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BC tem amplo espaço para vender reservas e pode aumentar atuação no câmbio, diz Campos Neto

Placeholder - loading - Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em Brasília 07/04/2020 REUTERS/Adriano Machado
Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em Brasília 07/04/2020 REUTERS/Adriano Machado

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Por Marcela Ayres

(Reuters) - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta quarta-feira que a autarquia tem espa?o amplo para a venda de reservas internacionais e poder? aumentar sua atua??o no c?mbio se considerar necess?rio.

'Brasil tem muita reserva, inclusive em percentual do PIB (Produto Interno Bruto) a reserva subiu porque desvalorizou mais do que o que foi vendido', afirmou ele, a respeito do estoque que est? hoje em 343 bilh?es de d?lares, frente a 357 bilh?es de d?lares no in?cio do ano.

Em live promovida pela Associa??o Brasileira da Infraestrutura e Ind?strias de Base (Abdib), Campos Neto pontuou que, nos ?ltimos dias, o BC aumentou um pouco o n?vel de interven??o cambial por entender que o Brasil estava descolado de outros pa?ses emergentes.

Campos Neto ressaltou que o Brasil tem espa?o fiscal menor do que alguns pa?ses que anunciaram programas grandes de enfrentamento ? crise e reconheceu que, em meio a esse quadro, o risco ligado ao pa?s acabou subindo.

Ele destacou que o Brasil n?o tem o luxo de ter muito espa?o fiscal, raz?o pela qual h? piora r?pida nos pre?os dos ativos quando o mercado entende que a sa?da dos trilhos n?o vai ter volta.

'Se for tentada uma solu??o onde voc? vai atingir um novo equil?brio fiscal muito pior permanente, os mercados v?o punir, os investidores v?o punir o Brasil de uma forma que a gente vai voltar para o equil?brio antigo, que ? um equil?brio de juros altos', disse.

Segundo Campos Neto, esse cen?rio ser? mais desafiador do que no passado, j? que o equil?brio de juros altos foi alcan?ado antes em meio ao crescimento da d?vida. Agora, ele seria vivido com a d?vida em patamar j? muito maior.

Mesmo assim, ele ponderou preferir dar dinheiro para todos no pa?s conseguirem honrar seus contratos, o que pioraria as contas p?blicas, a um cen?rio de quebra indiscriminada de contratos.

O presidente do BC alertou que h? projetos parlamentares sobre o tema e decis?es judiciais que respaldam essa pr?tica, mas que o caminho seria extremamente danoso para a retomada.

MAIS MEDIDAS

De acordo com Campos Neto, o BC deve anunciar nas pr?ximas semanas novas medidas, mais voltadas para o direcionamento do cr?dito. Ele avaliou que o sistema est? com liquidez, mas que ? preciso fazer com que o dinheiro chegue na ponta.

Sem dar detalhes, ele afirmou que haver? uma iniciativa voltada para o mercado imobili?rio.

Em rela??o a a??es j? adotadas, Campos Neto reconheceu que n?o est? havendo sa?da muito grande nos Dep?sitos a Prazo com Garantia Especial (DPGE), e que o BC est? fazendo ajuste no programa.

Ele tamb?m disse que haver? modifica??es no programa de financiamento ? folha de pagamento das empresas, que n?o teve o alcance esperado pela autoridade monet?ria.

Campos Neto rebateu cr?ticas de que os bancos n?o est?o emprestando, ao afirmar que as institui??es financeiras est?o sim aumentando concess?es. Mas ele admitiu que esse crescimento se d? mais para as grandes empresas.

Em outra frente, ele ponderou que, como a demanda de cr?dito saltou pela falta de previsibilidade de fluxo de caixa das empresas, mesmo que os bancos fechem mais financiamentos elas seguir?o com a sensa??o de n?o estarem sendo atendidas.

'Se a gente fizer uma conta de quanto a gente precisaria ter de cr?dito para atender toda demanda de cr?dito, provavelmente voc? ia chegar numa conclus?o de que ia ter que dobrar a base de capital dos bancos', afirmou.

Segundo o presidente do BC, a atua??o da autarquia na compra de t?tulos p?blicos, possibilidade aberta pela Proposta de Emenda ? Constitui??o do Or?amento de Guerra, ser? pautada pela estabiliza??o de mercado no tocante ? curva de juros, balanceando a negocia??o de pap?is curtos e longos.

'A gente acha que n?o deveria embarcar em nada al?m disso at? termos certeza que n?o temos mais pot?ncia em pol?tica monet?ria', afirmou. 'E se, em algum momento, for entendido que n?o tem mais pot?ncia em pol?tica monet?ria e que n?s precisamos fazer algo al?m, a? vai surgir a conversa do que podemos fazer al?m disso com os instrumentos que n?s temos.'

ECONOMIA

Sobre a profunda queda na economia esperada para este ano, Campos Neto disse ser dif?cil tra?ar proje??es em fun??o do cen?rio de grandes incertezas com os desafios impostos pelo surto de Covid-19.

Para o desemprego, contudo, ele adiantou expectativa de uma taxa acima de 15% como consequ?ncia da crise.

Campos Neto destacou que tanto entre pa?ses que n?o adotaram lockdown quanto entre aqueles que j? est?o relaxando medidas restritivas a volta ao consumo de servi?os est? 'bem lenta', j? que o medo ainda ? predominante e tem sido uma vari?vel importante no comportamento das pessoas.

Escrito por Reuters

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