Bolsonaro desmente secretário da Receita e nega criação de imposto para igrejas
Publicada em
Atualizada em
(Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro desmentiu o secret?rio da Receita Federal, Marcos Cintra, em v?deo publicado no Twitter nesta segunda-feira e negou que seu governo criar? um novo imposto para as igrejas, assim como garantiu que sua gest?o n?o criar? novos tributos.
'Fui surpreendido nesta manh? com a declara??o do nosso secret?rio da Receita de que seria criado um novo imposto para as igrejas. Quero me dirigir a todos voc?s dizendo que essa informa??o n?o procede', disse o presidente no v?deo.
'No nosso governo, nenhum imposto ser? criado, em especial contra as igrejas, que al?m de terem um excelente trabalho social prestado a toda a comunidade, reclamam eles --em parte com raz?o, no meu entendimento-- que h? uma bitributa??o nessa ?rea', assegurou o presidente.
Em linha similar, o presidente da C?mara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tamb?m rebateu as declara??es de Cintra e disse, em publica??o no Twitter, que a Casa n?o aprovar? a cria??o de novos tributos.
'N?o vamos tratar de aumento de impostos na C?mara, n?o passa. O foco agora ? a Previd?ncia para fazer o pa?s crescer, gerar empregos. Depois vamos debater a reforma tribut?ria para cortar impostos, n?o para aumentar', escreveu Maia.
Em entrevista publicada no jornal Folha de S.Paulo, Cintra disse que quer acabar com a contribui??o previdenci?ria sobre a folha de pagamentos e criar a Contribui??o Previdenci?ria (CP), um tributo que vai incidir sobre todas as transa??es financeiras, banc?rias ou n?o.
Reconhecendo que seria algo pol?mico, Cintra explicou ao jornal que mesmo fi?is de igrejas dever?o pagar o imposto quando contribu?rem com o d?zimo.
No final da tarde, Bolsonaro se reuniu com Cintra. O encontro estava previsto na agenda do presidente desde a sexta-feira. Ao sair do Planalto, ao ser questionado se continuava no governo, o secret?rio respondeu apenas que 'continua muito'.
Pouco antes, o porta-voz da Presid?ncia, general Ot?vio do R?go Barros, afirmou que n?o h? 'qualquer fric??o' entre Bolsonaro e o secret?rio da Receita e que o presidente n?o comentou em nenhum momento que haja a possibilidade de substitu?-lo.
'Apenas o nosso presidente, diante dos seus conceitos pol?ticos e das suas percep??es pol?ticas, entendeu que n?o ? necess?rio, n?o se deve mesmo bitributar as igrejas. Em fun??o do conhecimento que ele tem neste assunto, resolveu destacar que encontrava-se contr?rio a essa posi??o para evitar ao longo do dia quaisquer ila??es a respeito do tema', disse o porta-voz.
Esse foi o segundo entrevero entre o secret?rio da Receita e o presidente.
Nos primeiros dias de governo, Cintra desmentiu Bolsonaro, que horas antes havia afirmado que assinara um decreto aumentando a al?quota do Imposto sobre Opera??es Financeiras (IOF) para compensar a prorroga??o de incentivos fiscais para empresas das ?reas da Superintend?ncia do Desenvolvimento da Amaz?nia (Sudam) e da Superintend?ncia do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). O presidente se corrigiu posteriormente.
? noite, o ministro da Economia, Paulo Guedes, entrou em campo para defender o secret?rio e afirmou que Cintra foi 'mal interpretado'.
'O Marcos Cintra n?o fez uma proposta de aumento de impostos. N?s temos dito que vamos reduzir e simplificar impostos, ent?o em nenhum momento ele disse que vai aumentar impostos, n?o foi isso que ele disse, ele foi mal interpretado', disse Guedes a jornalistas no Minist?rio da Economia.
(Reportagem de Eduardo Sim?es, em S?o Paulo, e Lisandra Paraguassu e Marcela Ayres, em Bras?lia)
Escrito por Redação
SALA DE BATE PAPO