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Brasil receberá status de 'aliado preferencial fora da Otan' durante visita de Bolsonaro aos EUA

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Por Lisandra Paraguassu e Anthony Boadle

BRAS?LIA (Reuters) - Os Estados Unidos ir?o conceder ao Brasil o status de 'aliado preferencial fora da Otan' durante a visita oficial do presidente Jair Bolsonaro na pr?xima semana, uma condi??o que permitir? ao pa?s entrar em uma lista com acesso especial a pol?ticas de coopera??o, transfer?ncia de tecnologia e recursos na ?rea de defesa, disseram ? Reuters fontes com conhecimento do assunto.

O acordo que levou ? decis?o norte-americana de elevar o status do Brasil para 'aliado preferencial fora da Otan' (MNNA, na sigla em ingl?s para 'major non-NATO ally') foi negociado desde o in?cio do ano.

Atualmente, 17 pa?ses possuem esse status. O Brasil ser? apenas o segundo pa?s da Am?rica do Sul a receber a designa??o. A Argentina, o primeiro, est? na lista desde 1998, mas nos ?ltimos anos n?o tem sido beneficiada pelo acordo. No ano passado, a Col?mbia se juntou ? Otan como parceira global.

O an?ncio oficial dever? ser feito durante o encontro de Bolsonaro com o presidente norte-americano, Donald Trump, na ter?a-feira, ?ltima parte da visita de tr?s dias do presidente brasileiro aos Estados Unidos. A Casa Branca n?o quis comentar.

De acordo com uma das fontes, a designa??o --dada apenas pelos Estados Unidos, e n?o pelos demais pa?ses do Organiza??o do Tratado do Atl?ntico Norte-- vai al?m da ret?rica e traz benef?cios reais ao pa?s no acesso a tecnologia de defesa, coopera??o e recursos e at? mesmo ao enorme mercado americano na ?rea.

Entre as possibilidades que se abrem para o pa?s est?, por exemplo, acesso preferencial para compra de equipamentos com isen??o de taxas, dentro da lei de exporta??o de armas dos Estados Unidos. Tamb?m ter? prefer?ncia para programas de coopera??o e treinamento, a receber gratuitamente ou a pre?o de custo equipamentos que as For?as Armadas n?o usam mais ou t?m em excesso, e poder? participar de licita??es.

Oficialmente, a Casa Branca e o Pal?cio do Planalto n?o comentam o assunto. Na quarta-feira, em um caf? da manh? com alguns jornalistas convidados, Bolsonaro afirmou que esperava fechar o acordo.

O novo status como aliado estrat?gico facilitar? a transfer?ncia de tecnologia no momento em que a ind?stria aeroespacial brasileira est? tentando criar uma nova rela??o com os Estados Unidos depois da planejada associa??o entre a Embraer e a Boeing.

No ano passado, o governo Trump embarcou em uma pol?tica de exporta??o de armas que visa ajudar as empresas de defesa norte-americanas para competir melhor contra os fabricantes russos e chineses.

Ainda na visita, os dois governos devem anunciar o acordo de salvaguardas para uso comercial da base de Alc?ntara, em uma solu??o para um imbr?glio de quase 20 anos. O acordo prev? que os Estados Unidos possam usar a base para o lan?amento de foguetes, mas n?o impede o acesso dos brasileiros ao local, apenas protege a tecnologia norte-americana de acesso restrito, de acordo com fontes que acompanharam o assunto.

A expectativa do governo brasileiro ? conseguir trazer para o pa?s uma parte dos 300 bilh?es de d?lares investidos anualmente no lan?amento de sat?lites atraindo empresas norte-americanas interessadas nos custos menores dos lan?amentos feitos em Alc?ntara.

Sem considerar a nova designa??o do Brasil, o aprofundamento das rela??es tem sido uma prioridade para militares norte-americanos.

'H? uma tremenda oportunidade para melhorar e fortalecer nossa parceria com o Brasil', disse o chefe do Comando Sul dos EUA, almirante Craig Faller, ? Reuters em uma entrevista no in?cio desta semana, sem abordar a poss?vel nova designa??o.

Faller disse que estava procurando maneiras 'pragm?ticas e pr?ticas' de aprofundar os la?os. Isso poderia incluir maior compartilhamento de informa??es e intelig?ncia, participa??o mais robusta em exerc?cios militares e mais interc?mbios educacionais, disse ele.

A maior coopera??o ocorre quando a administra??o Trump aumenta a press?o sobre o governo socialista de Nicol?s Maduro na Venezuela para que realize elei??es livres e trabalha em estreita colabora??o com Col?mbia e Brasil para enfrentar a crescente crise pol?tica e econ?mica do pa?s vizinho.

As For?as Armadas brasileiras e norte-americanas t?m cooperado desde a Segunda Guerra Mundial, quando o Brasil foi o ?nico pa?s da Am?rica Latina a enviar tropas para lutar com os aliados na Europa.

Os la?os esfriaram em 1977, quando a administra??o do ent?o presidente dos EUA, Jimmy Carter, imp?s um embargo de armas dos EUA sobre devido a viola??es de direitos pelo governo militar do Brasil.

(Reportagem adicional de Roberta Rampton e Phil Stewart, em Washignton)

Escrito por Redação

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