Bachelet diz que lamenta pelo Brasil sob comando de Bolsonaro

Por Aislinn Laing

SANTIAGO (Reuters) - A chefe de direitos humanos da ONU, Michelle Bachelet, que no in?cio do m?s sofreu um ataque pessoal do presidente Jair Bolsonaro, diz lamentar pelo Brasil, de acordo com uma reportagem da m?dia chilena publicada neste domingo.

Bolsonaro acusou Bachelet de 'intrometer-se' nos assuntos brasileiros ap?s ela levantar preocupa??es sobre um salto nas mortes pela pol?cia do Rio de Janeiro, o distanciamento das normas democr?ticas e os ataques ?s comunidades ind?genas.

Bolsonaro tamb?m mirou a ex-presidente chilena e o pai, um general da for?a a?rea que seguiu leal ao presidente socialista Salvador Allende ap?s o golpe militar do Chile, em 1973, e morreu na pris?o.

'(Bachelet) esquece que a ?nica raz?o pela qual o pa?s n?o ? como Cuba ? gra?as ?queles que tiveram a coragem de parar a esquerda em 1973', escreveu Bolsonaro. 'Entre os comunistas estava o ... pai .'

Em entrevista a um canal de TV chileno que deve ser exibida na noite de domingo, cujos trechos foram publicados pela manh? no jornal La Tercera, Bachelet respondeu.

'Fui perguntada em entrevista coletiva sobre a situa??o no Brasil e demos as informa??es que possu?mos, que ? o n?mero de pessoas mortas e a dificuldade da sociedade civil de continuar fazendo o que estava fazendo antes', disse ela ? TVN.

Questionada especificamente sobre a rea??o de Bolsonaro ?s suas cr?ticas, ela aludiu ? ditadura militar do Brasil entre 1964-1985, que Bolsonaro elogiou como 'glorioso'.

'A maneira como eu entendo as coisas depende de quem as est? dizendo ... Ent?o, se algu?m est? dizendo que seu pa?s nunca esteve sob ditadura, que nunca houve tortura l? ... bem, deixe-o dizer que a morte de meu pai por tortura garantiu que o Chile n?o se tornasse Cuba. A verdade ? que eu lamento pelo Brasil '.

O escrit?rio de Bachelet n?o respondeu a um pedido da Reuters para comentar.

(Reportagem de Aislinn Laing)