Brics criticam protecionismo durante G20 em meio à disputa entre China e EUA

Por Caroline Stauffer e Cassandra Garrison

BUENOS AIRES (Reuters) - O presidente da China, Xi Jinping, e os l?deres das principais economias em desenvolvimento condenaram o protecionismo na reuni?o do G20 na Argentina nesta sexta-feira, ofuscada pela amea?a do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aumentar tarifas sobre produtos chineses.

O encontro de dois dias deste ano ? um grande teste para o grupo dos 20 pa?ses mais industrializados, cujos l?deres se encontraram pela primeira vez em 2008 para ajudar na recupera??o da economia global depois da pior crise financeira em sete d?cadas.

Com a ascens?o do sentimento nacionalista em muitos pa?ses, o G20, que conta com dois ter?os da popula??o mundial, tem sido questionado sobre sua capacidade de lidar com tens?es comerciais, que t?m abalado os mercados globais.

A disputa comercial entre EUA e China, as duas maiores economias do mundo, marca a reuni?o em Buenos Aires. Os dois pa?ses impuseram tarifas um contra o outro sobre o equivalente a centenas de bilh?es de importa??es, depois que Trump lan?ou um esfor?o para corrigir o que ele v? como pr?ticas comerciais chinesas injustas.

A tend?ncia dos mercados financeiros globais na semana que vem ser? dada pelo resultado das negocia??es entre Donald Trump e Xi Jinping durante jantar neste s?bado. O encontro tem o objetivo de resolver as desaven?as que est?o pesando sobre a economia mundial.

Xi e l?deres do Brics, grupo das principais economias emergentes, que conta com Brasil, R?ssia, ?ndia, China e ?frica do Sul, divulgaram um comunicado defendendo um com?rcio internacional aberto e o fortalecimento da Organiza??o Mundial de Com?rcio (OMC).

?O esp?rito e as regras da OMC v?o de encontro a medidas protecionistas unilaterais?, disseram os pa?ses. ?Chamamos todos os membros a se opor a essas medidas inconsistentes com a OMC e a manterem os seus compromissos adotados na OMC.?

Pequim planeja persuadir Trump a abandonar os planos de aumentar tarifas sobre 200 bilh?es de d?lares em produtos chineses de 10 por cento para 25 por cento em janeiro.

Trump disse na sexta que os sinais eram positivos.

'Estamos trabalhando muito duro. Se pudermos fazer um acordo, isso ser? bom. Eu acho que eles querem tamb?m. Eu acho que gostar?amos. Vamos ver?, disse ele, durante encontro com o primeiro-ministro do Jap?o, Shinzo Abe. [nE6N1XK01G]

Um representante do Minist?rio das Rela??es Exteriores da China disse em Buenos Aires que havia sinais de consenso, mas que diferen?as permaneciam.

DENOMINADOR COMUM

Na v?spera da reuni?o de c?pula, os pa?ses do G20 ainda tentavam chegar a um consenso sobre o texto de um comunicado sobre temas como com?rcio, migra??o e mudan?as clim?ticas, o que no passado era preparado com boa anteced?ncia.

O ceticismo de Trump de que o aquecimento global n?o ? causado por atividade humana levanta quest?es sobre se os pa?ses ser?o capazes de chegar a um denominador comum sobre o tema para o comunicado.

Neste m?s, autoridades na reuni?o de c?pula da ?sia e do Pac?fico n?o conseguiram divulgar um comunicado conjunto pela primeira vez, depois que norte-americanos e chineses n?o resolveram desaven?as sobre com?rcio e seguran?a.

Contudo, autoridades em Buenos Aires disseram que houve bom avan?o em partes sobre economia do comunicado durante a noite. A Argentina manifestou otimismo cauteloso de que haveria consenso, mas um representante da Casa Branca disse que os EUA n?o assinariam um comunicado que prejudique os seus interesses.

Destacando as profundas divis?es dentro do G20, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, afirmou que a Uni?o Europeia ampliaria as san??es contra a R?ssia no m?s que vem, depois que embarca??es russas dispararam contra ucranianas na semana passada, apreendendo barcos e prendendo marinheiros.

(Reportagem de Roberta Rampton, Michael Martina, Matt Spetalnick, Maximilian Heath, Scott Squires, Cassandra Garrison e Kylie Maclellan)