Bolsonaro vai explorar 'corrupção petista' e buscará ser propositivo no 2º turno
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Por Ricardo Brito e Maria Carolina Marcello
BRAS?LIA (Reuters) - O candidato do PSL ? Presid?ncia, Jair Bolsonaro, vai explorar na segunda etapa da disputa presidencial os esc?ndalos de corrup??o que envolveram o PT --como a pris?o do ex-presidente Luiz In?cio Lula da Silva-- e intensificar a apresenta??o de propostas para conquistar novos eleitores que n?o o apoiaram na primeira etapa, colocando-se na posi??o de o ?nico capaz de unir o pa?s.
Bolsonaro j? deu o tom da campanha ao partir para o ataque contra o advers?rio Fernando Haddad na transmiss?o ao vivo nas redes sociais ap?s a confirma??o do segundo turno, no dia 28. O ex-capit?o do Ex?rcito disse que Haddad se aconselha com Lula na pris?o --o presidenci?vel petista reuniu-se na manh? de segunda-feira com Lula.
'Nosso pa?s ? grande e pr?spero, n?o uma fac??o criminosa para ser comandado de dentro da cadeia', disse na noite de domingo Bolsonaro, no Twitter. Ele encerrou o primeiro turno com 46 por cento dos votos v?lidos, ante 29 por cento de Haddad.
Na mesma linha de atacar as gest?es petistas, a campanha do presidenci?vel do PSL, segundo pessoas ouvidas pela Reuters, vai insistir nos argumentos de que o pa?s s? vai piorar e se tornar uma Venezuela, caso o candidato do PT seja eleito. E que, ao contr?rio do que pregam, Bolsonaro vai buscar a uni?o do pa?s e que ? a ?nica candidatura capaz de propor mudan?as que v?o reaquecer a economia e gerar novos postos de trabalho.
O candidato a presidente do PSL dever? usar as redes sociais e, a partir de sexta-feira, a propaganda eleitoral no r?dio e na TV para fazer campanha. Agora ele contar? com tempo igual ao do advers?rio nesses meios de comunica??o, longe dos ex?guos 8 segundos do primeiro turno.
O presidenci?vel j? disse publicamente que pretende participar dos debates no segundo turno --ele s? foi a dois na primeira etapa, porque foi alvo de uma facada que o deixou hospitalizado durante tr?s semanas. Mas essa decis?o de enfrentar pessoalmente Haddad vai depender de autoriza??o dos m?dicos, uma vez que se recupera das perfura??es no abd?men.
DIFEREN?AS CRISTALINAS
Embora tenha destacado a expressiva vit?ria de Bolsonaro no primeiro turno, o presidente licenciado do PSL e deputado federal eleito, Luciano Bivar (PE), afirmou que a disputa final contra Haddad n?o ser? f?cil.
Para Bivar, as tr?s semanas a mais v?o servir para que fiquem cristalinas as diferen?as entre os projetos. A falta de apresenta??o de ideias por Bolsonaro foi uma das principais cr?ticas de advers?rios no primeiro turno.
Segundo Bivar, a inten??o ? explorar dicotomias como o bem contra o mal, a liberdade de agir contra um povo estatizado, os recursos p?blicos na m?o de poucos contra a descentraliza??o de verbas, a economia de mercado aberta e outra fechada.
'Por um lado, a gente est? sendo coordenado por um homem que dedicou a vida toda dele ? retid?o, a trabalhar pelo bem sem nenhuma m?cula de corrup??o. E o outro partido ? 'presidido' por um presidi?rio. Ent?o a diferen?a ? brutal, ? brutal. Eu n?o tenho a menor d?vida que dia 28 n?s teremos a homologa??o do nosso Jair Bolsonaro eleito como presidente da Rep?blica', disse.
Segundo Bivar, as derrotas de Bolsonaro na vota??o no Nordeste ocorreram em raz?o dos resultados no interior. Ele afirmou que, de modo geral, nas capitais e regi?es metropolitanas, a candidatura teve mais votos que o PT. Ele aposta que a onda Bolsonaro vai se alastrar no interior nordestino. O presidenci?vel j? destacou em pronunciamentos e em redes sociais vit?rias que teve em locais da regi?o, um tradicional reduto petista.
'Hoje mesmo recebi liga??o de v?rios prefeitos do sert?o j? querendo aderir ? candidatura do Jair Bolsonaro', disse.
'Estava tudo muito infiltrado e fake o que eles faziam. Todos esses programas sociais eles diziam que era o PT e n?o era o governo, o pa?s, mal sabendo eles que aquilo eram engodos para manter aquela massa de manobra o que vai ser diferente', disse.
'Vamos continuar estimulando o Bolsa Fam?lia, mais habita??o, tudo isso vai ser muito melhor para o nordestino do que esse governo passado que teve a?', completou.
Segundo o cientista pol?tico da Universidade de Bras?lia (UnB), Paulo Kramer, que participa do chamado Grupo de Bras?lia --n?cleo de especialistas, cientistas pol?ticos, militares e civis que, coordenados pelo general da reserva do Ex?rcito Augusto Heleno, elabora estrat?gias de campanha para Bolsonaro-- a narrativa do candidato deve se voltar agora aos eleitores de centro-direita que votaram em outros nomes no primeiro turno.
A ideia ? refor?ar a rejei??o a Haddad e ao petismo, utilizando tanto o discurso do combate ? corrup??o, quanto o da submiss?o do petista a Lula, preso em Curitiba ap?s condena??o no caso do tr?plex no litoral de S?o Paulo.
?O Haddad ? prisioneiro do aparelho?, avaliou.
?A ?nica op??o para o chamado campo democr?tico na pol?tica brasileira, na sociedade brasileira, ? ele, o Bolsonaro. Por qu?? Porque o Bolsonaro acredita que todo o poder emana do povo, enquanto o Haddad acredita que todo o poder emana da cadeia?, explicou.
O candidato do PSL j? usou as redes sociais nesta segunda-feira para afirmar que n?o vai 'colar' a tentativa de se dividir o Brasil. Ainda assim, em entrevista nesta manh? ? r?dio Jovem Pan, ele disse que n?o vai virar o 'Jairzinho Paz e Amor', em refer?ncia ? suaviza??o da imagem que Lula passou em 2002.
?Olha s?, eu n?o posso virar o ?Jairzinho Paz e Amor? e me violentar. Eu tenho que continuar sendo a mesma pessoa. ? l?gico que a gente usa sin?nimos, de vez em quando eu falava palavr?es, eu n?o falo mais?, disse Bolsonaro.
Escrito por Redação
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