Brasil diz estar pronto para reunião sobre petróleo no G20 após convite saudita

S?O PAULO (Reuters) - O Brasil foi convidado pelo ministro de Energia da Ar?bia Saudita, pr?ncipe Abdulaziz bin Salman Al Saud, a participar de uma reuni?o no ?mbito do G20 sobre os mercados de petr?leo, cujos pre?os despencaram neste ano por efeitos do coronav?rus, disse o Minist?rio de Minas e Energia nesta segunda-feira.

O convite, realizado no domingo e respondido com sinaliza??o positiva pelo governo brasileiro, vem em momento em que Ar?bia Saudita e R?ssia buscam atrair mais pa?ses para um poss?vel acordo de cortes produ??o com o objetivo de apoiar os pre?os da commodity, que acumulam queda de 50% em 2020.

A tentativa de um novo pacto para restri??o da oferta deve ser alvo de debates em encontro em 9 de abril entre pa?ses da Opep+, grupo com membros da Organiza??o dos Pa?ses Exportadores de Petr?leo (Opep) e outros produtores, incluindo a R?ssia.

Mas outros pa?ses tamb?m t?m sido chamados para as conversas --a Noruega disse nesta segunda-feira que foi convidada e est? considerando ir ? reuni?o da Opep+ como observadora caso haja participa??o mais ampla no encontro.

O minist?rio de Minas e Energia disse que o convite para que o Brasil discuta o tema no G20 veio em uma videoconfer?ncia entre o ministro Bento Albuquerque e sua contraparte saudita.

N?o ficou imediatamente claro se o grupo de pa?ses poderia participar de algum corte ou como isso aconteceria, visto que muitos deles, incluindo o Brasil, t?m players privados no setor.

'Saud indagou se o Brasil se inclinaria a integrar o esfor?o de coordena??o internacional na busca de mecanismos que contribuam para a estabiliza??o do mercado internacional de petr?leo', relatou a pasta sobre a conversa entre os ministros.

Ap?s o convite para debater o tema no G20, Albuquerque respondeu que 'o Brasil estar? pronto a participar' da reuni?o, acrescentou o minist?rio, sem apontar em qual data o encontro poderia ocorrer.

Embora o Brasil n?o fa?a parte por ora de acordos ou negocia??es sobre a oferta global de petr?leo, a estatal Petrobras decidiu recentemente reduzir sua produ??o devido aos baixos pre?os globais.

No momento, a petroleira brasileira tem aplicado cortes de 200 mil barris por dia em sua produ??o da commodity, ap?s uma redu??o inicial menor, de 100 mil barris, anunciada no final de mar?o.

No final de janeiro, o ministro Albuquerque disse que pretendia ter conversas com a Ar?bia Saudita em julho sobre uma poss?vel coopera??o do Brasil com a Opep.

ALIAN?A MAIOR

O movimento dos sauditas para envolver mais pa?ses em conversas sobre o mercado de petr?leo vem ap?s uma brusca redu??o da demanda por combust?veis decorrente de medidas de isolamento adotadas por todo o mundo para conter a dissemina??o do coronav?rus.

A derrocada dos pre?os no mercado de petr?leo ainda agravou-se desde o colapso no m?s passado de um pacto anterior de produ??o da Opep+ para restringir a oferta.

Ap?s desentendimentos sobre uma poss?vel prorroga??o do acordo, que expiraria em abril, russos e sauditas passaram a travar uma guerra de pre?os por participa??o no mercado de petr?leo que ampliou a deteriora??o das cota??es.

Mais recentemente, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, passou a incentivar um acordo entre sauditas e russos, ao defender que o atual cen?rio de pre?os baixos ? ruim para todos os pa?ses, incluindo os Estados Unidos.

A redu??o dos pre?os internacionais tem pressionado produtores de petr?leo 'shale' dos EUA, que t?m custos mais elevados.

O ministro de Petr?leo do Iraque, Thamir al-Ghadhban, disse em comunicado no domingo que um novo acordo da Opep+ precisaria de apoio de importantes produtores de fora do grupo, citando como exemplos Estados Unidos, Canad? e Noruega.

(Por Luciano Costa)