Brasil deve permanecer no Acordo de Paris, diz futuro ministro do Meio Ambiente

Por Jake Spring

BRAS?LIA (Reuters) - O futuro ministro do Meio Ambiente no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro, Ricardo Salles, disse ? Reuters que o Brasil deve permanecer no Acordo de Paris sobre as mudan?as clim?ticas, mas que o mundo tamb?m precisa respeitar a autonomia do pa?s para estabelecer suas pol?ticas ambientais.

Durante a campanha eleitoral, Bolsonaro disse que poderia retirar o Brasil do Acordo de Paris, que estabelece metas de para os pa?ses signat?rios de redu??o da emiss?o de gases causadores do efeito estufa.

O presidente eleito, no entanto, tem feito declara??es contradit?rias sobre suas inten??es desde eleito, dizendo que o pa?s pode permanecer no acordo para o clima se forem cumpridas certas condi??es.

'A minha tend?ncia... ? dizer que n?s n?o devemos deixar o acordo', disse Salles, que foi indicado no domingo por Bolsonaro para assumir o Minist?rio do Meio Ambiente no pr?ximo governo, em entrevista na segunda-feira.

'Mas, por outro lado, isso tamb?m n?o significa que n?s devemos aceitar toda e qualquer san??o, restri??o e programa de maneira indiscut?vel. Todos os pa?ses t?m que respeitar a autonomia brasileira para gerir seu territ?rio e decidir suas pol?ticas do meio ambiente internamente?, acrescentou.

O Brasil assumiu o compromisso de cortar as emiss?es em 37 por cento at? 2025 e em 43 por cento at? 2030 como parte do Acordo de Paris, apesar de ainda n?o ter apresentado um plano completo sobre como atingir essas metas.

O pa?s usar? o bom senso ao detalhar como lidar? com o acordo, e at? agora vem sendo muito respons?vel ao preservar uma grande porcentagem de sua vegeta??o nativa, disse Salles.

Ex-secret?rio do Meio Ambiente do Estado de S?o Paulo, Salles disse que acredita na mudan?a clim?tica, mas que n?o sabe dizer com certeza se ela ? provocada pelo homem ou uma altera??o que ocorre naturalmente.

O Brasil deveria deixar essa quest?o para os acad?micos e seguir em frente com o neg?cio 'menos charmoso' da prote??o ambiental, disse, o que inclui lidar com dejetos, biodiversidade, quest?es ligadas ao solo e a convers?o da frota de ve?culos para combust?veis menos poluentes.

Bolsonaro n?o reduzir? o or?amento do minist?rio e das ag?ncias ambientais ligadas ? pasta, entre elas o Ibama e o ICMBio, disse Salles.

Mas as ag?ncias ambientais n?o est?o produzindo os resultados que deveriam com os recursos que recebem, e ele disse que buscar? corrigir essa 'm? administra??o' e 'inefici?ncia'.

Indagado se o Brasil deveria reconsiderar a decis?o tomada pelo Ibama na semana passada de negar uma permiss?o para a Total explorar petr?leo na delicada bacia da Foz do Amazonas, Salles respondeu que n?o se deve permitir que a ideologia influencie a decis?o e que ela deve se basear somente em fatos.

O pa?s precisa encontrar um equil?brio entre licenciamento ambiental, seja para agropecu?ria ou minera??o, e desenvolvimento, j? que regras muito severas levam pessoas ? ilegalidade ou induzem produtores a abandonarem o mercado, disse.

((Tradu??o Reda??o Rio de Janeiro; 55 21 2223-7128))

REUTERS PF