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BC vê queda forte do PIB na primeira metade do ano e reforça compromisso com meta de inflação

Placeholder - loading - Sede do Banco Central, em Brasília 29/10/2019 REUTERS/Adriano Machado
Sede do Banco Central, em Brasília 29/10/2019 REUTERS/Adriano Machado

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Por Marcela Ayres

BRAS?LIA (Reuters) - O Banco Central destacou que v? queda forte do Produto Interno Bruto (PIB) na primeira metade deste ano, seguida de uma recupera??o gradual a partir do terceiro trimestre, segundo ata da reuni?o do Comit? de Pol?tica Monet?ria (Copom) publicada nesta ter?a-feira, na qual pintou perspectivas sombrias para a atividade devido ao impacto do coronav?rus.

No documento, o BC tamb?m indicou que sua atua??o leva em conta as expectativas mais baixas para a infla??o neste ano e no pr?ximo, destacando que o compromisso com a meta para o IPCA ? seu objetivo n?mero um.

'Embora haja poucos dados dispon?veis para o m?s de abril, h? evid?ncia suficiente de que a economia sofrer? forte contra??o no segundo trimestre deste ano', apontou a ata.

'A menos de avan?os m?dicos no combate ? pandemia, ? plaus?vel um cen?rio em que a retomada, al?m de mais gradual do que a considerada, seja caracterizada por idas e vindas', completou.

Na semana passada, o BC cortou a Selic em 0,75 ponto percentual, ? nova m?nima hist?rica de 3% ao ano, aumentando o ritmo de afrouxamento monet?rio em meio ?s preocupa??es com a atividade dom?stica, e j? indicando um novo ajuste de, no m?ximo, igual magnitude ? frente. A mensagem foi repetida nesta ter?a-feira.

Este foi o s?timo corte consecutivo dos juros b?sicos e veio ap?s redu??o de 0,5 ponto em mar?o. A pr?xima reuni?o do Copom acontece em 16 e 17 de junho.

Para a economista-chefe da ARX Investimentos, Solange Srour, o BC deixou claro que v? uma recupera??o muito lenta, diferente da retomada em V que tem sido alardeada pelo Minist?rio da Economia. Com isso, a perspectiva da demanda voltar com tudo ? remota, abrindo espa?o para uma postura mais 'dovish' --ou inclinada ao relaxamento monet?rio.

'Ele prefere atuar no sentido de ter mais certeza que a gente n?o vai pra ambiente de defla??o, infla??o pr?xima de zero. N?o minimiza o risco fiscal, mas n?o o coloca como driver mais importante para as expectativas de infla??o neste momento', afirmou ela, que prev? mais um corte na Selic de 0,75 ponto em junho, com os juros b?sicos encerrando o ano em 2,25%.

'Eu n?o concordo com essa atitude, essa vis?o, mas vejo esse comportamento do BC. Prefere tomar o risco de ter que mudar mais tarde a sua postura, mas fazer tudo que for poss?vel agora para ajudar na recupera??o', disse Srour.

Para o economista-chefe do Banco BV, Roberto Padovani, o BC buscou arrumar o discurso ao enfatizar que sua vari?vel central para tomada de decis?o ? o compromisso com a meta de infla??o, ap?s ter oscilado no destaque a outros temas em suas comunica??es pr?vias, incluindo o risco fiscal e pol?tico.

'Recado ? que h? espa?o para cortar juros, ele enfatiza que tem compromisso com meta e, como a infla??o esperada est? abaixo da meta pra 2021, h? espa?o', disse ele, que tamb?m prev? nova redu??o de 0,75 ponto na pr?xima reuni?o do Copom.

Como de praxe, o BC n?o abriu suas estimativas para o PIB, o que s? costuma fazer no Relat?rio Trimestral de Infla??o, documento que sair? em junho. No RTI de mar?o, a perspectiva ainda era de crescimento zero para o pa?s em 2020.

Desta vez, o BC frisou que proje??es apontam para uma recess?o global com poucos precedentes hist?ricos. No pa?s, haver? um impacto desinflacion?rio sobre a economia em fun??o do forte aumento do n?vel de ociosidade dos fatores de produ??o.

'A eleva??o abrupta da incerteza sobre a economia deve resultar em aumento da poupan?a precaucional e consequente redu??o significativa da demanda agregada', disse o BC.

Segundo a autoridade monet?ria, esse quadro ensejou um in?cio de revis?o para baixo das expectativas para a infla??o para n?veis n?o compat?veis com as metas, em particular para o horizonte relevante da pol?tica monet?ria, que abarca o ano de 2021.

Nesse sentido, o BC reafirmou seu compromisso com a meta para o IPCA estabelecida pelo governo, destacando que este 'sempre foi e segue sendo o principal objetivo da pol?tica monet?ria'.

A meta deste ano ? de infla??o de 4% e, no pr?ximo ano, de 3,75%, sempre com margem de 1,5 ponto para mais ou para menos. Dependendo das premissas consideradas, as contas do BC apontam para um IPCA de 2,4% ou 2,3% para 2020 --abaixo, portanto, do piso da meta--, e de 3,4% ou 3,2% para 2021.

A publica??o da ata era aguardada pelo mercado ap?s o BC mudar de postura e passar a apontar, no comunicado, que sua decis?o teve como pano de fundo a derrocada da economia.

Em mar?o, quando a crise com o coronav?rus come?ou a ganhar contornos mais s?rios, o BC chegou a ponderar que relaxamentos monet?rios adicionais poderiam tornar-se contraproducentes se resultassem em aperto nas condi??es financeiras --comunica??o que abandonou.

Isso ocorreu apesar do quadro fiscal ter ficado mais desafiador para o pa?s, em meio a press?es para gastos permanentes e falta de alinhamento no front pol?tico para o avan?o de projetos no Congresso nos moldes desejados pela equipe econ?mica.

LIMITE PARA JUROS

Na ata, o BC indicou que a maioria dos membros do Copom ponderou que h? um limite efetivo m?nimo para a Selic e que esse patamar seria mais alto em pa?ses emergentes, pela presen?a de um pr?mio de risco. Isso acontece para o Brasil, dada sua relativa fragilidade fiscal e incertezas quanto ? sua trajet?ria fiscal prospectiva, disse o BC.

'Nesse contexto, j? estar?amos pr?ximos do n?vel onde redu??es adicionais na taxa de juros poderiam ser acompanhadas de instabilidade nos mercados financeiros e nos pre?os de ativos', afirmou.

Em contrapartida, um membro do Copom argumentou que n?o haveria raz?o para a exist?ncia desse limite m?nimo operacional, j? que os tradicionais canais da pol?tica monet?ria continuariam operantes, sem descontinuidades, embora, possivelmente, com um aumento do efeito de varia??es da taxa de juros b?sica sobre os pre?os de ativos financeiros.

'O Comit? como um todo reconheceu a import?ncia de gradualismo na condu??o da pol?tica monet?ria para avalia??o da resposta dos pre?os de ativos financeiros', concluiu o BC, sobre o tema.

Escrito por Reuters

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