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Brasil tem superávit comercial acima do esperado em março apesar de preocupações com coronavírus

Placeholder - loading - Homem observa contêiner sendo colocado em cima de trator no Porto de Santos  23/09/2019 REUTERS/Amanda Perobelli
Homem observa contêiner sendo colocado em cima de trator no Porto de Santos 23/09/2019 REUTERS/Amanda Perobelli

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Por Marcela Ayres

BRAS?LIA (Reuters) - O Brasil teve super?vit comercial de 4,713 bilh?es de d?lares em mar?o, desempenho acima do esperado pelo mercado num m?s de forte queda no pre?o de commodities e revis?es no crescimento global por conta do surto de coronav?rus.

O dado, divulgado nesta quarta-feira pelo Minist?rio da Economia, tamb?m veio acima do saldo positivo de 4,296 bilh?es de d?lares de mar?o de 2019.

Em pesquisa Reuters com analistas, a expectativa era de um super?vit de 4 bilh?es de d?lares. As exporta??es em mar?o somaram 19,239 bilh?es de d?lares, queda de 4,7% sobre igual per?odo do ano passado, pela m?dia di?ria. Enquanto as vendas de produtos semimanufaturados subiram 6,1%, as de manufaturados e b?sicos ca?ram 14,9% e 0,6%, respectivamente.

J? as importa??es alcan?aram 14,525 bilh?es de d?lares, retra??o de 4,5% na mesma base de compara??o.

Nesse caso, houve diminui??o das compras de combust?veis e lubrificantes (-32,5%) e de bens de consumo (-19,3%), mas aumento em bens intermedi?rios (+3,5%) e bens de capital (+2,8%). No primeiro trimestre do ano, o super?vit da balan?a comercial foi de 6,135 bilh?es de d?lares, queda de 33,1% ante igual etapa de 2019, pela m?dia di?ria, com o recuo de 3,7% na ponta das exporta??es, enquanto as importa??es subiram 2,6%.

Em nota, o Minist?rio da Economia avaliou que o comportamento do trimestre foi influenciado por um com?rcio mundial menos din?mico, agravado pelo surto do Covid-19, que tem sido combatido mundo afora com medidas severas para redu??o do cont?gio.

Apesar do quadro, as exporta??es brasileiras para a China, sua maior parceira comercial, subiram 4,3% nos tr?s primeiros meses do ano, 'principalmente por conta de maiores vendas de carne bovina e su?na, min?rio de ferro, soja e algod?o'.

Por outro lado, o minist?rio ressaltou que as vendas para Estados Unidos, Uni?o Europeia e Argentina ca?ram em mar?o ap?s aumentos em janeiro e fevereiro, num prov?vel reflexo dos desdobramentos da pandemia.

'? importante ressaltar que quedas bruscas na demanda nos mercados de destino podem demorar meses para se refletirem em redu??o das exporta??es brasileiras. Parte das mercadorias exportadas possuem contratos de fornecimento de longa dura??o', pontuou.

'Al?m disso, as exporta??es s?o contabilizadas na sa?da da mercadoria do territ?rio nacional, e podem demorar 30 dias para chegar ao mercado de destino.'

SALDO MAIS ALTO NO ANO

Por conta do coronav?rus, a secretaria de Com?rcio Exterior (Secex) do Minist?rio da Economia decidiu adiar por um m?s a previs?o para a balan?a comercial em 2020, ante expectativa de divulga??o nesta quarta-feira, mas j? adiantou que o n?mero deve vir melhor que o inicialmente visto pelo mercado.

'? poss?vel que o valor das exporta??es seja menos afetado que o das importa??es, contribuindo para um saldo comercial, ao final de 2020, possivelmente maior do que a m?dia das proje??es de marcado do in?cio do ano previam', afirmou a Secex, em nota.

Embora tenha admitido que os fluxos de mercadorias devem ser 'duramente' afetados pelos efeitos da pandemia do Covid-19, a Secex apontou que as importa??es devem sofrer mais que as exporta??es, com o d?lar mais caro reduzindo a demanda pela compra de produtos importados.

'As exporta??es, por sua vez, dever?o ser mais afetadas por uma queda dos pre?os internacionais dos principais produtos da pauta exportadora brasileira, causada pelo baixo dinamismo da economia mundial', disse.

'O volume da pauta de produtos, entretanto, poder? ser menos afetado pela queda da demanda mundial, por ser composta, em grande medida, de produtos aliment?cios e outros bens com menor elasticidade renda e pelo impacto positivo da desvaloriza??o cambial', completou.

O Banco Central projetou recentemente uma ligeira melhora no super?vit comercial deste ano, a 33,5 bilh?es de d?lares, sobre 32,0 bilh?es de d?lares estimados em dezembro.

Escrito por Reuters

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