Caminhoneiros e Copa pesam sobre vendas de shoppings no 2º tri; melhora só no 4ºtri
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Por Gabriela Mello
S?O PAULO (Reuters) - Os shoppings brasileiros devem colher resultados mais fracos no segundo trimestre deste ano sobre igual per?odo de 2017, com uma combina??o de eventos que inclui a greve dos caminhoneiros e a Copa do Mundo de futebol se somando ao ritmo mais lento que o esperado da recupera??o econ?mica do pa?s.
A tend?ncia ? um segundo trimestre mais negativo , disse ? Reuters Gustavo Cambauva, analista do BTG Pactual. Ele destacou que, diferentemente de 2017, a P?scoa, uma das datas mais importantes para o varejo, este ano n?o caiu em abril, enquanto maio foi afetado pela greve de caminhoneiros e junho pela Copa do Mundo.
Dados mais recentes divulgados pela Associa??o Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) mostram que o fluxo de visitantes nos mais de 570 empreendimentos do pa?s caiu 2,3 por cento em maio sobre um ano atr?s, interrompendo uma sequ?ncia de altas desde o come?o deste ano em decorr?ncia da paralisa??o de 11 dias dos caminhoneiros.
Somente na ?ltima quarta-feira, dia 27, a maioria das lojas em shoppings da Multiplan e do Iguatemi na regi?o da Vila Ol?mpia, em S?o Paulo, fecharam depois do almo?o para o jogo do Brasil contra a S?rvia pela Copa do Mundo, ?s 15h.
O faturamento do varejo brasileiro acumulou queda m?dia de 25 por cento nos tr?s dias de jogos da sele??o brasileira, de acordo com um levantamento divulgado na sexta-feira pela empresa de meios de pagamento Cielo.
Somado a esses fatores, o clima tamb?m n?o ajudou. Esse ano, tivemos temperaturas mais altas no outono/inverno, prejudicando as vendas de vestu?rio de inverno que possuem um ticket (pre?o) mais alto , completou Cambauva.
Representantes das principais administradoras de shopping centers do pa?s j? alertavam em teleconfer?ncias sobre os resultados do primeiro trimestre sobre os desafios que o setor teria no decorrer de 2018.
No fim de abril, o vice-presidente financeiro da Multiplan, Armando d'Almeida Neto, destacou as distra??es com a Copa do Mundo e as incertezas com o cen?rio eleitoral entre os obst?culos do segundo trimestre. J? o presidente-executivo da BRMalls, Ruy Kameyama, advertiu que fatores sazonais poderiam interferir no indicador de vendas em mesmas lojas do per?odo.
A Abrasce espera que o faturamento do setor entre abril e junho cres?a menos que os 4,3 por cento apurados no primeiro trimestre. Eu ainda n?o apostaria em retra??o apesar desses impactos no fluxo (de consumidores), e sim em um crescimento mais pr?ximo de 3 por cento , disse o presidente da entidade, Glauco Humai.
De acordo com dele, o aumento das vendas no Dia das M?es (+6 por cento) em maio, e no Dia dos Namorados (+5 por cento) em junho, deve ajudar a minimizar os efeitos negativos da greve dos caminhoneiros e da Copa do Mundo.
Para Cambauva, do BTG Pactual, o terceiro trimestre tamb?m deve ser dif?cil na compara??o com 2017, quando o setor varejista se beneficiou dos saques das contas inativas do FGTS, uma medida que injetou um total de 44 bilh?es de reais na economia do pa?s.
Em antecipa??o ao prov?vel desempenho aqu?m do inicialmente esperado, as a??es de operadores de shopping centers do pa?s amargaram queda de dois d?gitos entre abril e junho. Iguatemi caiu quase 20 por cento no segundo trimestre, enquanto Multiplan perdeu 16,2 por cento e BRMalls teve baixa de cerca de 17 por cento. O Ibovespa recuou neste mesmo intervalo aproximadamente 15 por cento.
O terceiro trimestre ainda vai ser amarrado e o quarto tende a melhorar, dependendo do candidato eleito , concordou o presidente da Abrasce.
Apesar da fraqueza no primeiro semestre, a entidade ainda n?o planeja revisar a proje??o de alta de 6 a 6,5 por cento no faturamento dos shoppings do pa?s em 2018. No ano passado, o setor cresceu 6,2 por cento, para 167,75 bilh?es de reais.
O segundo semestre ? normalmente melhor para os shoppings que o primeiro, mas as incertezas desencadeadas pelas elei??es em outubro devem influenciar o comportamento dos lojistas e dos consumidores, explicou um analista do setor que preferiu n?o se identificar.
A base do ano passado ? certamente mais forte e a confian?a tamb?m piorou um pouco... Lojistas podem esperar para promover maiores a??es de marketing, ent?o a aposta maior (de crescimento) ser? o quarto trimestre mesmo , disse o analista.
Escrito por Redação
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