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BC mantém Selic em 6,5%, vê melhora em riscos inflacionários, mas não abre porta para cortar juros

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Por Marcela Ayres

BRAS?LIA (Reuters) - O Banco Central manteve nesta quarta-feira a taxa de juros no seu piso hist?rico, de 6,5 por cento, e indicou que o quadro para a infla??o ficou mais benigno, embora siga vendo assimetria no seu balan?o de riscos.

Com isso, manteve o tom de cautela sobre o que far? ? frente, sem abrir a porta para eventual diminui??o da Selic em meio ao ambiente de infla??o comportada e atividade econ?mica sem grande vigor.

Nas palavras do BC, houve 'arrefecimento dos riscos inflacion?rios', especialmente quanto ? cena global, desde o ?ltima reuni?o do Comit? de Pol?tica Monet?ria (Copom), em dezembro.

'O cen?rio externo permanece desafiador, mas com alguma redu??o e altera??o do perfil de riscos. Por um lado, diminu?ram os riscos de curto prazo associados ? normaliza??o das taxas de juros em algumas economias avan?adas. Por outro lado, aumentaram os riscos associados a uma desacelera??o da economia global, em fun??o de diversas incertezas, como as disputas comerciais e o Brexit', informou o BC no comunicado da decis?o.

Ainda assim, o BC destacou que a assimetria persiste no seu balan?o de riscos, com maior peso relacionado aos fatores que podem pressionar a infla??o para cima: eventual frustra??o sobre a continuidade das reformas econ?micas no Brasil e deteriora??o do cen?rio externo para economias emergentes.

Em pesquisa Reuters, todos os 28 economistas entrevistados pela Reuters j? esperavam que o BC mantivesse sua taxa b?sica de juros inalterada pela s?tima reuni?o consecutiva.

Por isso, as aten??es estavam voltadas para as novidades na comunica??o do BC, j? que a lenta recupera??o da economia, num quadro de infla??o controlada e expectativas ancoradas, tem aberto o debate sobre o qu?o estimulativo o BC est? sendo --e poderia ser-- para impulsar a atividade.

Nesta quarta-feira, a autoridade monet?ria reiterou que a conjuntura econ?mica prescreve pol?tica monet?ria estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural.

Tamb?m repetiu que seus pr?ximos passos continuar?o dependendo da evolu??o da atividade econ?mica, do balan?o de riscos e das proje??es e expectativas de infla??o, sendo que a avalia??o do que far? ? frente continuar? pautada por 'cautela, serenidade e perseveran?a'.

Expectativas positivas em rela??o ? reforma da Previd?ncia, considerada crucial para o reequil?brio das contas p?blicas, t?m ajudado o movimento do real contra o d?lar, movimento que limita os pre?os de importados e sua press?o sobre a infla??o.

Na semana passada, o BC norte-americano tamb?m adotou um tom cauteloso em fun??o das incertezas ligadas ? economia dos Estados Unidos, sugerindo que far? uma pausa em seu ciclo de alta de juros, ou at? mesmo afrouxar? a pol?tica monet?ria se a economia assim o exigir.

Como juros mais altos t?m potencial de atrair ? maior economia do mundo recursos aplicados em outras pra?as financeiras, como a brasileira, a posi??o mais comedida do Fed ajudou a embalar os mercados emergentes.

Tudo posto, agentes do mercado passaram a ver a Selic estacionada por mais tempo no atual patamar. Uma minoria passou ainda a aventar eventual diminui??o dos juros.

'No todo, a mensagem trazida por este comunicado refor?a a perspectiva de estabilidade de juros no cen?rio atual: seria preciso que uma evolu??o pior da atividade, ou melhor das reformas/cen?rio externo, alterasse seu balan?o de riscos e eliminasse a assimetria, para trazer a discuss?o de nova queda de juros ? mesa', afirmou a Rosenberg Associados em nota a clientes. 'Por ora, este n?o ? nosso cen?rio base, raz?o pela qual mantemos a expectativa de Selic est?vel ao longo do ano.'

Dos 22 economistas que responderam ? Reuters sobre a tend?ncia dos juros para o resto do ano, 12 disseram esperar a manuten??o da atual taxa, oito afirmaram acreditar em juros mais altos e dois apostaram em juros mais baixos, numa vis?o mais 'dovish' do que a que vinha sendo apontada at? ent?o.

Em dezembro, nenhum dos economistas consultados pela Reuters previa corte da Selic neste ano e ampla maioria apostava num in?cio de aperto monet?rio neste ano.

Na mais recente pesquisa Focus, feita pelo BC junto a uma centena de economistas, o mercado tamb?m revisou para baixo a proje??o para a taxa b?sica de juros e passou a considerar que n?o haver? mudan?as neste ano. Antes, a vis?o era que a Selic encerraria 2019 em 7 por cento.

Considerando justamente as premissas da ?ltima pesquisa Focus para os juros e para o c?mbio, o BC manteve a proje??o de infla??o para 2019 pelo cen?rio de mercado a 3,9 por cento, mesmo patamar visto no Relat?rio Trimestral de Infla??o, de dezembro. Para 2020, a estimativa subiu agora a 3,8 por cento, contra 3,6 por cento anteriormente.

Na pr?tica isso quer dizer que, mesmo sem considerar uma alta dos juros neste ano, o IPCA, pelos c?lculos do BC, deve seguir abaixo da meta neste ano e no pr?ximo.

O centro da meta oficial de infla??o de 2019 ? de 4,25 por cento e, de 2020, de 4 por cento, nos dois casos com margem de toler?ncia de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Escrito por Redação

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