BC atuará com instrumento e montante necessários no câmbio, com espaço na política monetária, diz diretor
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Por Marcela Ayres e Jos? de Castro
BRAS?LIA/S?O PAULO (Reuters) - O Banco Central intervir? no mercado de c?mbio com instrumentos e montante necess?rios para acalmar o mercado e promover a funcionalidade das opera??es, disse nesta segunda-feira o diretor de Pol?tica Monet?ria do Banco Central, Bruno Serra, acrescentando que o BC tem a pol?tica monet?ria como ferramenta para conter efeitos da crise externa.
'Neste momento o que podemos fazer ? colocar todos os instrumentos na mesa, como vamos atuar, ainda est? muito cedo para saber qual necessidade a gente vai ter, est? claro no mercado de c?mbio', disse Serra em evento em S?o Paulo.
'Diferente de outros BCs, ainda temos espa?o na pol?tica monet?ria, a pol?tica monet?ria est? mais potente hoje do que no passado. Temos montante de compuls?rio que outros BCs n?o t?m, e a gente tem algo que n?o t?nhamos antes de 2011, que ? a regula??o prudencial brasileira', acrescentou.
A mensagem vem num dia de nova forte alta do d?lar ante o real, em meio a uma acentuada volatilidade nos mercados globais por causa da queda nos pre?os do petr?leo ap?s a Ar?bia Saudita ter lan?ado uma guerra de pre?os com a R?ssia.
'Temos instrumentos mais do que suficientes para contrapor esse momento de crise', concluiu o diretor do BC.
O BC elevou a 3 bilh?es de d?lares a oferta l?quida de d?lar ? vista em leil?o nesta segunda-feira, ante valor inicialmente programado de 1 bilh?o, depois de na semana passada ter colocado no mercado 5 bilh?es de d?lares em contratos de swap cambial tradicional, tamb?m em coloca??o l?quida.
'Isso mostra que estamos dispostos a usar o instrumento que for necess?rio e no volume que for necess?rio para acalmar o mercado', disse Serra.
'Esta ? uma conjuntura que permite ao BC dispor de todos os seus instrumentos, no volume que entender apropriado, para promover o regular funcionamento do mercado de c?mbio', acrescentou.
Serra pontuou ainda que o BC n?o tem preconceito ou prefer?ncia por uso de nenhum dos instrumentos ? sua disposi??o. Ele lembrou que, no ano passado, divulgou as motiva??es que o levaram a trocar a oferta de swaps cambiais por d?lar ? vista, oferecendo a liquidez demandada pelo mercado, mas sem alterar a posi??o cambial l?quida.
'A redu??o do n?vel e da volatilidade do cupom cambial no per?odo recente, especialmente para os v?rtices entre um e dois anos, aponta para o sucesso da atua??o do BC', acrescentou.
'Vamos continuar fazendo (interven??es no c?mbio) no montante que for necess?rio enquanto entendermos que o mercado n?o est? funcionando de modo regular.'
TEMPO NECESS?RIO
O diretor do BC afirmou que, apesar de 'pontuais' e de acreditar que fa?a sentido que assim o sejam, o BC vai intervir pelo tempo que for necess?rio. 'Acho que a discricionalidade na atua??o do c?mbio ? um ativo que o BC tem, e a gente n?o pretende abrir m?o desse ativo nesse momento', disse.
Ele reconheceu que, desde o in?cio das preocupa??es com a propaga??o do coronav?rus, o real mostrou tend?ncia de deprecia??o acelerada, semelhante a per?odos de crise aguda. Esse movimento desde o come?o deste ano 'n?o ? explicado nem pela redu??o no diferencial de juros nem pelo risco pa?s', afirmou ele.
Em coment?rios no evento, Serra disse que a liquidez do real nos mercados e eventual uso da moeda como 'hedge' pode ter acelerado a desvaloriza??o da divisa brasileira.
Mas o diretor citou que a posi??o cambial do BC, de 330 bilh?es de d?lares, est? em seu maior n?vel hist?rico em rela??o ao Produto Interno Bruto (PIB), de cerca de 20%, e que constitui um 'seguro robusto' contra choques externos.
Questionado sobre o impacto dos movimentos nos mercados na infla??o, Serra se limitou a responder que o BC ainda tem algum tempo para avalia??o. 'O cen?rio tem evolu?do muito r?pido. A gente vai precisar se debru?ar sobre o assunto e avaliar a melhor forma' na reuni?o do Copom deste m?s.
Serra fez algumas considera??es sobre o atual cen?rio brasileiro, ao destacar que as transa??es correntes seguem financiadas pelo fluxo de investimento direto em participa??o no capital, frisando tamb?m que o passivo externo l?quido ? predominantemente em moeda local.
Em outra frente, ressaltou que as empresas n?o financeiras t?m reduzido passivo externo e sua exposi??o cambial e que os investidores estrangeiros v?m diminuindo suas posi??es em d?vida local.
Escrito por Reuters
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