BC pondera que menos Estado na economia pode impactar transmissão da política monetária
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Por Marcela Ayres
BRAS?LIA (Reuters) - O Banco Central ponderou que a menor presen?a do Estado na economia e a falta de comparativos hist?ricos sobre as rea??es observadas num ambiente de Selic t?o baixa aumentam as incertezas em rela??o ? transmiss?o da pol?tica monet?ria, refor?ando o tom de cautela em rela??o aos fatores que podem pressionar a infla??o para cima.
A mensagem veio em ata do Comit? de Pol?tica Monet?ria (Copom) publicada nesta ter?a-feira. No documento, o BC reiterou que deve cortar os juros b?sicos em 0,5 ponto percentual em sua pr?xima e ?ltima reuni?o do ano, nos dias 10 e 11 de dezembro, ap?s redu??o de igual magnitude levada a cabo na semana passada.
A Selic est? hoje em 5% ao ano, patamar m?nimo j? registrado.
Para al?m do novo corte adiante, a ata mostrou que os membros do Copom chegaram a discutir os benef?cios de oferecer alguma sinaliza??o e decidiram refor?ar que o atual est?gio do ciclo econ?mico recomenda cautela em eventuais novos ajustes na taxa b?sica.
O BC j? havia mudado seu balan?o de riscos na semana passada, explicitando que, diante do cen?rio atual, um dos fatores que entrou na sua an?lise diz respeito justamente ao atual grau de est?mulo monet?rio, que atua com atraso sobre a economia.
Para o BC, isso aumenta a incerteza sobre os canais de transmiss?o e pode elevar a trajet?ria da infla??o no horizonte relevante para a pol?tica monet?ria.
A ata jogou mais luz sobre essa avalia??o. De um lado, o BC cravou que os mercados de cr?dito livre e de capitais t?m crescido a 'taxas robustas', com poss?veis implica??es sobre os canais por meio dos quais mudan?as na taxa Selic afetam o comportamento de outras vari?veis na economia.
'Alguns membros do Copom destacaram que as mudan?as no mercado de cr?dito e na intermedia??o financeira, como o maior papel desempenhado pelo cr?dito com recursos livres e pelo mercado de capitais, podem impactar a transmiss?o da pol?tica monet?ria', trouxe a ata.
De acordo com o documento, os membros do colegiado tamb?m refletiram sobre a sensibilidade de vari?veis macroecon?micas ? pol?tica monet?ria, uma vez que faltam comparativos na hist?ria brasileira para o atual grau de est?mulo.
'Tendo em vista que a pol?tica monet?ria opera com defasagens sobre a economia, especialmente sobre o n?vel de pre?os, os fatores avaliados tendem a aumentar a incerteza sobre os canais de transmiss?o da pol?tica monet?ria', disse o BC.
Para a equipe da H.Commcor, por ora a repeti??o do corte de 0,5 ponto na Selic em 11 de dezembro est? praticamente
contratada. 'Os passos seguintes, no entanto, seguem cada vez mais incertos, com o documento refor?ando a cautela em eventuais novos ajustes no grau de est?mulo, no caso para abaixo de 4,50%', disse em nota.
INFLA??O
Em rela??o ? alta dos pre?os, o BC apontou que a infla??o acumulada em 12 meses deve ter recuado em outubro, para n?veis ao redor das m?nimas observadas durante o regime de metas. Segundo o BC, contudo, o IPCA dever? voltar a subir ao longo dos ?ltimos meses do ano.
'Essa trajet?ria de curto prazo reflete uma infla??o abaixo do esperado pelo Copom em setembro e revis?o, tamb?m para baixo, da proje??o referente ao m?s de outubro', trouxe a ata.
'Para o ?ltimo bimestre deste ano, foram revistas as proje??es de alguns pre?os administrados, que, por sua vez, compensaram aquelas surpresas desinflacion?rias, mantendo a proje??o de infla??o est?vel em rela??o ? da reuni?o anterior', prosseguiu.
O BC destacou que considerou para seus c?lculos o cen?rio com Selic extra?da da pesquisa Focus e taxa de c?mbio constante, com o d?lar equivalente a 4,05 reais.
Nesse cen?rio, o IPCA foi estimado pelo BC ao redor de 3,4% para 2019, 3,7% para 2020 e 3,6% para 2021. Em todos os casos, portanto, os n?meros ficaram abaixo dos centros das metas de infla??o, que s?o de 4,25% (2019), 4,00% (2020) e 3,75% (2021), sempre com margem de toler?ncia de 1,5 ponto para mais ou para menos.
Escrito por Reuters
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