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Ausente, líder nas pesquisas Bolsonaro é alvo preferencial em último debate antes do 1º turno

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Por Maria Carolina Marcello

(Reuters) - Candidatos ? Presid?ncia da Rep?blica tiveram como alvo preferencial o presidenci?vel Jair Bolsonaro (PSL) no debate da TV Globo, na noite de quinta-feira, e refor?aram apelos aos eleitores pelos votos ?til e de convic??o.

Marina Silva, candidata pela Rede, foi a primeira a desferir uma alfinetada direcionada a Bolsonaro. A presidenci?vel chegou a dizer, no momento em que os concorrentes faziam perguntas sobre tema livre entre si, que teria uma quest?o para o candidato do PSL, mas n?o seria poss?vel faz?-la porque ele ?amarelou?.

?Eu ia fazer essa pergunta tamb?m para o candidato Bolsonaro, que mais uma vez amarelou, deu uma entrevista na Record e n?o est? aqui debatendo conosco?, disse Marina, antes de questionar Fernando Haddad (PT) sobre os ?ndices de rejei??o que ele e o candidato do PSL acumulam.

Depois, foi a vez de Ciro Gomes (PDT) questionar a aus?ncia do primeiro colocado nas pesquisas, e sua entrevista ? emissora concorrente.

?Meirelles, eu gostaria de fazer essa pergunta que vou lhe fazer ao candidato Bolsonaro?, disse Ciro, no momento em que fazia uma pergunta ao candidato do MDB, Henrique Meirelles.

?Ele hoje est? de alta, deu entrevista longa, muito maior do que estamos conversando aqui... e fugiu. Voc? acha correto que um homem que quer ser presidente do Brasil n?o se submeta ao debate??, questionou.

Meirelles aproveitou a deixa, e respondeu que n?o, que o advers?rio do PSL estava fugindo do debate e de seu compromisso com a popula??o.

?N?o ? meramente um debate, ? a quest?o de estar aqui sujeito a cr?ticas, sujeito a discord?ncias, muitas vezes at? ofensas ou coisas injustas ou falsas, mas cada um de n?s est? aqui enfrentando isso com seriedade e com respeito ao eleitor.?

Bolsonaro decidiu, ap?s orienta??o m?dica, n?o comparecer ao debate, o ?ltimo antes do primeiro turno das elei??es. O presidenci?vel sofreu atentado a faca no in?cio de setembro, passou por duas cirurgias e um per?odo internado.

A recomenda??o de seus cirurgi?es n?o o impediu, no entanto, de conceder entrevista ? TV Record, exibida no mesmo hor?rio do debate, al?m de duas entrevistas mais cedo a r?dios nordestinas e ainda uma transmiss?o ao vivo pelo Facebook, atividade que vem cumprindo assiduamente desde segunda-feira.

O candidato pelo PSOL, Guilherme Boulos, tamb?m fez uma cr?tica indireta a Bolsonaro quando aproveitou uma oportunidade para alertar para o perigo de uma nova ditadura no pa?s.

?N?o d? para a gente fingir que est? tudo bem, h? meses estamos fazendo uma campanha que est? marcada pelo ?dio. Faz 30 anos que esse pa?s saiu de uma ditadura. Muita gente morreu, muita gente foi torturada. Tem m?e que n?o conseguiu enterrar seu filho at? hoje?, disse o presidenci?vel.

?Faz 30 anos, mas acho que a gente nunca esteve t?o perto disso que aconteceu naquele momento... Sempre come?a assim, arma, tudo se resolve na porrada, dizer que a vida do ser humano n?o vale nada. Temos que dar um grito, botar a bola no ch?o e dizer ? ditadura nunca mais?.?

ALTERNATIVA

Por fora das cr?ticas ao primeiro colocado nas pesquisas, houve ainda uma tentativa, entre os candidatos, de se colocarem como uma op??o vi?vel e alternativa ao quadro de disputa polarizada que se desenha apontando um segundo turno entre Bolsonaro e Haddad.

?H? quatro anos o nosso pa?s est? parado, paralisado por uma crise pol?tica assentada no ?dio, no desfazimento de um pelo outro. E agora esse filme parece que est? querendo se repetir?, disse Ciro, citando as pesquisas em que figura numericamente como terceiro colocado e pedindo o voto do telespectador.

?Aprofundar essa divis?o simplesmente n?o permitir? o Brasil se reconciliar... ganho do Haddad e do Bolsonaro no segundo turno, mas preciso do seu voto no primeiro turno.?

Na mesma linha, Alckmin disse n?o acreditar que o PT ou o candidato do PSL sejam capazes de tirar o pa?s da crise e promover as reformas que considera essenciais para uma retomada do crescimento e da gera??o de empregos.

Em uma pergunta sobre o custo Brasil, ap?s citar medidas que considerava importantes, como o combate ? burocracia, acrescentou que para reduzi-lo seria necess?rio ?n?o eleger nem o PT e nem o Bolsonaro, porque nenhum dos dois vai resolver a crise, podem ? agravar a crise, isso sim?.

?J? tivemos a experi?ncia do PT e vimos o resultado?, disse Alckmin. ?O caminho tamb?m n?o ? o radical de direita, que n?o tem a menor sensibilidade.?

Marina bateu na mesma tecla e afirmou que n?o haver? condi??es de governar o pa?s se a atual polariza??o for mantida.

?A permanecer essa guerra em que alguns est? votando por medo do Bolsonaro, e outros est?o votando por medo do Haddad, ou est?o votando porque t?m raiva de um ou de outro, o Brasil vai ficar quatro anos vivendo uma situa??o de completa instabilidade econ?mica, pol?tica e social?, disse.

Pesquisa Datafolha divulgada na noite da quinta-feira apontou que Bolsonaro ampliou a vantagem na lideran?a da corrida presidencial. O candidato do PSL passou a 35 por cento, seguido por Haddad, com 22 por cento.

Numericamente em terceiro lugar vem Ciro, com 11 por cento, seguido de Alckmin, com 8 por cento, e Marina, com 4 por cento.

ZONA DE CONFORTO

Tamb?m alvo de ataques dos advers?rios, principalmente relacionadas ? corrup??o, Haddad, quando p?de, preferiu n?o se arriscar muito e evitar qualquer desgaste pol?tico.

O debate promovido pela TV Globo permitia que os candidatos escolhessem a quem dirigir suas perguntas --nas quatro oportunidades que teve, Haddad escolheu Ciro e Boulos, integrantes do mesmo campo pol?tico que o petista.

Ainda que n?o tenha iniciado sua primeira fala no debate com a tradicional lembran?a de que representa o ex-presidente Luiz In?cio Lula da Silva, impedido de disputar o Planalto pela Justi?a Eleitoral com base na Lei da Ficha Limpa, Haddad fez uma defesa veemente do tutor e de sua gest?o quando provocado.

O primeiro a provocar uma rea??o do petista foi Alvaro Dias (Podemos), que em duas ocasi?es afirmou ter uma carta a ser entregue a Lula, preso em Curitiba ap?s condena??o no caso do triplex no Guaruj?, que seria o verdadeiro candidato do PT. Haddad pediu ?compostura? e o alertou que fazia ?brincadeira com coisa muito s?ria?.

Mais adiante, em embate com Marina, Haddad reafirmou posi??o de que Lula ? um preso pol?tico e disse representar um projeto que deu certo. Questionado pela candidata da Rede, lembrou que est? em campanha h? apenas 20 dias. Instado pela ex-senadora a fazer uma auto-cr?tica, disse j? ter reconhecido ?erros? e a necessidade de ?ajustes?.

?Mas eu n?o vou jogar a crian?a com a ?gua do banho, eu sei o que foram os 12 anos do governo do PT?, defendendo os governos do partido.

Apesar da defesa de Lula, Haddad aproveitou o debate ocorrido a menos de 60 horas do in?cio da vota??o para tentar mostrar mais de si para o eleitor, Disse viver do sal?rio de professor, ser neto de um l?der religioso e filho de um agricultor familiar.

Escrito por Redação

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