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BC mantém juros em 6,5%, vê economia aquém do esperado e balanço equilibrado de riscos

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Por Marcela Ayres

BRAS?LIA (Reuters) - O Banco Central manteve nesta quarta-feira a taxa de juros no piso hist?rico de 6,50 por cento ao ano e indicou que, diante da retomada econ?mica abaixo da esperada, o balan?o de riscos para a infla??o tem pesos iguais tanto para cima quanto para baixo.

A decis?o, a primeira com Roberto Campos Neto no comando da autoridade monet?ria, tira o impedimento expl?cito que o BC vinha apontando para possivelmente diminuir os juros ? frente. Mas o Comit? de Pol?tica Monet?ria (Copom) assinalou que seguir? atento ao desenrolar da atividade econ?mica, o que tomar? tempo.

'O Comit? julga importante observar o comportamento da economia brasileira ao longo do tempo, com menor grau de incerteza e livre dos efeitos dos diversos choques a que foi submetida no ano passado. O Copom considera que esta avalia??o demanda tempo e n?o dever? ser conclu?da a curto prazo', diz o comunicado que acompanhou a decis?o.

O BC excluiu o trecho que apontava maior peso para fatores que na sua avalia??o podem pressionar a infla??o para cima: eventual frustra??o sobre a continuidade das reformas econ?micas e deteriora??o do cen?rio externo para pa?ses emergentes.

'O Comit? avalia que o balan?o de riscos para a infla??o mostra-se sim?trico', afirmou.

O BC indicou no documento que o risco de o n?vel de ociosidade na economia produzir perspectiva de infla??o abaixo do esperado se equiparou ao peso contr?rio dos demais.

'O comunicado revelou um tom mais 'dovish' (inclinado ao afrouxamento dos juros) para a pol?tica monet?ria, pavimentando o caminho para uma poss?vel redu??o da Selic, embora n?o no curto prazo', avaliou em nota o ex-diretor do BC Alexandre Schwartsman.

Em pesquisa Reuters, os 21 economistas consultados esperavam que o BC manteria a Selic, o que ocorreu pela oitava reuni?o consecutiva do colegiado.

Apesar de a Selic estar parada h? um ano neste n?vel, a economia segue penando para ganhar tra??o, e a infla??o continua em territ?rio confort?vel, cen?rio que vem embalando tanto apostas de aperto monet?rio mais demorado e suave ? frente quanto de eventual corte nos juros para estimular a atividade.

O BC avaliou no comunicado que indicadores recentes da atividade econ?mica 'apontam ritmo aqu?m do esperado', mas manteve a indica??o de que usar? cautela, serenidade e perseveran?a para conduzir a pol?tica monet?ria.

Para Rodolfo Margato, economista do Santander Brasil, o documento referenda a proje??o do banco de manuten??o da Selic em 6,50 por cento ao ano at? pelo menos meados de 2020.

Mas ele reconheceu que a persist?ncia de dados fracos de atividade pode fortalecer no mercado o debate sobre o espa?o para novos cortes da Selic.

A ideia ? 'low for longer' (juros baixos por mais tempo), afirmou Margato.

J? o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Pedro Paulo Silveira, ponderou que, com a simetria de riscos agora apontada, nada impede que o BC possa em algum momento reduzir a taxa de juros.

'Tenho expectativa que a gente deve terminar o ano com Selic mais pr?xima de 6 ou em 6 do que 6,5 por cento. Acho que passando a reforma (da Previd?ncia) no segundo semestre, a gente vai ter duas redu??es da taxa de juros, iniciando em agosto ou setembro', disse.

Na pesquisa Focus mais recente com uma centena de economistas, a expectativa segue de que a Selic fechar? 2019 em 6,5 por cento, mas a vis?o ? de que subir? menos em 2020, a 7,75 por cento, ante previs?o anterior de 8 por cento.

Em pesquisa Reuters, dos 18 economistas que deram uma perspectiva para 12 meses, sete disseram que o vi?s para os juros ? neutro, enquanto sete disseram ser de alta e quatro afirmaram ser de baixa.

Apesar de a infla??o ter surpreendido para cima em fevereiro, no acumulado em 12 meses o IPCA atingiu 3,89 por cento, ainda distante do centro da meta oficial para 2019 de 4,25 por cento, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

No comunicado desta quarta, o BC manteve a proje??o de infla??o para 2019 pelo cen?rio de mercado, a 3,9 por cento, mesmo percentual calculado na reuni?o do Copom de fevereiro. Para 2020, a estimativa se manteve em 3,8 por cento, abaixo da meta de 4 por cento, com banda de toler?ncia de 1,5 ponto.

Sobre o cen?rio externo, o BC assinalou que desde a ?ltima reuni?o do Copom, em fevereiro, os riscos ligados ? normaliza??o das taxas de juros em algumas economias avan?adas recuaram. Em contrapartida, subiram os riscos associados a uma desacelera??o da economia global, em fun??o de diversas incertezas.

Tamb?m nesta quarta-feira, o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, manteve o juro b?sico do pa?s e sinalizou que n?o aumentar? taxas neste ano.

(Edi??o de Jos? de Castro)

Escrito por Redação

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