Bolsonaro diz que tendência é vetar bagagem gratuita de até 23kg em voos nacionais

(Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira em sua transmiss?o semanal nas redes sociais que sua tend?ncia ? vetar o dispositivo que pro?be a cobran?a de bagagens de at? 23kg em voos nacionais, inclu?do no texto da medida provis?ria que retirou limites de participa??o de capital externo em companhias a?reas.

Nos poucos mais de 32 minutos de transmiss?o, o presidente n?o mencionou as manifesta??es que acontecem em todo o pa?s pela segunda vez contra o bloqueio de verbas na educa??o e tampouco comentou o Produto Interno Bruto (PIB), divulgado mais cedo, e que apontou retra??o econ?mica de 0,2% no primeiro trimestre deste ano, em rela??o ao quarto trimestre do ano passado.

'A minha tend?ncia ? vetar esse dispositivo e vai ter muita gente me criticando', disse Bolsonaro durante a transmiss?o.

A declara??o representa uma mudan?a de posicionamento do presidente sobre o tema das bagagens. Na semana passada, ele chegou a dizer que seu cora??o o mandava sancionar a gratuidade da bagagem e, na sexta-feira, em visita ao Nordeste, afirmou que sancionaria o dispositivo.

'Vou, vou (sancionar)... A pedido teu (de quem fez a pergunta), vou sancionar, fica tranquilo a?. Afinal de contas, com aquela isen??o da franquia da bagagem, meu cora??o manda sancionar, porque quando come?ou cobrar a bagagem, as passagens n?o ca?ram, p?! N?o adiantou nada, est? certo?', disse o presidente na sexta-feira em Recife.

Na quarta-feira, entretanto, ap?s o Conselho Administrativo de Defesa Econ?mica (Cade) enviar of?cio ? Casa Civil pedindo o veto, e a Ag?ncia Nacional de Avia??o Civil (Anac) tamb?m encaminhar parecer sobre o caso no mesmo sentido, o porta-voz da Presid?ncia, general Ot?vio R?go Barros disse que Bolsonaro tomaria sua decis?o com base em estudos t?cnicos profundos e que ainda n?o havia se debru?ado sobre o tema.

Cade e Anac argumentaram nos documentos enviados ao Executivo que a gratuidade afeta os investimentos no mercado a?reo e prejudica a concorr?ncia no setor, al?m de impedir que empresas de baixo custo --as chamadas low cost-- ofere?am passagens mais baratas.

A ag?ncia reguladora apresentou ainda dados para comprovar que nas rotas onde h? concorr?ncia o pre?o das passagens teria ca?do, ao contr?rio da impress?o geral.

Na transmiss?o, Bolsonaro tamb?m voltou a fazer uma defesa da reforma da Previd?ncia, apontando-a como uma encruzilhada, e disse que sem a medida n?o ser? poss?vel ter dias melhores na economia brasileira.

(Por Eduardo Sim?es, em S?o Paulo)