Bolsonaro diz que vetaria aumento salarial de ministros do STF se já fosse o presidente

Por Gabriela Mello

S?O PAULO (Reuters) - O presidente eleito Jair Bolsonaro disse neste s?bado que, se j? estivesse no cargo, vetaria a proposta de aumento salarial dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o que segundo ele complicar? os esfor?os do novo governo para resolver a quest?o do d?ficit fiscal.

'N?o tem outro caminho no meu entender, at? pela quest?o de dar exemplo...Eu falei antes da vota??o que ? inoportuno, o momento n?o ? esse para discutir esse assunto', afirmou ele em entrevista ? emissora Record sobre a primeira semana dos trabalhos para transi??o de governo.

Na quarta-feira, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) aprovaram o encaminhamento de uma proposta de reajuste de 16,38 por cento de seus sal?rios ao Minist?rio do Planejamento, como parte do Or?amento 2019 da corte.

A mat?ria, que agora foi para san??o presidencial, implicar? em um gasto adicional total de 4 bilh?es de reais em 2019, devido ao reajuste em cascata dos sal?rios em decorr?ncia do aumento para os ministros do Supremo, conforme c?lculos das consultorias de Or?amento da C?mara dos Deputados e do Senado.

'Se eu fosse o presidente, eu procuraria o presidente do Senado para que o projeto n?o entrasse em pauta. J? que entrou em pauta, se o governo Temer quiser, pela Lei de Responsabilidade Fiscal, ele pode vetar esse reajuste, que afinal de contas ? da classe que mais ganha no Brasil', disse Bolsonaro.

Na avalia??o dele, o reajuste dos ministros dificulta as articula??es para conduzir a t?o aguardada reforma da previd?ncia no pa?s. 'Complica para gente quando voc? fala em fazer reforma da previd?ncia, quando voc? vai tirar alguma coisa dos mais pobres, aceitar um reajuste como esse', acrescentou.

Bolsonaro ressaltou que sua equipe n?o considera reformar a previd?ncia da forma proposta pelo governo Temer. Ele contou ainda que est? analisando um pacote de medidas em tramita??o no Congresso.

Questionado se alguma delas seria levada adiante pelo seu governo, o presidente eleito respondeu: 'Se bancarmos propostas dessas e formos derrotados abre espa?o para velha pol?tica vir para cima de n?s... N?o posso correr esse risco, tenho que come?ar o ano que vem com nossas propostas e tentar convencer deputados e senadores a votar de forma paulatina', afirmou.