Bolsonaro diz que presidente não tem ingerência sobre disparidade salarial entre gêneros

BRAS?LIA (Reuters) - O candidato do PSL ? Presid?ncia, Jair Bolsonaro, afirmou nesta ter?a-feira, em entrevista ao Jornal Nacional, que n?o tem inger?ncia em rela??o aos sal?rios inferiores pagos atualmente ?s mulheres e defendeu que o Minist?rio P?blico do Trabalho ? quem deveria agir nessa quest?o.

Bolsonaro --l?der nas pesquisas de inten??o de voto nos cen?rios sem o ex-presidente Luiz In?cio Lula da Silva-- foi questionado sobre se adotaria mecanismos para reduzir essas disparidades. Disse ser 'l?gico que faria', mas n?o deu detalhes sobre que medidas poderia adotar, citando apenas que a legisla??o trabalhista j? disp?e de meios para corrigir distor??es.

O candidato reafirmou ser favor?vel ? proposta, defendida por setores empresariais, de que ? prefer?vel ter mais emprego, ainda que haja uma redu??o dos direitos trabalhistas. Contudo, ele foi evasivo sobre que mudan?as faria, mas destacou que n?o se pode mexer em direitos previstos na Constitui??o.

'Temos que desonerar a folha de pagamento, desregulamentar, desburocratizar', disse Bolsonaro, ao mencionar que no pa?s se demora 100 dias para abrir uma empresa. Ele afirmou que somente uma nova 'Assembleia Nacional Constituinte' ? que poder? tirar direitos dos trabalhadores.

O candidato foi questionado sobre o fato de ter votado contra a aprova??o da chama PEC das Dom?sticas, emenda constitucional que garantiu uma s?rie de direitos a esses trabalhadores. Ele disse ter sido o '?nico' a votar contra, pois tinha como objetivo 'proteger' os empregados dom?sticos.

Segundo Bolsonaro, a medida levou a um aumento no desemprego dessa categoria, porque as pessoas n?o teriam condi??es de arcar com os custos desses empregados.

'Muita gente teve que demitir porque n?o teria como pagar', disse ele, para quem muitos dom?sticos se tornaram diaristas. 'Houve, sim, demiss?o, muita gente que dormia no trabalho, n?o dorme mais', completou.

CONDECORADO

O candidato afirmou que tem uma rela??o de 'fidelidade' com o economista Paulo Guedes, cotado para ser seu superministro da ?rea econ?mica caso seja eleito, por eles terem um 'enorme compromisso' para com o Brasil. Disse que ambos trabalhar?o para tentar implementar as medidas do seu plano de governo, embora tenha destacado que h? um 'filtro' que ? a C?mara dos Deputados e o Senado.

Questionado como demitiria um subordinado com tamanha for?a no governo, Bolsonaro comparou a situa??o como um casamento e disse duvidar que esse 'div?rcio' venha a acontecer.

O candidato disse que o ex-presidente Luiz In?cio Lula da Silva n?o entendia sobre economia e levou um m?dico para o Minist?rio da Fazenda, numa alus?o a Antonio Palocci, e que a ex-presidente Dilma Rousseff entendia da ?rea --ela ? economista de forma??o-- e levou o pa?s ao 'caos'.

Bolsonaro disse ter confian?a em Guedes e fez quest?o de ressaltar que ? o ?nico, entre os candidatos, que tem isen??o para escolher os ministros sem pedir ben??o ou estar preso a indica??es pol?ticas.

Bolsonaro defendeu que as for?as de seguran?a p?blica n?o sejam punidas ao agirem em zonas conflagradas pela criminalidade enfrentando pessoas armadas, voltando a defender o chamado excludente de ilicitude.

'Esse tipo de gente voc? n?o pode trat?-lo como se fosse um ser humano normal, que deve ser respeitado, que ? uma v?tima da sociedade. N?s n?o podemos ? deixar os policiais morrendo na m?os desses caras', disse.

'Em um local que voc? possa deixar fora da linha de tiro as pessoas de bem da comunidade, ir com tudo para cima deles e dar para o policial, os agentes de seguran?a p?blica, o excludente de ilicitude. Ele entra, resolve o problema, se matar 10, 15 ou 20, com 10, 30 tiros cada um, ele tem ser condecorado e n?o processado', completou.

(Reportagem de Ricardo Brito)