Atividade manufatureira nos EUA cai pela primeira vez em três anos
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Por Lucia Mutikani
WASHINGTON (Reuters) - A atividade manufatureira dos Estados Unidos sofreu contra??o pela primeira vez em tr?s anos em agosto, com novos pedidos e contrata??es diminuindo ? medida que as tens?es comerciais pesaram sobre a confian?a empresarial, o que pode renovar temores de uma forte desacelera??o econ?mica.
Outros dados divulgados nesta ter?a-feira mostraram que os gastos com constru??o tiveram apenas leve alta em julho. N?meros sobre gastos do consumidor tinham sugerido que, embora a economia estivesse desacelerando, n?o perdia for?a t?o rapidamente quanto o sinalizado pelos mercados financeiros.
O Instituto de Gest?o do Fornecimento (ISM, na sigla em ingl?s) informou que seu ?ndice de atividade fabril nacional caiu para 49,1 no m?s passado, ante 51,2 em julho. Leituras abaixo de 50 indicam contra??o no setor manufatureiro, respons?vel por cerca de 12% da economia dos EUA.
O m?s passado marcou a primeira vez desde agosto de 2016 em que o ?ndice ficou abaixo do limite de 50.
A leitura de agosto tamb?m foi a mais baixa desde janeiro de 2016 e representou o quinto decl?nio mensal consecutivo do ?ndice.
O ISM informou que houve 'uma queda not?vel na confian?a empresarial', acrescentando que 'a quest?o comercial continua sendo a mais significativa, indicada pela forte contra??o nos novas encomendas de exporta??o'.
Economistas consultados pela Reuters haviam estimado que o ?ndice ISM cairia para 51,0 em agosto.
A guerra comercial EUA-China, que dura um ano, est? corroendo o sentimento empresarial, com o investimento nessa ?rea contraindo no segundo trimestre pela primeira vez em mais de tr?s anos.
Isso, juntamente com um aumento nos estoques, est? minando a atividade manufatureira, com a produ??o em queda por dois trimestres seguidos.
O fraco investimento em manufatura e empresarial est? anulando parte do impulso ? economia vindo de fortes gastos do consumidor. Uma nova rodada de tarifas dos EUA sobre importa??es de produtos chineses --principalmente mercadorias de consumo, como roupas, cal?ados e televis?es-- entrou em vigor em 1? de setembro. Espera-se que esses impostos reduzam os gastos dos consumidores. Os EUA devem impor tarifas adicionais em dezembro.
Com as tens?es comerciais ainda ativas e como pano de fundo, o Federal Reserve dever? reduzir as taxas de juros novamente neste m?s para sustentar a maior expans?o econ?mica da hist?ria dos EUA.
O Fed, banco central dos EUA, reduziu sua taxa de juros em 25 pontos-base em julho, na primeira queda desde 2008, citando tens?es comerciais e desacelera??o do crescimento global. Os mercados financeiros preveem 100% de chance de outro corte de 25 pontos-base na reuni?o dos dias 17 e 18 de setembro.
O sub?ndice de novos pedidos do ISM caiu para 47,2 no m?s passado, n?vel mais baixo desde junho de 2012, de 50,8 em julho. O ?ndice de emprego nas f?bricas cedeu para 47,4, leitura mais fraca desde mar?o de 2016, ante 51,7 em julho.
Os ?ndices de a??es dos EUA ampliaram as perdas ap?s os dados. Os rendimentos dos t?tulos do Tesouro dos EUA ca?ram.
Em um relat?rio separado divulgado nesta ter?a-feira, o Departamento de Com?rcio informou que os gastos com constru??o subiram 0,1%. Os dados de junho foram revisados ??para mostrar queda de 0,7%, ante baixa de 1,3% relatada anteriormente.
Economistas consultados pela Reuters previam que os gastos com constru??o aumentariam 0,3% em julho. Na compara??o anual, os gastos com constru??o ca?ram 2,7%.
O investimento em obras p?blicas aumentou 0,4%, ap?s cair 3,1% em junho. Os gastos com projetos de constru??o privados ca?ram 0,1% em julho, revertendo o ganho de 0,1% em junho.
Escrito por Redação
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