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Câmara instala comissão especial da PEC da 2ª instância, mas CCJ do Senado promete seguir com outro projeto

Câmara instala comissão especial da PEC da 2ª instância, mas CCJ do Senado promete seguir com outro projeto

Reuters

04/12/2019

Placeholder - loading - Senadora Simone Tebet 21/08/2019 REUTERS/Adriano Machado
Senadora Simone Tebet 21/08/2019 REUTERS/Adriano Machado

Por Maria Carolina Marcello

BRAS?LIA (Reuters) - A comiss?o especial da C?mara da Proposta de Emenda ? Constitui??o (PEC) da pris?o ap?s condena??o em segunda inst?ncia foi instalada nesta quarta-feira, mas a CCJ do Senado ir? tocar a tramita??o de projeto sobre o tema, apesar de tentativa dos presidentes das duas Casas de construir um acordo em torno da proposta dos deputados.

A instala??o da comiss?o na C?mara, elei??o do presidente e defini??o do relator --o deputado Marcelo Ramos (PL-AM) ficou com a presid?ncia, enquanto o deputado F?bio Trad (PSD-MS) ir? relatar a proposta-- cumprem uma etapa na tramita??o da medida e eram fatores condicionantes para deputados e senadores fecharem um acordo em torno da PEC. Mas n?o resolvem o impasse entre C?mara e Senado.

Senadores exigiam a defini??o de um cronograma para bater o martelo, abrir m?o de projeto de lei em discuss?o na Comiss?o de Constitui??o e Justi?a da Casa (CCJ), e apoiar a PEC da C?mara.

Mas durante a reuni?o de instala??o da comiss?o nesta quarta n?o ficou definido, por ora, um prazo para a delibera??o da PEC. E, ainda que houvesse um cronograma, dificilmente haveria tempo h?bil ainda neste ano para votar a proposta --o recesso tem in?cio oficialmente no dia 22 deste m?s e a comiss?o precisa respeitar um prazo de, no m?nimo, dez sess?es do plen?rio para a sugest?o de emendas, e s? ent?o pode ser apresentado o parecer.

Ao comentar sobre os prazos da comiss?o, Ramos lembrou ter presidido o colegiado que analisou o m?rito da PEC da reforma da Previd?ncia, quando, afirmou, foi ?muito respons?vel? na defini??o de um cronograma, levando a uma das mais r?pidas tramita??es de uma proposta desse porte.

?Ent?o, n?s teremos o tempo necess?rio para garantir um debate plural, democr?tico, por um lado, mas tamb?m para entregar tempestivamente ? sociedade uma resposta de algo que incomoda a todos?, disse o presidente da comiss?o.

Segundo ele, haver? uma reuni?o j? na pr?xima ter?a-feira com os coordenadores de bancada para a defini??o de um plano de trabalho.

Ramos, assim como Trad e o pr?prio presidente da C?mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendem a PEC como a alternativa mais segura juridicamente para atender ?s demandas por puni??es mais r?pidas.

?A PEC... ?, na verdade, a express?o de uma juridicidade respons?vel. N?o viola cl?usula p?trea e encontra um caminho alternativo consistente para equacionar um problema que ? sentido pela popula??o brasileira?, disse o relator nesta quarta.

?A popula??o brasileira sente que h? um tempo muito grande entre a data do fato e o efetivo cumprimento da pena. Essa demora que alimenta essa sensa??o de impunidade.?

Aprovado pela CCJ da C?mara em 20 de novembro, o texto em discuss?o na comiss?o especial modifica dois artigos da Constitui??o --o 102 e o 105--, transformando recursos extraordin?rios e especial em a??es revisionais de compet?ncia origin?ria do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal de Justi?a (STJ), na inten??o de permitir que decis?es proferidas pelas cortes de segunda inst?ncia j? transitem em julgado com o esgotamento dos recursos ordin?rios.

OUTRO CAMINHO

O Senado, por sua vez, investe em outro caminho, e discute projeto de lei que altera o C?digo de Processo Penal para disciplinar a pris?o ap?s a condena??o em segunda inst?ncia.

Na ?ltima semana, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), patrocinou um caf? da manh? com l?deres de senadores e deputados, do qual tamb?m participaram o presidente da C?mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o ministro da Justi?a, Sergio Moro.

Na ocasi?o, a tend?ncia era de acordo em torno da PEC da C?mara, que contava com o apoio da maioria das lideran?as, mas j? no final do encontro alguns senadores --entre eles a presidente da CCJ do Senado, Simone Tebet (MDB-MS)-- passaram a questionar se deveriam abrir m?o de votar o projeto sem um cronograma claro da C?mara.

Nesta quarta, Tebet anunciou na CCJ --que recebia Moro em uma audi?ncia p?blica-- que o projeto de lei sobre a pris?o em segunda inst?ncia ser? o primeiro item da pauta na pr?xima semana, diante da aus?ncia de um calend?rio pelos deputados e sob o argumento que os l?deres no Senado n?o representam a posi??o majorit?ria de suas bancadas.

?S? podemos suspender ou paralisar um projeto que j? est? em pauta nesta comiss?o por maioria absoluta deste colegiado ou pela unanimidade do col?gio e l?deres?, explicou a senadora.

?Tendo em vista todas essas considera??es, ? minha obriga??o e meu dever pautar para a pr?xima sess?o da Comiss?o de Constitui??o e Justi?a como primeiro item da pauta.?

J? Alcolumbre reconheceu a prerrogativa de Tebet de construir a pauta da CCJ, mas disse ainda insistir na possibilidade de um acordo em torno da PEC da C?mara, por consider?-la a melhor alternativa.

?A minha preocupa??o, que eu j? externei a alguns parlamentes, inclusive para ela (Tebet) e para outros senadores, ? que n?s fizemos um entendimento h? alguns dias atr?s em uma grande reuni?o na nossa resid?ncia?, disse o senador.

?Eu considero a legitimidade da presidente (da CCJ) de pautar... Mas eu estou ainda na tese do que foi conciliado na nossa reuni?o com o presidente da C?mara, o presidente do Senado, v?rios l?deres da C?mara, que na unanimidade apoiaram a tese da constru??o do texto de consenso, e a ampla maioria do Senado?, argumentou.

O Congresso Nacional centrou suas aten??es na possibilidade de pris?o ap?s condena??o em segunda inst?ncia ap?s o Supremo Tribunal Federal (STF) derrub?-la, na maior derrota imposta pelo Supremo ? opera??o Lava Jato nos seus cinco anos, levando ? liberdade o ex-presidente Luiz In?cio Lula da Silva.

Nesta quarta, em audi?ncia p?blica na CCJ do Senado, o ministro da Justi?a Sergio Moro defendeu tanto o texto em discuss?o por deputados, quanto o que est? em an?lise pelos senadores.

?? um momento relevante para o Congresso... mandar uma mensagem para a popula??o no sentido de que n?s precisamos, sim, enfrentar o tema da impunidade, da criminalidade?, disse Moro em audi?ncia p?blica na CCJ do Senado.

?A decis?o se ? por PEC, se ? por PL, se ? por ambos, cabe ao Congresso. Eu particularmente penso... que os dois n?o s?o autoexcludentes e se voc? tem uma maioria dentro do Congresso para aprovar essa medida, n?o vejo l? muito sentido para posterga??o?, afirmou o ministro.

Reuters

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