Brasil precisa de fiscal mais forte que o esperado para melhora do rating, diz S&P
Publicada em
Atualizada em
S?O PAULO (Reuters) - O futuro governo de Jair Bolsonaro precisar? n?o apenas aprovar uma reforma da Previd?ncia, mas atacar o crescimento dos gastos com as folhas de pagamento e a rigidez or?ament?ria para cumprir o teto de gastos, e s? ent?o ver melhora do rating do pa?s, disse nesta quarta-feira a ag?ncia de classifica??o de risco Standard & Poor's.
A S&P, que atribui ao Brasil rating BB-, defende uma aprova??o r?pida da reforma da Previd?ncia e restri??es de gastos, salientando que o progresso da legisla??o econ?mica ser? mais lento diante da grande fragmenta??o partid?ria no Congresso, disse Lisa Schineller, diretora de ratings Soberanos e Finan?as P?blicas Internacionais em um webcast.
'N?s temos uma perspectiva est?vel para a nota do Brasil, assumindo algumas melhoras no lado fiscal nos pr?ximos anos. Precisaremos ver resultados mais fortes que o esperado... no lado fiscal e de melhora no crescimento que apoie uma trajet?ria fiscal melhor, e ? a? que podemos ter uma melhora no rating', disse ela.
A ag?ncia ainda vai acompanhar de perto, segundo os analistas presentes no webcast, a montagem da equipe de Bolsonaro, seus ministros e articuladores no Congresso Nacional, para avaliar as perspectivas de aprova??o de reformas.
De qualquer forma, a nova composi??o do Congresso indica que haver? alguma 'gravita??o' de pequenos partidos em torno do Executivo, o que facilita por um lado, e uma necessidade de negociar no Senado com partidos mais tradicionais, que fazem oposi??o a Bolsonaro hoje, disse Schineller.
'N?o ? f?cil criar coaliz?es no Brasil e isso vai continuar', explicou. 'Esperamos progressos em legisla??o econ?mica mas em ritmo mais lento... a alta fragmenta??o do Congresso representa um desafio adicional.'
A condu??o da pol?tica monet?ria, autonomia do Banco Central, o regime de c?mbio e o perfil externo do Brasil representam o lado forte do pa?s na avalia??o de rating, por isso recuos nestes temas ou na pol?tica fiscal exercem press?o negativa na nota brasileira, segundo a S&P.
Tamb?m s?o levados em conta como fatores positivos a liberdade de imprensa e livre fluxo de informa??o, al?m da capacidade de ?rg?os de controle como o Minist?rio P?blico Federal de investigar pessoas de alto calibre nos setores p?blico e privado, na avalia??o da ag?ncia.
As reservas internacionais do pa?s est?o em um patamar alto, mas representam importante colch?o de prote??o neste cen?rio de volatilidade em mercados emergentes e mitigam a vulnerabilidade externa do pa?s, destacou a S&P.
Na v?spera, o economista Paulo Guedes, que assumir? um superminist?rio da ?rea econ?mica no novo governo, negou que planeje usar as reservas internacionais do pa?s, a n?o ser no caso de um 'ataque especulativo' que fizesse o d?lar se aproximar de 5 reais, situa??o em que poderia usar 100 bilh?es de d?lares.
Na avalia??o da S&P, o eventual uso de reservas n?o substitui a necessidade de aprovar legisla??o de maior austeridade fiscal e controle dos gastos p?blicos, disse Schineller.
(Por Iuri Dantas)
Escrito por Redação
SALA DE BATE PAPO