Bachelet, da ONU, diz ser contrária à liberação de armas sem controle e que órgão monitora Brasil de perto

GENEBRA (Reuters) - A alta comiss?ria das Na??es Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, afirmou nesta quarta-feira ser contr?ria ? libera??o de armas sem controle para a popula??o e disse que armas s?o muito perigosas 'nas m?os de pessoas que n?o sabem us?-las corretamente'.

Bachelet, que tamb?m ? ex-presidente do Chile, respondeu ao ser questionada sobre como o ?rg?o que chefia dentro da Organiza??o das Na??es Unidas (ONU) v? as propostas do presidente eleito Jair Bolsonaro.

'At? agora n?o vimos nada ainda, foi s? um an?ncio, veremos o que acontece depois', disse Bachelet em Genebra, acrescentando que o ?rg?o est? monitorando o Brasil de perto, assim como todos demais pa?ses.

O presidente eleito defendeu publicamente ao longo da campanha a flexibiliza??o do porte de armas para permitir que o cidad?o se defenda.

Bachelet tamb?m se posicionou contra um envolvimento maior de militares em a??es de combate ? viol?ncia. 'Eu n?o concordo com isso, quero dizer, n?o acredito que essa seja a maneira como devemos fazer isso'.

DITADURAS

A ex-presidente do Chile, que assumiu o cargo na ONU em setembro deste ano, tamb?m comentou as declara??es de Bolsonaro de que n?o houve ditaduras no Chile e no Brasil.

'Eu realmente acredito que na Am?rica Latina tivemos uma ?poca em que t?nhamos muitas ditaduras em v?rios pa?ses. E eu acredito que no Brasil houve uma ditadura e que tiveram v?timas dessa ditadura e tortura', disse a maior autoridade em Direitos Humanos da ONU, acrescentando a exist?ncia de comiss?es de verdade para investigar o per?odo.

'? claro que no Chile tamb?m tivemos uma ditadura por 17 anos e Pinochet n?o foi eleito pelas pessoas, ele deu um golpe de Estado', afirmou sobre Augusto Pinochet, que j? foi elogiado publicamente por Bolsonaro. 'Houve muitas pessoas que desapareceram, que foram mortas, torturadas', acrescentou.

'Eu espero que tenhamos aprendido uma li??o na Am?rica Latina, de que, embora democracias n?o sejam perfeitas, a democracia ? a melhor maneira para as pessoas poderem se desenvolver e ter os direitos e oportunidades que merecem', disse a alta-comiss?ria.

(Reportagem de Stephanie Nebehay; texto de La?s Martins, em S?o Paulo)