Brasil vota pela 1ª vez contra condenação de embargo dos EUA a Cuba na ONU
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NA??ES UNIDAS (Reuters) - O Brasil votou pela primeira vez com os Estados Unidos contra uma resolu??o anual da Assembleia Geral da Organiza??o das Na??es Unidas (ONU) que condena e pede o fim do embargo econ?mico norte-americano contra Cuba, nesta quinta-feira, enquanto Col?mbia e Ucr?nia se abstiveram.
A Assembleia Geral, de 193 membros, adotou a resolu??o por esmagadora maioria pelo 28? ano seguido, com 187 votos favor?veis. Israel tamb?m votou contra, e a Mold?via n?o votou.
A vota??o da ONU tem peso pol?tico, mas somente o Congresso dos Estados Unidos pode revogar o embargo, que j? dura mais de 50 anos.
Na quarta-feira, a Reuters havia antecipado que o Brasil reverteria sua tradi??o diplom?tica e votaria contra a resolu??o, em um sinal de alinhamento do governo do presidente Jair Bolsonaro com o governo do l?der norte-americano, Donald Trump, mas contrariando interesses de empresas brasileiras.
A fabricante brasileira de cigarros Souza Cruz, pertencente ? British American Tobacco, tem uma joint-venture em Havana que produz a maioria dos cigarros em Cuba.
A absten??o da Col?mbia resulta de um esfriamento de suas rela??es com Cuba.
Cuba chegou a sediar conversas de paz entre a Col?mbia e seu grupo rebelde Ex?rcito de Liberta??o Nacional (ELN), mas a recusa de Havana de extraditar tr?s comandantes guerrilheiros depois que as negocia??es fracassaram provocaram diversas cr?ticas do governo do presidente Iv?n Duque.
A Col?mbia se absteve de votar por causa da 'atitude hostil' de Cuba em rea??o aos seus pedidos de extradi??o dos 'terroristas confessos' e de seu apoio ao presidente da Venezuela, Nicol?s Maduro, disse seu Minist?rio das Rela??es Exteriores em um comunicado.
Os EUA v?m votando contra as resolu??es da ONU de forma constante h? 24 anos, mas se abstiveram pela primeira vez em 2016, no governo do ex-presidente Barack Obama, quando Washington e Havana forjaram um relacionamento mais estreito.
As rela??es se deterioraram agudamente no governo Trump, o que ressuscitou caracteriza??es de Cuba da Guerra Fria e provocou um endurecimento nas restri??es ao com?rcio e ?s viagens que Obama havia afrouxado.
'Os Estados Unidos n?o s?o respons?veis pelos abusos sem fim do regime cubano contra seu povo', disse a embaixadora norte-americana na ONU, Kelly Craft, ? Assembleia Geral antes da vota??o.
'Nossa primeira responsabilidade como l?deres ? defender aqueles sem voz, hoje em especial o povo de Cuba. Que sejamos cobertos de vergonha se nos recusarmos a levantar nossas vozes em defesa ?s deles', disse Craft.
No ano passado, os EUA propuseram oito emendas na resolu??o que pressiona Cuba a melhorar seu hist?rico de direitos humanos, mas todas as propostas fracassaram.
O chanceler cubano, Bruno Rodr?guez, rejeitou as cr?ticas dos EUA ao hist?rico de direitos humanos de seu pa?s, acusando Washington de manipular 'os direitos humanos para objetivos pol?ticos, e rejeitamos dois pesos e duas medidas'.
'O governo dos EUA n?o tem a menor autoridade moral para criticar Cuba ou qualquer outro pa?s quando se trata de direitos humanos', disse ele ? Assembleia Geral da ONU, citando a crise de opi?ceos, a viol?ncia das armas, a pobreza e o desemprego nos EUA.
(Reportagem adicional de Lisandra Paraguassu e Anthony Boadle, em Bras?lia, e Julia Cobb, em Bogot?)
Escrito por Reuters
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