogou por terra qualquer expectativa positiva que existisse no in?cio do ano.
O IBGE divulgar? os dados do PIB do primeiro trimestre em 29 de maio.
Na compara??o com mar?o de 2019, o IBC-Br apresentou perda de 1,52% e, no acumulado em 12 meses, teve avan?o de 0,75%, segundo n?meros observados.
Embora o fechamento de ind?strias e empresas no Brasil, al?m da determina??o que as pessoas fiquem em casa, j? tenham afetado a economia em mar?o, os impactos devem ser ainda mais pronunciados em abril.
Em mar?o, o per?odo de confinamento n?o compreendeu todo o m?s e variou em todo o pa?s, sendo intensificado no fim do m?s.
'O resultado da atividade real no primeiro trimestre de 2020 foi fraco, mas n?o representa o cen?rio para a economia j? que o impacto do Covid-19 foi sentido principalmente durante a segunda metade de mar?o', ressaltou Alberto Ramos, diretor de pesquisas econ?micas para a Am?rica Latina do Goldman Sachs, calculando retra??o de 1,4% do PIB no primeiro trimestre sobre o per?odo anterior.
'Al?m disso, a atividade tamb?m ser? negativamente impactada pelo forte aperto das condi??es financeiras dom?sticas, r?pido enfraquecimento da demanda externa e deteriora??o do com?rcio', completou.
A produ??o industrial do Brasil despencou 9,1% em mar?o na compara??o com o m?s anterior, indicando ainda mais perdas para o m?s seguinte.
J? o setor de servi?os do Brasil apresentou em mar?o o maior recuo na s?rie hist?rica diante do isolamento social, de 6,9% em rela??o a fevereiro.
Por outro lado, as vendas de supermercados e artigos farmac?uticos limitaram as perdas do varejo brasileiro no m?s, que registrou recuo de apenas 2,5%.
A atividade econ?mica do pa?s chegou a dar sinais positivos no come?o do ano, mas todo esse cen?rio foi desmantelado pelas consequ?ncias da pandemia em meio a f?rias coletivas, paralisa??es, menor demanda e isolamento social.
Nesta semana, o Minist?rio da Economia passou a projetar contra??o do PIB em 2020 de 4,7%, contra alta de 0,02% vista em mar?o. Esse seria o pior resultado da s?rie hist?ria que come?ou em 1900.
Por sua vez, o BC destacou que v? queda forte do PIB na primeira metade deste ano, seguida de uma recupera??o gradual a partir do terceiro trimestre.
Na semana passada, o BC reduziu a taxa b?sica de juros acima do esperado, ? m?nima hist?rica de 3% ao ano, e sinalizou um ?ltimo corte ? frente para complementar o est?mulo monet?rio necess?rio em meio aos impactos da pandemia de coronav?rus na economia.
A pesquisa Focus mais recente do Banco Central mostra que o mercado j? prev? contra??o de 4,11% para a economia este ano, indo a um crescimento de 3,20% em 2021.
Escrito por Reuters
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