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BID defende que BCs da América Latina adotem medidas não convencionais durante coronavírus

Placeholder - loading - Homem relaxa na Praça Franklin Roosevelt, em São Paulo, em meio ao surto do Covid-19 09/04/2020 REUTERS/Rahel Patrasso
Homem relaxa na Praça Franklin Roosevelt, em São Paulo, em meio ao surto do Covid-19 09/04/2020 REUTERS/Rahel Patrasso

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Por Ricardo Brito

BRAS?LIA (Reuters) - Relat?rio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) defende que bancos centrais da Am?rica Latina e do Caribe deveriam adotar medidas 'n?o convencionais' para evitar consequ?ncias permanentes do choque negativo decorrente do enfrentamento do novo coronav?rus na regi?o.

'Al?m de ferramentas tradicionais, como redu??es nas taxas de juros, os bancos centrais devem adotar medidas n?o convencionais para evitar consequ?ncias permanentes de um choque negativo transit?rio, mas potencialmente grave', diz o documento, obtido pela Reuters.

O relat?rio indica que o Produto Interno Bruto da regi?o sofrer? redu??es importantes em 2020 --entre 1,8% no cen?rio moderado e 5,5% no mais extremo-- em raz?o do impacto da pandemia do novo coronav?rus.

Segundo o banco, o dano econ?mico vai permanecer nos dois pr?ximos anos, a n?o ser que governos dos 26 pa?ses da regi?o implementem programas focados para compensar os impactos.

A institui??o faz uma proje??o de que a regi?o --com exce??o do Brasil-- se ver? 'muito afetada' em termos de redu??o do PIB. 'O Brasil, sendo uma economia maior e mais diversificada e fechada, com menor depend?ncia de financiamento externo, ao menos para o setor p?blico, ? menos impactada do que a m?dia', diz.

Antes do coronav?rus, a expectativa do banco era de que a m?dia anual de crescimento do Brasil de 2020 a 2022 seria de 2,4%. Agora, a estimativa ? que o PIB brasileiro vai perder em m?dia de 1,9% ao ano, no cen?rio mais moderado, a 4,4%, no mais extremo, em rela??o ? refer?ncia b?sica.

A t?tulo de compara??o, a proje??o para o crescimento de toda a Am?rica Latina e Caribe, que era de 2,1%, agora pode cair em 2,1% entre 2020 e 2022, no cen?rio mais moderado, em at? 4,8%, no mais cr?tico deles.

O BID avalia que os BCs da regi?o t?m um papel importante a desempenhar na pandemia, citando que eles podem reduzir as taxas de juros --o que repercute na taxa de empr?stimos para fam?lias e empresas. E considera que, para pa?ses que tenham grandes reservas e liquidez, 'talvez' seja a hora de us?-las.

A institui??o afirma que as pol?ticas macroecon?micas durante a pandemia devem ter como principais metas compensar trabalhadores, especialmente os mais vulner?veis, ajudar empresas a manter os trabalhadores e escapar do fechamento e apoiar bancos para execu??o de opera??es que ajudem na economia.

?Nossa regi?o sofrer? um choque econ?mico de propor??es hist?ricas?, afirma Eric Parrado, economista-chefe do BID, em comunicado distribu?do ? imprensa.

?Os pa?ses deveriam estar salvando vidas, garantindo o distanciamento social e fornecendo recursos adequados a seus setores de sa?de. Interven??es econ?micas complementares e tempor?rias podem apoiar a economia durante os fechamentos parciais e organizados.?

No comunicado, o economista do BID diz que ? importante 'fornecer al?vio aos lares mais vulner?veis que perderam suas fontes de renda, ajudando e dando incentivos para as firmas reduzirem as?liquida??es e evitarem demiss?es de funcion?rios e estendendo liquidez aos bancos para que eles fa?am parte da solu??o, tudo pode ir nessa dire??o?.

ISOLAMENTO SOCIAL

Em um recorte do relat?rio espec?fico sobre o Brasil, obtido pela Reuters, o BID defende a pol?tica de isolamento social. 'O ?achatamento ?da ?curva ?? ?essencial para que as autoridades tenham ?mais tempo de se preparar para lidar com as press?es sobre a infraestrutura de sa?de, em particular leitos de UTI e aparelhos de ventila??o mec?nica', diz.

O documento sobre o Brasil destaca que atender a emerg?ncia de sa?de ? 'absolutamente priorit?rio ?neste ?momento', ao mesmo tempo em que frisa que ? importante considerar tamb?m 'o ambiente, pol?tico e social que emergir?, bem como as estrat?gias de reativa??o ?e estabiliza??o econ?micas durante os pr?ximos meses'.

Para o BID, no momento da eclos?o da Covid-19, o Brasil n?o tinha completado o conjunto m?nimo de reformas necess?rias para garantir ?sua ?estabilidade macroecon?mica e promover o crescimento ?sustentado. Para a institui??o, as bases da sustentabilidade fiscal ?de m?dio prazo ainda n?o estavam postas.

Apesar disso,?o banco afirma que o momento atual requer que 'o aumento de ?gastos ?seja massivo, r?pido e bem direcionado aos mais vulner?veis'.

'Gargalos ?ou ?turbul?ncias ?institucionais ?que ?interfiram na ?execu??o ?de ?medidas ?neste ?sentido ?podem ?produzir danos?significativos ?e ?duradouros ?? vida ?de ?milh?es ?de pessoas', diz o documento, sem detalhar esses pontos.

'Ser? tamb?m importante recalibrar o foco para a agenda de reformas e desafios estruturais que limitam o desenvolvimento brasileiro, por?m levando em considera??o as necessidades espec?ficas que ir?o surgir ap?s um per?odo de profunda expans?o da?atua??o ?governamental', completa.

O BID diz que, neste contexto, ? crucial tra?ar uma? estrat?gia de acelera??o do crescimento que n?o aprofunde desequil?brios estruturais,? principalmente de natureza fiscal e redistributiva'.

'Al?m de considera??es ?macroecon?micas (infla??o, d?vida ?p?blica, contas externas), deve-se contemplar principalmente temas? microecon?micos sobre como realinhar incentivos produtivos, manter uma rede eficiente de prote??o social e promover o bom funcionamento do mercado de trabalho', defende a institui??o multilateral.

Escrito por Reuters

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