Com dólar em máximas históricas, Campos Neto diz que BC está tranquilo sobre câmbio

Por Gabriel Ponte

BRAS?LIA (Reuters) - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, frisou nesta ter?a-feira que o c?mbio no pa?s ? flutuante e que o BC est? tranquilo sobre o tema, mas que a autoridade monet?ria pode fazer interven??es em caso de problemas de liquidez ou se for identificado movimento 'exagerado' no mercado cambial.

A declara??o de Campos Neto foi feita em mais um dia de recordes do d?lar e na semana seguinte ?quela em que o BC precisou intervir depois de um ano e meio via contratos de swaps cambiais para frear a desvaloriza??o da taxa de c?mbio.

Em reuni?o com a bancada do Democratas na C?mara dos Deputados, aberta ? imprensa, Campos Neto tamb?m destacou que a desvaloriza??o recente do real n?o veio acompanhada de uma deteriora??o em medidas de risco nem de uma piora na percep??o sobre a infla??o.

Segundo o presidente do BC, a taxa de c?mbio se desvalorizou com a queda das commodities. 'Por isso que n?o tem uma expectativa de infla??o (maior)', afirmou Campos Neto.

'N?s estamos tranquilos. Obviamente, sempre que identificarmos um movimento de falta de liquidez, um movimento exagerado ou que Brasil est? se descolando dos seus pares ou que come?ou a influenciar a expectativa de infla??o, a? o Banco Central pode fazer uma interven??o' como a feita recentemente, disse.

O BC vendeu um total de 2 bilh?es de d?lares em contratos de swap cambial tradicional em ofertas l?quidas desses ativos entre quinta e sexta-feira da semana passada.

O d?lar bateu novo recorde hist?rico nesta ter?a ao fechar a 4,3580 reais na venda. Em 2020, o real se deprecia 7,92% ante a divisa dos EUA (em termos nominais), pior desempenho numa lista de 33 pares. O ?ndice CRB de mat?rias-primas cai 6,4% neste ano.

Campos Neto reiterou que tamb?m contribuiu para a alta do d?lar no pa?s uma maior demanda por moeda no mercado ? vista gerada por um movimento das empresas de, em meio ? queda dos juros, passarem a se endividar mais no mercado dom?stico e pr?-pagarem d?vidas no mercado externo.

'Aliado a isso, voc? teve o d?lar (no mundo), que se fortaleceu', afirmou o presidente do BC, destacando que a expectativa de crescimento dos Estados Unidos ? maior do que a do restante do mundo.

'Ent?o o diferencial de juros, o diferencial de expectativa de crescimento entre EUA e outros pa?ses aumentou, isso faz com que d?lar fique mais forte', afirmou.

Um ?ndice de refer?ncia do d?lar contra moedas de pa?ses ricos acumula alta de 3,2% neste ano e alcan?ou nesta ter?a m?ximas em quatro meses e meio.