Bolsonaro convidará partidos para integrar base do governo, diz Onyx
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Por Lisandra Paraguassu
BRAS?LA (Reuters) - Em mais uma tentativa de criar uma base de apoio para a vota??o da reforma da Previd?ncia, o governo acelerou as negocia??es com o Congresso e o presidente Jair Bolsonaro ir? entrar na linha de frente a partir de quinta-feira, quando tem encontros com presidentes de seis partidos no Planalto para convid?-los a integrar uma coaliz?o governista.
Mais de tr?s meses depois de seu in?cio, o governo ainda n?o tem uma base no Congresso para al?m do partido do presidente, o PSL, que tem 54 deputados. Mesmo partidos como o DEM, que tem tr?s ministros nomeados --Casa Civil, Agricultura e Sa?de-- se declararam at? hoje independentes.
Al?m disso, a insatisfa??o dos partidos do chamado centr?o com a interlocu??o do governo at? agora tem piorado a situa??o, com algumas derrotas na C?mara em 'recados' dos parlamentares ao Planalto.
Nesta quinta, Bolsonaro - -que at? ent?o resistia a entrar de fato na articula??o pol?tica, especialmente na lida direta com os partidos-- receber? os presidentes do PRB, Marcos Pereira; do PSD, Gilberto Kassab; do PSDB, Geraldo Alckmin; do DEM, ACM Neto --que almo?ar? com o presidente--; do PP, Ciro Nogueira; e do MDB, Romero Juc?.
O objetivo, segundo o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, ser? o de convid?-los a fazer parte da base do governo.
'O tom ser? de convid?-los para que participem desse esfor?o de constru??o do entendimento na busca de ter a nova Previd?ncia aprovada', disse Onyx. 'Para que tenhamos uma base constitu?da, a gente precisa dialogar, convidar e abrir a porta. ? o que a gente est? fazendo. Estamos abrindo a porta para constru??o dessa base, que vai se expressar l? na vota??o da nova Previd?ncia.'
Questionado se o governo n?o levou muito tempo para tentar formar essa base, o ministro afirmou que ? preciso 'paci?ncia e di?logo'.
Apesar das contas otimistas de membros do governo, deputados mais realistas apontam que hoje o governo teria menos de 100 votos pela Previd?ncia, abaixo de um ter?o dos 308 necess?rios para aprovar o texto.
A ?bvia falta de votos necess?rios para aprovar a reforma, que tanto Bolsonaro quanto seu ministro da Economia, Paulo Guedes, consideram a principal meta do governo, convenceu o Planalto de que precisava agir.
Na semana passada, Guedes afirmou que assumiria tamb?m pessoalmente as negocia??es da reforma. Na ter?a-feira, o ministro passou boa parte de seu dia em reuni?es com bancadas partid?rias --PRB, PSD e parte do PSL, al?m do l?der do DEM, Elmar Nascimento (BA). Hoje, reservou a tarde para uma audi?ncia p?blica na Comiss?o de Constitui??o e Justi?a na C?mara, primeira batalha no caminho da reforma.
L?deres simp?ticos ? causa, mas nem tanto ao governo, t?m cobrado a participa??o de Bolsonaro nas negocia??es e mais aten??o do presidente.
Segundo Onyx, na semana que vem, entre ter?a e quarta, Bolsonaro ter? encontros com presidentes de mais alguns partidos. Entre eles, PSL, Solidariedade, Podemos e PR.
At? agora, o governo vinha resistindo a conversar diretamente com os partidos.
Durante o per?odo de transi??o, em que os novos governos normalmente organizam sua base de apoio, Bolsonaro recebeu l?deres e bancadas, mas pautou suas negocia??es com as frentes parlamentares. Foi por meio delas que foram indicados os ministros da Sa?de, Henrique Mandetta, da Agricultura, Tereza Cristina, e da Cidadania, Osmar Terra.
J? na ?poca, parlamentares avisaram que o governo teria que negociar sim com partidos e seus presidentes, mas a resist?ncia de Bolsonaro --que via nisso a volta do 'toma l?, d? c?' que dizia combater durante a campanha eleitoral-- dificultou as negocia??es at? o ponto da turbul?ncia no Congresso impedir a nomea??o do relator da reforma na CCJ.
A promessa agora ? azeitar a rela??o, inclusive com a nomea??o de cargos de segundo escal?o indicados por parlamentares, para n?o correr o risco de a reforma naufragar.
(Edi??o de Alexandre Caverni)
Escrito por Redação
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