Bolsonaro volta a criticar possibilidade de Cristina Kirchner comandar mais uma vez a Argentina
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Por Lisandra Paraguassu
BRAS?LIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar, nesta sexta-feira, a possibilidade de a ex-presidente argentina Cristina Kirchner vencer a elei??o prevista para outubro deste ano e o que isso representaria para o pa?s vizinho.
Durante discurso na cerim?nia de formatura do Instituto Rio Branco no Itamaraty, com os novos diplomatas brasileiros, Bolsonaro disse, sem citar o nome da ex-presidente, que ningu?m quer uma nova Venezuela no sul da Am?rica do Sul.
'Al?m da Venezuela, a preocupa??o de todos n?s deve voltar-se um pouco mais ao sul agora na Argentina, por quem poder? voltar a comandar aquele pa?s', disse Bolsonaro no in?cio do discurso. 'N?o queremos, acho que o mundo todo n?o quer, uma outra Venezuela mais ao sul do nosso continente.'
Em entrevista ap?s o evento, Bolsonaro explicou que a Argentina enfrenta uma forte crise econ?mica e as ?ltimas pesquisas apontam a lideran?a da ex-presidente Cristina Kirchner nas pr?ximas elei??es presidenciais.
Na noite de quinta-feira, em uma transmiss?o ao vivo, Bolsonaro j? havia abordado esse tema, argumentando que a ex-presidente argentina ? ligada aos ex-presidentes Luiz In?cio Lula da Silva e Dilma Rousseff, assim como ao ex-presidente venezuelano Hugo Ch?vez e ao atual mandat?rio daquele pa?s, Nicol?s Maduro.
'Se isso voltar, com toda a certeza a Argentina vai entrar numa situa??o semelhante ? da Venezuela', disse Bolsonaro na quinta-feira.
Mais tarde, questionado se as declara??es do presidente n?o eram uma intromiss?o em assuntos internos de outro pa?s, o ministro das Rela??es Exteriores, Ernesto Ara?jo, disse que a inten??o do governo brasileiro ? ajudar no desenvolvimento econ?mico do vizinho.
'Na medida que a gente possa contribuir para que a Argentina retome o crescimento e saia dessa situa??o complicada que est?o vivendo, isso pode ter um impacto pol?tico, mas ? l? deles', afirmou, esclarecendo que n?o se trata de um apoio direto ao atual presidente, Mauricio Macri.
'O presidente deixou bem claro a preocupa??o dele com o que o retorno do regime anterior poderia significar para toda regi?o com base na experi?ncia que a gente viveu', explicou.
'Falar em apoio acho que n?o ? a quest?o, mas ? esse nosso compromisso de achar uma pauta, temos uma pauta muito intensa com o governo Macri.'
De acordo com Ara?jo, 'no momento', a situa??o de Argentina e Venezuela s?o diferentes, mas que a Venezuela chegou a atual condi??o por 'decis?es p?ssimas de um regime p?ssimo'.
'Ent?o tudo que a gente n?o quer para os irm?os de qualquer pa?s ? algo que possa apontar nessa linha', disse.
VENEZUELA
J? em rela??o ? Venezuela, Bolsonaro afirmou nesta sexta que ? preciso que as 'fissuras' na base das For?as Armadas daquele pa?s cheguem ao topo ou o presidente Nicol?s Maduro n?o cair?, e destacou que o Brasil n?o pretende abrir di?logo com o atual governo porque Maduro n?o iria ceder ao que seria proposto.
'A gente espera que essa fissura que est? na base do Ex?rcito v? para cima. N?o tem outra maneira. Se voc? n?o enfraquecer o Ex?rcito da Venezuela, o Maduro n?o cai', afirmou Bolsonaro a jornalistas no Itamaraty.
Ao ser questionado se o Brasil mandaria emiss?rios para tentar conversar com os militares ou com o pr?prio presidente venezuelano, negou.
'Acho que n?o tem o que conversar com ele. O que queremos no meu entender ele n?o vai querer', afirmou.
Depois da tentativa frustrada do autoproclamado presidente interino da Venezuela Juan Guaid? de derrubar o governo de Maduro, a avalia??o do governo brasileiro ? que Guaid? n?o conseguiu aglutinar em torno de si os altos escal?es das For?as Armadas.
As 'fissuras na base', citadas por Bolsonaro e outros membros do seu governo, mostram uma tend?ncia nos escal?es mais baixos e mais suscet?veis ? crise econ?mica do pa?s de apoiar Guaid?, mas que ainda n?o se refletiram entre os generais.
Em seu discurso no Itamaraty, o presidente tamb?m fez um apelo aos novos diplomatas para que trabalhem para um Brasil aberto aos grandes fluxos econ?micos e para defenderem a democracia e a liberdade.
Bolsonaro lembrou aos diplomatas: 'Quando os senhores falham entramos n?s, das For?as Armadas. E confesso que torcemos muito para que voc?s n?o falhem.'
Mais tarde, na entrevista, esclareceu que a declara??o n?o se referia ? Venezuela ou a uma situa??o concreta.
'Eles (diplomatas) que nos evitam entrar em guerra, muito simples. Quando acaba a saliva entra a p?lvora. N?o queremos isso. Temos que tentar a solu??o dos conflitos de forma pac?fica', afirmou.
Escrito por Redação
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