Blocão decide caminhar junto, mas ainda está indeciso entre Alckmin e Ciro
Blocão decide caminhar junto, mas ainda está indeciso entre Alckmin e Ciro
Redação
19/07/2018
Atualizada em 19/07/2018
Por Lisandra Paraguassu
BRAS?LIA (Reuters) - O grupo dos chamados partidos de centro formado por PP, DEM, PR, SD e PRB, conhecido como bloc?o, decidiu na noite de quarta-feira que ir? junto para a disputa presidencial e oferecer? o nome do empres?rio Josu? Gomes, filiado ao PR, como candidato a vice, mas ainda est? dividido entre apoiar o pedetista Ciro Gomes ou o tucano Geraldo Alckmin.
'Vai ser uma decis?o colegiada, seja por consenso, seja por maioria, mas ainda est? dividido, alguns pr?-Ciro, outros pr?-Alckmin', disse ? Reuters o l?der do PR na C?mara, Jos? Rocha (BA), nesta quinta-feira.
Os partidos do bloc?o ainda discutem para que lado ir na disputa presidencial de outubro. DEM, Solidariedade e PP, apesar das diverg?ncias ideol?gicas, est?o mais inclinados a apoiar Ciro, mas outros partidos, como PRB e o pr?prio PR, t?m dificuldades de se aliar ao pedetista e preferem Alckmin.
A decis?o final dever ser tomada na pr?xima quarta-feira. '? o deadline', disse Rocha.
At? agora, no entanto, a decis?o ? que, n?o havendo consenso, quem for derrotado ir? seguir a escolha da maioria -- uma medida tomada pelos caciques dos partidos, mas que ainda pode enfrentar resist?ncia nas bases.
O acordo foi fechado na noite de quarta-feira em uma reuni?o na casa do senador Ciro Nogueira (PI), presidente do PP, mas as conversas continuaram nesta quinta-feira em um caf? da manh? na casa do presidente da C?mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Mais tarde, os cinco partidos divulgaram nota conjunta informando que far?o 'consultas internas' nos pr?ximos dias.
'Progressistas, PR, PRB, Democratas e Solidariedade reafirmam a uni?o e o compromisso de construir um projeto comum para as elei??es deste ano', disse o grupo. 'Cada partido vai realizar consultas internas nos pr?ximos dias com o prop?sito de anunciar publicamente uma decis?o comum na semana que vem.'
INFLU?NCIA FUTURA
A decis?o de caminharem unidos tem uma raz?o ?nica: garantir que o bloc?o chegue com for?a em um eventual pr?ximo governo para ditar as normas no Congresso e influenciar no governo.
Juntos, os cinco partidos falam em eleger cerca de 200 deputados, o que permitiria a eles, e ao novo governo, trabalhar sem o MDB pela primeira vez desde a redemocratiza??o do pa?s.
O bloc?o tamb?m elevaria consideravelmente o tempo de televis?o e os palanques regionais dos candidatos. O grupo j? se reuniu com Ciro e com Alckmin para ouvir propostas e promessas.
Com o tucano h? maior afinidade ideol?gica, mas no bloc?o h? ceticismo sobre a capacidade de Alckmin decolar na prefer?ncia dos eleitores, o que traria o risco de o bloc?o ficar fora do governo.
Ciro tem mais potencial de crescimento, segundo a avalia??o dos caciques das legendas, mas as posi??es do candidato pedetista, especialmente nas quest?es econ?micas, incomodam os partidos, mesmo que Ciro tenha admitido suavizar suas postura sobre algumas quest?es.
O presidente do PR, Marcos Pereira, disse que em conversa no s?bado, em S?o Paulo, Ciro se comprometeu a aceitar sugest?es na ?rea econ?mica e a n?o interferir na pauta legislativa em quest?es de costumes importantes para o partido, como aborto ou quest?es homoafetivas. ?Mas a? vem essa bomba que est? em toda imprensa hoje, essa carta para a Embraer...?, disse Pereira.
Na quarta-feira, Ciro divulgou carta enviada aos presidentes da Boeing e da Embraer em que sugere a dissolu??o do acordo fechado entre as duas companhias por meio do qual a norte-americana assumir? o controle da divis?o de avia??o comercial da Embraer atrav?s da cria??o de uma joint venture de 4,75 bilh?es de d?lares.
(Reportagem adicional de Maria Carolina Marcello)
Redação