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Brasil tem déficit comercial de US$1,745 bi em pior janeiro em 5 anos

Placeholder - loading - Caminhões fazem fila em terminal  portuário no Porto de Santos 25/07/2018 REUTERS/Paulo Whitaker
Caminhões fazem fila em terminal portuário no Porto de Santos 25/07/2018 REUTERS/Paulo Whitaker

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Por Marcela Ayres

BRAS?LIA (Reuters) - O Brasil teve d?ficit comercial de 1,745 bilh?o de d?lares em janeiro, pior dado para o m?s em cinco anos, afetado pela forte queda nas exporta??es, divulgou o Minist?rio da Economia nesta segunda-feira.

O resultado tamb?m foi o primeiro no vermelho para o per?odo desde janeiro de 2015 (-3,185 bilh?es de d?lares) e frustrou proje??o de um super?vit de 100 milh?es de d?lares, conforme pesquisa Reuters com analistas.

No primeiro m?s do ano, as exporta??es ca?ram 20,2% na compara??o com igual per?odo do ano passado, pela m?dia di?ria, a 14,430 bilh?es de d?lares.

Em apresenta??o, o Minist?rio da Economia afirmou que a redu??o ocorreu principalmente pela queda de 1,3 bilh?o de d?lares na comercializa??o de plataformas de petr?leo.

Tamb?m pesaram na conta o recuo na venda de petr?leo em bruto (-592 milh?es de d?lares), num ambiente 'de fraca demanda mundial e cota??es em baixa', e de pastas qu?micas de madeira (-445 milh?es de d?lares), em fun??o dos baixos pre?os praticados e menores volumes embarcados. J? as importa??es recuaram num ritmo bem mais modesto, de 1,3% na mesma base de compara??o, a 16,175 bilh?es de d?lares.

Sobre janeiro de 2019, ca?ram as importa??es nas categorias de combust?veis e lubrificantes e de bens intermedi?rios, com retra??es de 15,3% e 3,4%, respectivamente. Em contrapartida, aumentaram as compras de bens de consumo (+6,9%) e de bens de capital (+6,6%). O Minist?rio da Economia ainda n?o divulgou suas expectativas para a balan?a comercial em 2020, mas j? indicou que a perspectiva para o saldo das trocas comerciais ? de piora em rela??o ao super?vit de 46,674 bilh?es de d?lares de 2019 pela melhoria esperada para a economia brasileira, o que tende a aumentar a demanda por importa??es. O Banco Central, por sua vez, prev? um super?vit comercial de 32 bilh?es de d?lares em 2020, estimativa que foi feita em dezembro e que ainda n?o considerou fatores que podem afetar negativamente as exporta??es brasileiras, pressionando ainda mais o resultado da balan?a comercial.

Entram nesse grupo os temores de que o coronav?rus impacte a economia global e o desenrolar efetivo da Fase 1 do acordo comercial entre Estados Unidos e China, que pode recolocar os norte-americanos como grandes competidores do Brasil na venda de soja aos chineses.

Quanto ao coronav?rus, o subsecret?rio de Intelig?ncia e Estat?sticas de Com?rcio Exterior, Herlon Brand?o, afirmou que n?o h? por ora relato de impacto em opera??es portu?rias no Brasil por causa da epidemia que come?ou na China.

'Estamos monitorando. Na medida em que houver algum efeito sobre economia chinesa, assim como todos os pa?ses do mundo o Brasil tamb?m pode ser afetado', disse ele.

Nesse contexto, Brand?o pontuou que a exporta??o de alimentos seria menos afetada, aos passo que as vendas de insumos industriais poderiam ser impactadas.

J? em rela??o ? competi??o com os EUA na venda de soja para a China, ele destacou que a demanda chinesa pela commodity j? ? menor por causa da peste que afetou o rebanho su?no naquele pa?s.

'N?o vejo isso (Fase 1 do acordo comercial EUA-China) sendo um grande fator a influenciar o embarque de soja', avaliou Brand?o, pontuando que, com o maior apetite externo por carnes, o Brasil deve demandar internamente mais soja para alimentar os animais.

Com isso, menos gr?os devem sobrar para exporta??o, frisou.

Questionado sobre o impacto j? observado na din?mica comercial da alta do d?lar frente ao real, Brand?o ponderou que o c?mbio tem que ser olhado mais no longo prazo, uma vez que as flutua??es de curto prazo influenciam mais as rentabilidades alcan?adas do que os volumes transacionados.

'Uma desvaloriza??o do real frente ao d?lar favorece as exporta??es na medida em que aumenta a rentabilidade dos exportadores. Ent?o observamos uma queda nos pre?os internacionais, mas a desvaloriza??o cambial ameniza essa queda nos pre?os, aumentando essa rentabilidade', disse ele.

'Nas importa??es, h? uma queda tamb?m nos pre?os dos bens importados que ameniza um eventual encarecimento por conta de uma desvaloriza??o cambial.'

O d?lar disparou 6,80% em janeiro de 2020, aproximando-se de 4,29 reais e alcan?ando recordes hist?ricos nominais.

Escrito por Reuters

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