Bolsonaro diz que Venezuela não pode seguir como está e consultará Congresso se EUA invadirem

Por Eduardo Sim?es

(Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira que a Venezuela n?o pode continuar como est? e apontou risco de o pa?s vizinho tornar-se uma esp?cie de Cuba ou de Coreia do Norte, apontando que, se houver uma invas?o na Venezuela liderada pelos Estados Unidos, vai consultar o Conselho de Defesa Nacional e o Congresso para decidir como o Brasil vai proceder.

'Quem est? na vanguarda s?o os Estados Unidos. O Trump falou para mim l?, publicamente, j? falou antes, que todas as possibilidades est?o na mesa. Que que s?o todas as possibilidades? S?o todas as possibilidades. Ponto final', disse Bolsonaro em entrevista ? r?dio Jovem Pan.

'Agora o que o Brasil pode fazer? Vamos supor que haja uma invas?o militar l?. A decis?o vai ser minha, mas eu vou ouvir o Conselho de Defesa Nacional e depois o Parlamento brasileiro para tomar a decis?o de fato numa quest?o dessa da?. Agora, a Venezuela n?o pode continuar como est?.'

Na entrevista, Bolsonaro fez a ressalva de que uma a??o militar na Venezuela pode levar a a??es de guerrilha e levar tempo demais. Ele disse que a atua??o no momento do Brasil e dos Estados Unidos visa criar fissuras no Ex?rcito venezuelano para tirar o apoio dado pelos militares do pa?s ao presidente Nicol?s Maduro.

'A inten??o que existe pelo americano e nossa tamb?m ? haver uma fissura, uma divis?o, no Ex?rcito venezuelano. N?o tem outro caminho. Porque quem decide --falei isso um tempo atr?s e fui criticado-- quem decide se o pa?s vive numa democracia ou numa ditadura s?o as For?as Armadas.'

O presidente colocou ainda a proposta de reforma da Previd?ncia como uma das mais importantes de seu governo, e tamb?m afirmou que venceu a elei??o presidencial do ano passado gra?as ? ajuda de seu filho Carlos Bolsonaro, vereador no Rio de Janeiro, nas redes sociais. Ele negou ainda que gaste tempo demais nessas ferramentas.

'Entre Twitter, Facebook e Instagram, n?o me toma mais de 30 minutos por dia. Quem realmente me ajuda nessa coordena??o ? o Carlos Bolsonaro, por isso muita gente quer afast?-lo de mim', disse.

'Ele n?o me atrapalhou em nada. Eu acho at? que ele devia ter um cargo de ministro, ele que me botou aqui. Foi a m?dia dele que me botou aqui. E ele n?o est? pleiteando cargo de ministro, poderia bot?-lo, mas ele n?o est? pleiteando isso da?.'

LEVY ATRASADO

? r?dio, Bolsonaro tamb?m criticou o que chamou de 'ind?stria de demarca??o de terras ind?genas' que, na avalia??o dele, inviabiliza uma pol?tica desenvolvimentista para a Amaz?nia.

'A demarca??o que eu puder rever, eu vou rever', disse o presidente, acrescentando que, no encontro com Trump, disse a ele estar aberto a parcerias com os EUA para explorar a regi?o amaz?nica.

'Quando eu estive agora com o Trump, conversei com ele entre outras coisas, que eu quero abrir para ele explorar na regi?o amaz?nica em parceria. Como est?, n?s vamos perder a Amaz?nia.'

O presidente tamb?m fez uma cobran?a p?blica ao presidente do banco Nacional de Desenvolvimento Econ?mico e Social (BNDES), Joaquim Levy, ao afirmar que ele est? atrasado em lhe entregar uma resposta sobre a abertura da chamada caixa-preta do banco estatal.

'Temos alguns probleminhas, como no BNDES, que est? faltando transpar?ncia, sim. J? conversei com o Levy, j? conversei com o Paulo Guedes. Est? faltando mais transpar?ncia para o BNDES', disse.

'Eu tive uma conversa h? tr?s semanas --mais uma-- com o Levy nesse sentido. E j? est? atrasada uma resposta dele ? minha pessoa. Estive viajando essas tr?s semanas e, semana que vem, no m?ximo --est? come?ando uma agora-- vou cobrar dele essa quest?o de abrir completamente, abrir para leigos', acrescentou.