Brasil vai ampliar teste com antiparasitário para incluir uso em fase inicial de Covid-19

BRAS?LIA (Reuters) - O governo brasileiro vai iniciar um segundo protocolo de testes cl?nicos do medicamento nitazoxanida contra a Covid-19, dessa vez em pacientes que est?o no in?cio da infec??o ou naqueles assintom?ticos, mas que tiveram resultado positivo para o coronav?rus, informou nesta ter?a-feira o ministro de Ci?ncia e Tecnologia, Marcos Pontes.

A pesquisa com o medicamento, um antiparasit?rio, foi iniciada em abril depois que testes em laborat?rio teriam revelado efic?cia de 94% contra o novo coronav?rus. Testes cl?nicos come?aram a ser feitos com 500 pacientes, em 17 hospitais, mas apenas em casos mais avan?ados da doen?a.

Um outro protocolo de pesquisa ser? aberto agora, tamb?m com 500 pacientes, mas para uso na fase inicial da Covid-19, a doen?a respirat?ria provocada pelo novo coronav?rus.

'Em rela??o ao novos testes, o protocolo em andamento ? o paciente que tem pneumonia, tosse e febre. O novo protocolo ? o paciente sem sintomas que testou positivo ou sintomas muito precoces', disse Marcelo Morales, secret?rio de Pol?ticas para Forma??o ? A??es Estrat?gicas do Minist?rio.

A inten??o, completou, ? verificar se o medicamento, que j? foi usado como antiviral em outras ocasi?es, ? capaz de evitar a replica??o do v?rus que causa o que os m?dicos chamam de 'tempestade inflamat?ria' e leva ao agravamento da doen?a.

A nitazoxanida ? um medicamento comum no Brasil, usado como verm?fugo, e que n?o tinha venda controlada nas farm?cias. Para evitar o que aconteceu com a cloroquina, que desapareceu das prateleiras quando o presidente Jair Bolsonaro come?ou a falar da possibilidade de ser usada contra a Covid-19, o minist?rio determinou o controle da venda antes de divulgar o nome do medicamento pesquisado.

Segundo Marcos Pontes, as pesquisas est?o sendo acompanhadas por uma comiss?o e os resultados obtidos s? ser?o divulgados quando a pesquisa estiver terminada.

'Estou numa expectativa muito grande desses testes, ? um medicamento simples, que n?o tem feitos colaterais', disse.

Apesar do avan?o com a nitazoxanida, o presidente Jair Bolsonaro ainda tem dado prefer?ncia ? cloroquina, apesar dos estudos at? agora, tanto no Brasil como no exterior, n?o terem trazido resultados positivos.

A mudan?a no protocolo de uso do rem?dio, para ser aplicado no in?cio dos sintomas, foi a causa do pedido de demiss?o do ex-ministro da Sa?de, Nelson Teich, que se recusou a adot?-lo. Sem o ministro no caminho, o seu interino, general Eduardo Pazuello, deve apresentar em breve a Bolsonaro o novo protocolo com o uso da cloroquina associada a azitromicina. A inten??o ? j? ter a autoriza??o publicada quando o presidente apontar um novo ministro da Sa?de.

(Reportagem de Lisandra Paraguassu)